sábado, 30 de setembro de 2017

Gestão da Excelência Científica


 Uma republicação deste artigo de mais de dez anos atrás, pediria uma  revisão , todavia , infelizmente,  permanecem nele, tanto tempo depois, as bases estruturais de nossa dependência econômica e tecnológica, por isso o ofereço para análise de meus leitores, e pergunto: Até quando?


 

    Os professores Jean Pierre Férézou e Roberto Nikolsky, analizaram a produção científica brasileira  em instigante artigo publicado na Folha de SP dez anos atrás, intitulado “Excelência científica e Crescimento”, sob o impacto da publicação pela revista científica “Nature” do ranking de países que concentram 98% dos artigos das publicações mais citadas. Nele o Brasil ocupa o 19 lugar de um grupo de 31 países de vanguarda. Estamos na frente de 174 países e passamos de 0,84% dos artigos  publicados em Ciência e Engenharia no quinquênio de 1993-1997,para 1,21% em 1997-2001,o que representa um crescimento de 45% acima da média mundial. Porque esse desempenho não correspondeu a um crescimento expressivo do nosso PIB, no mesmo período? Segundo os autores a resposta é que que não é a ciência( Geração de Conhecimentos) mas sim o domínio da     tecnologia industrial( ou seja a competência no uso de conhecimento capaz de gerar inovações) é  que torna nossa indústria mais competitiva. e faz a economia crescer de modo sustentado e rápido. Exemplo: os países orientais, chegam a ter 30 vezes mais patentes que o Brasil(caso da Coréia do Sul) concedidas no maior mercado, o americano.

    Lancemos  luz sobre a estratégia destes países:1)As Indústrias em parceria com as  universidades criam o saber no chão de fábrica focando em inovações tecnológicas e só então publicam 2) há uma sinergia entre inovações e ciência e dispêndios maiores de P& D(Pesquisa e desenvolvimento)não acadêmicos são proporcionados pelos resultados em todas as cadeias produtivas.3) no conceito 80/20, 80% dos pesquisadores trabalham nas indústrias e em projetos industriais e 20% na universidade.

       Como participante de congressos internacionais tenho presenciado milhares de jovens doutores chineses, coreanos e indianos na faixa de  28 anos tendo seus trabalhos financiados por  corporações   e os resultados maiores se dão no mercado e no PIB daqueles países.   Voltando nossos olhos para nosso País, temos um excelente case endógeno desta estratégia oriental: trata-se da EMBRAPA, que hoje sozinha responde por 3% dos artigos científicos do mundo em sua área e possui dezenas de patentes homologadas em NY no Escritório de marcas e patentes dos EUA - o USPTO, explicando o nosso atual aumento do PIB, e superávit comercial baseado no agronegócio. Quanto as demais publicações, salvo raras exceções, seguem o 20/80 da lei de PARETO ou seja, o substancial, que está em um número muito maior que 80% talvez 95%,está sendo realizado na universidade e muito longe dos meios de produção, daí sua alienação,.‘ num processo elitizante e estéril para o desenvolvimento econômico e social do país”.

 Concluindo gostaria de fazer um chamamento aos candidatos a reitor da UFU: Não formemos doutores para o desemprego ou aulista! vamos quebrar  este ciclo de desperdício do capital intelectual brasileiro! A questão é de estratégia e não de recursos!  Façamos melhor Gestão da excelência científica!

