" Não quero Luxo nem Lixo/ Quero Saúde pra gozar no Final./Luxo/Lixo!" Cancioneiro popular
Estive na ECO 92, 28 anos atrás representando o Sindicato de Engenheiros do Estado de SP, e logo que passou a euforia do evento, no final daquele ano, escrevi um artigo sobre o tema intitulado " ECO 92 e o Lixo depois da festa".
Retomei o tema em 18/06/2012, durante a Rio + 20 , quando a "pirralha da Greta" estava com seus 8 aninhos, e já cheia de razão... Me arrisco a dizer que, com as justas exigências destes jovens, teremos de cuidar hoje, de muito mais coisas, às vésperas dos 30 anos daquela "festa", além das montanhas de lixo a serem retirada do mar, haja vista haverem ilhas dos mesmos, em vários pontos de mares pelo mundo, e às péssimas previsões dos cientistas, de que haverá mais lixo no mar do que peixes, ali em 2050.
Na Rio + 20, o Brasil recebeu de novo autoridades de todo planeta, para tomar decisões sobre o futuro da humanidade, ao propor na conferência em tela , o caminho da produção sustentável, através da economia verde- exatamente como agora exigido pela juventude, representada pela jovem ativista. E agora os analistas estão à espera do cisne verde, e não negro, para uma tempestade econômica perfeita, ligada aos desastres climáticos. e às inações de governos e empresas quanto aos planos de ação para a sustentabilidade da produção mundial.
Se servir de termômetro, nós brasileiros, como protagonistas no Meio Ambiente global, continuamos com algumas incômodas situações de esquizofrenia em decisões ambientais : o uso de alteamento à montante de barragens de resíduos pelas mineradoras( gerando os maiores desastres ambientais do gênero no planeta pela Vale em Mariana e Brumadinho); o retrocesso no código ambiental com prejuízos incalculáveis ao MA; a expectativa de inclusão dos mais pobres com uso da energia solar, aponta para um lado, enquanto a taxação da Anel sobre o sol, sustentada por parte do congresso brasileiro, aponta em direção contrária. Até quando Brasil, pergunto...
Como essas, existem dezenas de outras questões, todavia, para não tirar o foco do leitor que me honra com a leitura, quero comparar alguns objetivos e declarações da Rio 92 , com os resultados obtidos, e lembrar que a situação está muito pior hoje com o aquecimento da Terra comos GEE-gazes de efeito estufa( os céticos só fazem temperar esta realidade- tornando-a mais próxima dos fatos).
A pobreza, além da obscena concentração de renda, aumentou de lá para cá, e hoje, na tenda dos povos, esta seria a maior ´pressão sobre os governantes, que socorrem bancos ao redor do mundo, com dezenas de trilhões de dólares, mas não gastam sequer 10% deste montante ,para fazer as revoluções educacionais e sanitárias, que seriam a salvação da população mais pobre do planeta.E este é o corolário da questão ambiental, pois não existe mercado para a economia verde, onde não há inclusão social, além do que, a pobreza- devido à ausência de educação formal e ambiental- continua sendo importante fator de degradação, ao promover elevados impactos,social e ambiental, nos territórios das nações representadas na cúpula, Guedes só errou ao dizer em Davos,que este é o maior impacto- tirando da dianteira, a posição dos ricos e predadores do MA pelo mundo, aí incluídos os madeireiros da Amazônia.
Uma esquematização da agenda 21da ONU em 92, mostra bem o quanto uma conferência deste porte, poderia deixar como legado: a convenção das alterações climáticas de então, gerou o "Protocolo de kyoto" alguns anos depois, e, estabeleceu metas de redução de emissões de GEE, que não foram cumpridas por nenhum dos 153 países signatários!
A meu ver,Greta e seus ativistas são fruto desta inação. E tomara que desta vez, sejam ouvidos, pois disso dependerá a sobrevivência da espécie humana no planeta.
Tenho dito.
José Carlos Nunes Barreto
Pós doutor e Sócio diretor da DEBATEF Consultoria
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