" Temos a obrigação de inventar outro mundo; porque sabemos que outro mundo é possível.Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos, entrando em cena no palco da vida" Augusto Boal
Dia 3 de maio é o Dia Mundial de Liberdade de Imprensa, e em 2009, a efeméride foi presenteada com este digno destaque: O STF, cumprindo seu papel constitucional, ao remover por 7x4 dos ministros, o entulho autoritário representado pela Lei de Imprensa de 1967.Quando é para criticá-lo ,devemos fazê-lo, porém, quando é para agradecer, e parabenizar, o meio é o mesmo, até porque aquele diploma sepultado,dava muito trabalho à corte, com inúmeros destes processos bloqueando espaço de outros prioritários à vida da Nação, como acontece hoje, com o instituto do foro privilegiado de mais de 50000 autoridades no País.
No caso da lei de imprensa, terminados os 21 anos de autoritarismo, a cacicagem política, bem como grupos econômicos, usavam a famigerada lei,com a mesma voracidade e truculência, e com o mesmo objetivo:calar adversários e críticos, esterilizar opiniões e louvar o pensamento único.
Este escriba, por exemplo- me permita o caro leitor, chegou ao STF por meio de sua defesa, durante um julgamento de ação, em que aparece como réu por delito de opinião( o oponente se baseou na lei) , porque em um dos seus artigos semanais, criticava um senador da República desta região.Me defendi com um único e bom advogado, enquanto o outro lado, é claro,tinha um batalhão.O Processo já transitou em julgado, e a partir deste marco jurídico, podemos comemorar com uma forma "boaliana" de construir a cena,através deste grandioso palco - nação:
" Temos a obrigação de inventar outro mundo; porque sabemos que outro mundo é possível.Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos, entrando em cena no palco da vida"
Este era Augusto Boal ,com seu legado de luta com a cabeça, ao criar o "Teatro do Oprimido".E entre outras coisas, ele ensinava que cidadão , não é aquele que vive em sociedade, mas sim aquele que a transforma ,e, lenda viva que era,criou na dramaturgia , uma forma de encenar o político e o social, que encantou ,e formou, uma geração de dramaturgos da estirpe de Oduvaldo Viana Filho, Jorge Andrade, Gianfrancesco Guarnieri ,entre outros- além de seus discípulos ,que passaram a integrar academias em Universidades ,criando um mercado cultural, que culminou na exportação de produtos da teledramaturgia nacional , reconhecida hoje, como excelente em todo mundo.
Naquela vitória do STF, vejo a esfinge do Boal que por ela lutou- justamente pela liberdade de expressão e pela transparência de propósitos .Já o senador que me processou, representa exatamente o contrário ,e é, infelizmente a atual cara do Congresso Nacional.
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