                             Prof. Dr José Carlos Nunes Barreto

 Sócio-diretor da DEBATEF CONSULTORES e Professor Universitário

Bancos, Crime e Sociedade


“Dinheiro na mão é vendaval”- cancioneiro popular-Paulinho da viola

Sempre fiquei perplexo com a rubrica presente no balanço dos  bancos intitulada “provisão para devedores  duvidosos”, que aparece e desaparece a mercê da canetada do gestor, e por isso, um prejuízo certo pode se tornar um lucro contábil e , vice versa, dependendo da situação e da necessidade do banco -de tal forma que um amigo, que trabalha como diretor financeiro nesta  área, me informou com a maior desfaçatez : quem faz o lucro ou prejuízo da instituição sou eu, trabalhando isso aí. Como assim cara pálida? E ele desconversou,pois o momento não permitia maiores detalhamentos. É ... esta artimanha ,pouco clara, foi usada segundo publicações especializadas, na falência fraudulenta do Banco Santos , está presente    na compra pelo ITAÚ ,do BMG - o rei dos créditos consignados, e está no   DNA da crise bancária americana de 2008, e na atual crise econômico –financeira da Eurozona. Uma organização assim, faz muitas vítimas - os fundos garantidores, os correntistas, o tesouro nacional- todos  perdem, menos os banqueiros. Foi assim  também com o banco Pan Americano do Sílvio Santos, às vésperas da eleição de Dilma Roussef, e que foi abafado pelo governo Lula , até que se abrissem as urnas. E porque? Claro que para não chamar atenção sobre a diferença gritante, entre o montante gasto pelo bolsa família, e aquele dispendido para  Bolsa _Banqueiros,   que poderia  ficar claro naquele momento para a sociedade, e  por conseguinte, levar milhões de votos  para o ralo. Todavia, onde estava a oposição? ela não teve intelligentsia trabalhando a seu favor, porém estava ocupada também em roubar o País, e se deixou tripudiar pelo Napoleão de São Bernardo, e  réu  do petrolão - mensalão  ,que deu migalhas aos pobres, e banquetes com caviar e vinhos caros, aos banqueiros-parceiros (cujos crimes ainda não foram julgados)e empreiteiros corruptores ( e réus) tipo Joesley Batista – JBS e Marcelo -Odebrecht.

Aprendi que  valor é igual a função dividida pelo Custo ao executá-la. Logo, para que se tenha valor, há que se executar algo a um preço adequado. Quando se faz as coisas a qualquer preço , o valor diminui drasticamente e  se torna tão ínfimo, que o custo nesta operação se mostra iníquo-saltando a vista do povo, e a partir daí ninguém segura revoluções – iguais à da Lava jato, e às primaveras árabes da vida.

O dinheiro das nações tem sido gasto para salvar o sistema bancário mundial-dezenas de trilhões de dólares tem saído dos tesouros nacionais, e a conta amarga tem sido paga pelos orçamentos destes países. Este paradigma, no Brasil,  é responsável pela desigualdade social extrema, e pela  cruel exclusão social. Notadamente no BNDES, que,  refém desta matriz econômica, perdeu dezenas de bilhões de dólares ao investir, e perder a aposta, em grandes conglomerados econômicos( a JBS usou segundo o COAF cerca de 250 bilhões do BNDES durante a era lulopetista), e foi incapaz de investir da mesma forma, em milhões de pequenas e médias empresas nacionais, que  representam mais de 80% dos empregos nacionais, o  que explica o drama de 13 milhões de desempregados. Dá pra se calar diante de tanta iniquidade? Os espanhóis foram para a rua, os gregos também , os argentinos bateram panelas, os americanos ocuparam Wall Street .E nós?

Finalizando, temos sido enganados por políticos que se locupletam com “operações uruguais” ,mensalões, escândalos econômicos do clã Sarney, milhões de reais de aloprados do PT , e desvios do tesouro para uma elite de   operadores corruptos do estado, com seus petrolões, JBSs e Odebrechts. É muito pouco clamar “acorda Brasil” ,quando Temer e seus ladrões assaltam o erário, e tornam isso explícito ao saírem de palácios com malas cheias de dinheiro. Temos de gritar e ir para as ruas antes que seja tarde demais, e se levantem salvadores da pátria, até mesmo fardados. É mandatário  garantirmos o legado de liberdade e democracia tão duramente conquistados , tão caro a nós e às futuras gerações.

José Carlos Nunes Barreto

Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)

debatef@debatef.com

 

 

sábado, 23 de setembro de 2017

Crianças, pesquisas e inovação




Cientistas tem mostrado em várias pesquisas, que o maior retorno possível para uma Nação, é o investimento na formação, de crianças de 0 à 6 anos, vindo em seguida aquele destinado à educação de qualidade  para crianças e adolescentes. Em terceiro lugar, tendo  estes dois fatores como pré – condição , está estabelecido que semear na seara da ciência, tecnologia e inovação, com políticas públicas  que unam cadeias “supply chain”  às universidades, fazem  acontecer o crescimento sustentável de  economias e a melhoria da qualidade de vida de seus povos, como vimos florescer na Ásia .

Porque então o governo Temer mostra tal miopia ao cortar linearmente, os orçamentos ligados às áreas acima referidas?

