"Corro perigo/ Como toda pessoa que vive/E a única coisa que me espera/É exatamente o inesperado"
Clarice Lispector
Primeiro foi o rompimento anunciado da barragem de brumadinho, que não estava com seus alvarás de segurança adequados, depois o incêndio nos dormitórios improvisados em containers da equipe de estrelas mirins do flamengo, por ultimo a perda do talento e vida do jornalista Ricardo Boechat, em acidente de helicóptero, não licenciado para transporte de passageiros...
Esta é a ponta do iceberg a revelar, a quem quiser enxergar, que o jeitinho brasileiro, cantado em prosa e versos como algo benéfico ao País, e inato em seu povo, também possui, infelizmente,seu lado de morte e destruição...
Pois impera em todos os negócios, e em suas respectivas cadeias de suprimento, à revelia de padrões e normas, há muito aceitos no universo tecnológico, onde o não cumprimento das mesmas, aumenta exponencialmente o risco de acidentes, com perdas materiais e de vidas.
Meus pêsames ao Brasil, que ainda chora as vítimas da Vale, do Flamengo, da empresa dona do helicóptero que matou Boichat, da boite Kiss que há cinco anos tirou a vida mais de 200 jovens universitários em Santa Maria...
Mas , principalmente, minha raiva, minha indignação ,meu descontentamento com este estado da arte, da falta de uma cultura de segurança.
Pela falta de atacar a impunidade, e a anomia da sociedade, onde parece que todos estamos esperando pelas próximas vítimas...
Das enchentes que destroem casas e móveis dos mais pobres, adoecendo a população com a leptospirose ;
Das barreiras que rolam, sepultando pessoas vivas;
Das caldeiras que explodem matando trabalhadores.
Mais uma vez indago, Brasil,até quando. Até quando...
José Carlos Nunes Barreto
Pós Doutor e sócio da DEBATEF Consultoria
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