Pois em  um momento crítico para a pesquisa e inovação no País, em que as verbas de fomento a serem aplicadas em laboratórios em todo País, caem à níveis de indigência africanos, temos a incumbência de lançar a sétima edição da revista Sciencomm, dedicada exatamente à publicação de artigos de iniciação científica, orientados por professores doutores , pesquisadores  lotados no LEPU-Laboratório de Ensino e Pesquisa de Usinagem da UFU- Universidade de Uberlândia, e que , nos últimos 3 anos foram apresentados à comunidade  acadêmica  brasileira, nos colóquios de usinagem acontecidos em Natal-2015, Uberlândia-2016 e Ouro Preto-2017.

Uma especial atenção à implantação da autodeclaração do LEPU ao Sistema integrado de Gestão –SIG- com adesão às normas ISO9001,ISO14001 e OSHAS 18001, realizado por esta equipe, que se coloca  ante o desafio de estar no mesmo nível de laboratórios industriais  ao redor do mundo, quando produzem produtos e serviços  de qualidade, com total respeito ao meio ambiente e à preservação da segurança e saúde dos operadores - alunos, professores  e funcionários da UFU.

Animados por esta visão, e pela missão de formar talentos humanos, esta edição da revista Sciencomm documenta tal tarefa, para  que possa ser replicada em laboratórios ocupados  com a arte e a necessidade de fazer ciência, inovação e tecnologia, como forma de resistência aos momentos difíceis por que passa a Nação.

 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Réquiem para o Rio?




 

“Na primeira noite eles se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim.

E não dizemos nada. Na Segunda noite, já não se escondem: pisam as flores,

matam o nosso cão, e não dizemos nada. Até

que um dia , o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, arranca-nos a voz da garganta e porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.”

Maiakóvski

 

Li atentamente as diversas reportagens do jornal “O Correio” sobre a devastação que atinge a nascente  e os tributários do rio Uberabinha. Pude ver diversas manifestações de leitores, muitos de fora da cidade preocupados com a falta dágua que está sendo contratada ainda para esta década.Uso este espaço como voz de muitos leitores que através de e mails tem mostrado indignação com a alienação de autoridades com tudo que está acontecendo a este corpo dágua .Principalmente o ministério público que normalmente é a grande esperança do povo  para reverter situações como essa.Com artigos de jornal e os estudos da UFU sobre o tema, qualquer promotor de meio ambiente já tem condições de promover uma ação civil pública, obrigando  autoridades municipais ,estaduais e federais a realizar ou interditar obras em favor da saúde e do futuro   do rio. Não entendo o que está impedindo estes senhores de fazer o seu dever!

  preocupação com a desarticulação da sociedade com relação a este assunto.  Existe um conselho Municipal de Meio Ambiente? ,este seria um dos fóruns adequados. O outro seria o comitê de bacia, que a exemplo de tantos já instalados no País e no mundo, cai na tentação de ser braço do abuso administrativo dos políticos de plantão. Interesses divergentes entre cidades quanto ao uso da água. Denúncias e ações contra crimes ambientais. Planejamento estratégico envolvendo várias regiões metropolitanas. Tudo deve ser discutido nesses fóruns. Há falta de vontade política dos governantes. Só restam os trabalhos idealistas das ONGs de Meio Ambiente. Que representam um novo paradigma  com sua voz rouca de gritar,e que acabará por ser ouvida -porque estruturará a reação da sociedade. Me lembro do NPABS- Núcleo de Pesquisas Ambientais da Baixada Santista- uma ONG que ajudei a fundar e fui seu primeiro presidente. Queríamos somente ajudar a população contra os impactos sobre sua saúde da poluição residual em Cubatão. E conseguimos ,defendendo teses de mestrado, doutorado. Aliados a promotores públicos centros de pesquisa, outras ONGs, Universidades,  buscamos força política contra o poder político viciado e o poder econômico das indústrias interessados em que não viesse a tona os resultados das pesquisas. Houve ameaças contra pesquisadores e até morte de promotor público(Talvez seja por isso que assistimos tanto silêncio de alguns).Mas conseguimos vitórias significativas. Cinco anos e 300milhões de dólares depois a solução está acontecendo. Um sucesso para a saúde da sociedade da baixada santista. Aqui o ar empestado do jardim patrícia e adjacências por importante indústria avícola não incomoda a FEAM e promotores de meio ambiente, tampouco

nossos políticos, que só pensam na próxima eleição. E o Rio ? deixaremos  morrer? Finalizando, uma homenagem à  voz que o governo Lula não conseguiu calar: Bóris Casói – que se tivesse aqui diria: Isto é uma vergonha!

José Carlos Nunes Barreto

 Professor doutor-debatef@debatef.com

 

“Estado da arte do Projeto de Certificação Integrada do LEPU (Laboratório de Ensino e Pesquisa em Usinagem) da UFU”


Relatório final sobre o “Estado da arte do Projeto de Certificação Integrada do LEPU (Laboratório de Ensino e Pesquisa em Usinagem) da UFU”, tendo como base, os conceitos das normas ISO9001:2008; ISO14001:2004 e OHSAS18001:2007.
 
Dr.Jose carlos Nunes Barreto(1)- Prof.Dr.Álisson Rocha Machado(2) – Vanessa Augusta Ferreira(3) Vitor  Petrucci(4)
  1. Introdução
A preocupação que a sociedade vem demonstrando com a qualidade do ambiente, e com a utilização sustentável dos recursos naturais, tem-se refletido na elaboração de leis ambientais cada vez mais restritivas quanto à emissão de poluentes, à disposição de resíduos sólidos e líquidos, à emissão de ruídos e à exploração de recursos naturais. Acrescente-se, a tais exigências, a existência de um mercado em crescente processo de conscientização ecológica, no qual mecanismos como selos verdes e normas, como a Série ISO 14000, passam a constituir atributos desejáveis, não somente para a aceitação e compra de produtos e serviços, como também para a construção de uma imagem ambientalmente positiva junto à sociedade. Também a necessidade de garantir a integridade física, psicológica de quem produz, tem levado as empresas a certificar seus serviços de S&SO, (Saúde e Segurança Ocupacional),através da norma OHSAS 18001:2007.                                   
Dessa forma, para propor a criação de um sistema de gestão ambiental e de S&SO, aplicado aos laboratórios de usinagem de materiais, faz-se necessária uma visão geral do departamento como gerador de conhecimento(dissertações, teses, artigos) e patentes, conforme a ISO9001:2008 - (fig 1), para a criação de um modelo coerente e sustentável. Pensando-se desta forma, chega-se a alguns questionamentos, entre eles o principal: como montar um sistema de gestão integrada, com as citadas normas em um laboratório, de ensino e pesquisa em usinagem?(ALVES, P. H. & BARRETO, J. C. N. ,2010).Responder a esta pergunta é o objetivo deste trabalho.
 2-Histórico 
A parceria para este pós doutorado, nasceu em Goiânia há 5 anos atrás, quando o autor foi escalado para autorização de um curso de Engenharia Mecânica, como avaliador do MEC, conhecendo como parceiro de avaliação o professor Álisson Rocha Machado, supervisor deste pos doc e na época coordenador do LEPU. Ao terminar a tarefa, e sabedor de nossa atividade como consultor na área de qualidade Meio Ambiente e Saúde e Segurança Ocupacional, e autor de Tese de Doutorado na USP, sobre o tema, aos poucos foi sedimentada a idéia deste trabalho como um desafio, haja vista as consultorias acontecerem em empresas privadas, e O LEPU  ser um laboratório, dentro de uma Universidade Federal. O primeiro impacto para quem chega, apesar de aposentado há 20 anos em uma Instituição Federal de Ensino,  ligada à Tecnologia e patentes (O Instituto Federal de Ensino e Tecnologia de SP), vindo da iniciativa privada como sócio diretor de consultoria desde 1989 - é de perplexidade, pois a comunidade aparentemente não valorizava   normas que regem o mercado nacional, e internacional, notadamente as ISOs9001 e 14001. E, mensalmente convidado para as reuniões de departamento, o autor foi um pregador a convencer professores e alunos de sua importância,  enfrentando resistências esperadas( porque as há nas companhias privadas)e, as não esperadas, por parte de formadores de opinião na academia, notadamente professores e técnicos de carreira. A  aposentadoria do supervisor durante o trabalho, também trouxe turbulências, com a troca de lideranças na coordenação do laboratório, que não partilhavam da mesma visão proposta pelo trabalho.  Todavia a experiência do professor Àlisson ao costurar sua sucessão, nos possibilitou a continuidade. E garantiu a formação de uma pequena, porém aguerrida  equipe de alunos de Iniciação científica(ICs) , que ajudou a implantar Procedimentos Padrão, realizar as Comunicações com o alunado, reuniões com professores, fazer 5Ss, auditar, publicar(foram 4 artigos nos Colóquios de Usinagem de 2015 e 2016 ), construir follow ups, transportar resíduos perigosos-conforme padrão até o laboratório de resíduos da UFU, fazer projetos e implantá-los. O projeto foi submetido ao CNPQ, que em 4 pareceres obteve 3 favoráveis, porém não foi escolhido para obtenção de recursos. E mesmo assim foi bancado pela empresa DEBATEF SOLUÇÕES e CONHECIMENTO, na confecção das  faixas de segurança. Alertamos há 8 meses para a necessidade de se fazer manutenção preditivas e preventivas  nas Máquinas  ROMI, e no MEV, e  tais recursos, se tivessem sido aprovados pelo CNPQ, com certeza teriam sido usados para evitar a paralização de emergência das  máquinas ,como infelizmente aconteceu, e permanece até hoje, por falta de numerário, travando projetos do LEPU- (o que não poderia ocorrer se o mesmo estivesse prestando serviços ao mercado).
 
3- Metodologia
Para atingir o  objetivo proposto, dividimos a proposta  em:
1 ª  Etapa: Diagnose
                Foi realizado  um levantamento geral do LEPU, no que se refere às necessidades de implantação do Sistema Integrado de gestão da qualidade. Esta análise  foi executada através de entrevistas com , coordenadores, pesquisadores e professores, além de alunos usuários. Os pontos  analisados nesta fase foram: O fluxo global de atividades do LEPU (desde o planejamento até a entrega de produtos e serviços)-fig2; Os fluxos de produção e/ou execução de serviços(uso de softwares foram testados e artigo publicado no Coloquio de Usinagem 2016); As exigências legais; Fornecimento de matéria prima; As atividades de atendimento a clientes (alunos, em sua maioria, mas também professores, e outros departamentos).
  
2 ª  Etapa- Estruturação do Sistema e documentação
  • Análise da sistemática a ser adotada para elaboração de procedimentos;
  • Estabelecimento do House Keeping(5S) com uso das demais Ferramentas da Qualidade;
  • Criação de procedimentos básicos integrados a partir do Sistema ISO9001:2001:2008/ISO14001:2004/OSHAS18000:2007,(ver cronograma na fig3 a seguir ) regulamentando as seguintes atividades:
a) Como redigir procedimentos e outros documentos-Confeccionado o Manual da Qualidade, anexo, além dos principais POPs;
b) Estrutura de arquivos  para originais e cópias de documentos, através da criação de um blog do LEPU com documentos e artigos críticos digitalizados;
c) Processo de elaboração, com comentários  em reuniões mensais do LEPU com RD e RA(representantes da diretoria e coordenação) - e emissão de documentos;
d) Codificação de documentos;
e) Sistemática para revisões de documentos técnicos;
f) Controle para distribuição de cópias via emails;
g) Tratamento de documentos confidenciais;
h) Definição e treinamento de redatores entre os usuários, atores do Sistema, (do LEPU),responsáveis pelo co-planejamento do SGQ,SGA e SS&SO do LEPU; i) Elaboração dos procedimentos operacionais Padrão- POPs a medida que os processos avançam na integração das normas .
 
3ª Etapa - Implantação dos POPs e projetos da equipe de Qualidade, entre os operadores e usuários do LEPU.
 
4- Resultados  e discussão
Vantagens e Benefícios  pós implantação do SIG:
 -  Redução de custo( embora ainda  em fase de levantamento );
 - Melhoria dos processos e  sustentabilidade da produção- com implantação  dos POPs e 5S;
 - Maior envolvimento dos técnicos, professores e alunos;
 - Criação de um blog com artigos e documentação do LEPU.
 - Projeto e implantação de faixa de segurança com financiamento externo (fig3).
 - Colocação do LEPU como protagonista, ao ficar em um pequeno universo brasileiro de laboratórios, com processos sendo preparados para futura certificação integrada nas normas ISO9001/ISO14001 e OSHAS 18001.- através da implantação da cultura da qualidade, segurança, e Meio Ambiente.
 
5-Considerações Finais:
 
 O Cronograma  acima(fig 4), foi executado em 1,5 anos-portanto com atraso de 6 meses, e parcialmente nos quesitos: infraestrutura item 6.3 (falta de recursos-que persiste- para investir em faixas de segurança, manutenção preditiva e preventiva nas máquinas, containers para transporte de resíduos perigosos) ; Ambiente de Trabalho item 6.4( troca de cadeiras e escrivaninhas quebradas-realizadas parcialmente também por falta de recursos- e adesão tardia de funcionários à nova ordem estabelecida); Conscientização(falta de apoio até mesmo de professores) - itens 6.2.2,4.42,4.42.O que significa que só  foram concluídos os quesitos:
  1. Os processos para a qualidade- Identificamos  processos padrão similares executados no LEPU,do 5S à artigos,dissertações,teses e possíveis patentes ( realizamos pesquisa que identificou quais operações são mais utilizadas nas máquinas dos laboratórios-apresentada em artigo no Colóquio de Usinagem em 16-11-2016)) atendendo ao requisito 4 da  ISO9001:2008;
  2. Os aspectos ambientais da operação do LEPU-Identificando e dando fim adequado a resíduos que causam impactos ambientais( Apresentamos artigo no Colóquio de usinagem 2015 sobre o tema)- foram realizados POPs que adequam o laboratório ao requisito 4.3.1 da ISO14001:2004;
  3. Perigos e Riscos de SSO(Saude e Segurança Ocupacionais)- Estabelecendo relatórios e comunicação com a comunidade (através de fotos,antes e depoisdo 5S e uso adequado de EPIs)de não conformidades  em SSO – uso  de EPIs -Requisito 4.3.1 da OHSAS 18001;
  4. Requisitos legais e outros- Alerta de não conformidades (com fotos)no cumprimento das NrS5 e 9,e auditoria com fotos sobre os POPs e  Planos de ação da comunidade -requisitos 4.3.2 da  ISO14001 e requisito 4.3.2 da OSHAS18001;
  5. Política Integrada- Estabelecimento da Política e missão do LEPU-Requisitos 5.4 da ISO 9001;4.3 da ISO14001 e 4.3 da OHAS18001;
  6. Foco no Cliente- Estabelecimento da missão do Lepu como formador de pessoas-requisito 5.2 da ISO9001;
  7. Requisitos Gerais-Os fundamento da ISO9001 expressos em um manual da Qualidade  -requisito 4.1 da ISO9001;
  8. Processos com clientes- Identificação dos processos principais( pesquisa mostrada no artigo publicado no colóqio de Usinagem em 11-11-2016,  para atender os clientes LEPU- requisito 7.2 da ISO9001.
O projeto usa a tecnologia da ferramenta da qualidade PDCA, ou seja, a melhoria continua “Kaizen”, para admitir  que este processo nunca terminará, mesmo após a possível certificação do laboratório em futuro próximo, após cumprir todos requisitos ainda pendentes, e contar com melhor apoio da comunidade ante todos benefícios, alguns já vislumbrados, e outros ainda por vir. Entre eles a possibilidade da venda de serviços e  produtos sob patentes, nos Mercados nacional e internacional. O atual estágio já permite ao LEPU se autodeclarar como Organização que aderiu ao SIG –Sistema Integrado de Gestão  tendo como base os conceitos das normas ISO9001:2008; ISO14001:2004 e OHSAS18001:2007.Como ensinou o revolucionário líder do Vietnan do Norte, que derrotou as tropas americanas- Ho Chi Min: “uma grande caminhada começa com o primeiro passo”. 

6-Referências

 
ABNT - NBR ISO 9001:2008. Sistemas de gestão da qualidade: requisitos.
 
ABNT - NBR ISO 14001:2004. Sistemas de gestão ambiental: requisitos com orientações para uso.
ALVES, P. H. L; BARRETO, J. C. N. A implantação do Sistema de Gestão Integrada (SIG) em laboratórios de análises clínicas e biomédicas. Sinergia. São Paulo, v. 11, n. 2, p. 218-230, jul./dez. 2010
OHSAS 18001:2007. Sistema de gerenciamento de segurança e saúde ocupacional: especificação.
 
BARRETO, J. C. N. Apontamentos de aula sobre SIG/GIQ no curso de especialização em Gestão Ambiental. Universidade de Uberaba 2007.
 
BARRETO, J. C. N. As ferramentas da qualidade e seu uso no gerenciamento da indústria no polo sídero-petroquímico de Cubatão. Tese (Doutorado) em Saúde Pública. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000. Disponível em: <http://www.usp.br/teses/>. Acesso em: 23 fev. 2010.
 
BISPO, C. A. F.; CAZARINI , E. W. Avaliação qualitativa paraconsistente do processo
de implantação de um sistema de gestão ambiental. Gestão da Produção, jan./abr. 2006, vol.13, n.1, p.117-127.
 
COMIT Ê BRASIL EIRO DE GESTÃO AMBIENTAL /ABNT CB-38. Interpretação
NBR ISO 14001 (2004), fev. 2006. DET NORSKE VERITA S – DNV. Disponível
em: <http://www.dnv.com.br>. Acesso em: 20 abr. 2007.
 
ENVIROMENTAL MANAGEMENT – 2002. In: INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR
STANDARDIZATION (ISO). Disponível em: <http://www.iso.ch>. Acesso em: 19 ABR 2007.
OLI VEIRA, M. A. Em busca da excelência empresarial. São Paulo: DVS Editora, 2004.
WORLD WILDLIFE FUND (WWF-Brasil). Disponível em <http://www.wwf.org.br>.
Acesso em: 19 abr. 2007.
 
 
 

Wikinomics ou ideágora


                        
 
“Tudo posso naquele que me fortalece”apóstolo Paulo
 
O conceito de ideágora –mercado para idéias,inovações e mentes singularmente qualificadas-nos remete às ágoras atenienses em que os cidadãos discutiam idéias.E nelas o apóstolo dos gentios,Paulo de tarso, disputava com sofistas, filósofos e doutores acerca da fé cristã, e a muitos convenceu pela força da sua fé no nosso Senhor, como um único Deus,uma inovação naquelas pairagens  de muitos deuses,algo impensável para tantos atenienses.
 Interessante notar como  tantos anos depois na WEB, estamos virtualmente numa égora discutindo idéias, fazendo inovações e conseguindo colaboração em massa, a partir da força de experimentos ou de resultados de inovações. Como Paulo fez ao pregar o cristianismo no berço dos pensadores de Atenas, empresas e cidadãos colocam na internet, problemas que exigem soluções e inovações.Consumidores colocam patentes em sites a espera de compradores, conforme mostra o livro que dá título a este artigo, de autoria dos professores Don Tapscott e Anthony Wilians.
Este escriba tem uma experiência que precedeu este momento da humanidade, um pouco antes do tombamento das torres gêmeas em 2001.O mundo era outro.Não se tinha a exata noção de como a internet iria mudar a economia do conhecimento. Havia exagero em plena época das empresas pontocom cuja ruína acompanhamos logo depois.Voltava eu de Xangai,onde tinha apresentado minha “Matriz de Qualidade Ambiental “para Cubatão, no mais prestigiada conferência de novos sistemas de gestão do mundo à época.Lá os chineses estavam atrás ( e ainda estão) de inovações que o ajudassem a fazer a gestão ambiental de pelos menos 11 “ Cubatãos  ” que o desenvolvimento insustentável os levaram a construir.Eles não têm água como nós.E estavam pressionados a mudar uma dessas cidades de lugar para salvar seus parcos recursos hídricos.Após a apresentação do meu trabalho, o chefe do partido comunista e seu séqüito de assessores e seguranças se dirigiram a mim e pediram para que ficasse seis meses no País para ensinar a Matriz  e aplica-la nas diversas províncias,carentes de gestão ambiental.Diante da minha difícil recusa,alegando compromissos no Brasil-na verdade não agüentava mais a comida chinesa nos últimos 30 dias, o reitor da universidade de Jiatong, presente na conversa propôs o uso da internet para nos comunicarmos  após a minha vinda para o Brasil. Para encurtar a prosa,com minha ajuda os chineses aperfeiçoaram a Matriz e a aplicaram dois anos antes de Cubatão.O que acabou acelerando a aplicação da mesma no Brasil.Mr tapscott conta que grandes corporações comoP&G,IBM,apple e Sony entre tantas aprenderam que a inovação e as boas idéias podem estar fora da empresa em qualquer lugar do mundo, nesta rede que reduz exponencialmente o custo de P&D.Por míseros 25000 dólares de prêmio,substituem carísssimos laboratórios e cientistas com altíssimos salários,  na casa de bilhares de dólares.E este é só o começo.A revolução esperada é a mesma feita pelo evangelho de Paulo,que na época, sem internet se tornou “ o poder de Deus para transformação de todo aquele que crê”.Algo intangível e sem altar.Sem sacrifícios.E com fardo leve ,em relação aos deuses atenienses.  Tal qual  Ideágora - a nossa gestão do conhecimento.
 
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com.br