terça-feira, 25 de outubro de 2016

Freakonomics ou Eureca!


            

 

“Desconfie sempre da  sabedoria convencional. O senso comum precisa ser confrontado com perguntas, muitas perguntas...” Steven Levitt


 

Num dos meus recentes artigos  tomei emprestada , a forma de ver o mundo do premiado  professor Steven Levitt, (co-autor de Freakonomics) da Universidade de Chicago, quando em suas análises de extrema simplicidade, desvenda o lado oculto das coisas. Me refiro à questão do aborto: A legalização do mesmo em 1973, trouxe como benefício acidental  a queda da criminalidade nos EUA. Este é um fato constatado em dados estatísticos  no  seu trabalho,  que ganhou  a prestigiosa medalha John Bates Clark, uma  ante-sala  do prêmio Nobel. Neste estudo, Levitt demonstra  que a legalização do aborto foi responsável por metade da queda da criminalidade, nos anos 90.Explica-se: Com esta medida, se impediu o nascimento de milhões de crianças pobres, e  principalmente indesejadas, muitas vezes filhas de mães solteiras. Condições que matematicamente aumentam a  probabilidade do ingresso do menor ,em uma vida de crimes. A esquerda acusou-o  de propor medidas racistas e eugenistas(ou seja eliminar os negros, índios,e minorias). Os conservadores acusam o professor ,de ser propagandista do aborto. Também a este  escriba, por ter afirmado que a igreja, notadamente a romana, tem que assumir suas responsabilidades por   impedir o aborto( entre outras tantas medidas contraceptivas   importantes e que evitam a gravidez sem precisar chegar ao extremo de matar um feto )

.Como cristão não  recomendaria o aborto. Mas estou trabalhando sobre dados e fatos científicos, que não podem ficar  na penumbra, neste momento de caos e reflexão sobre a segurança pública. As igrejas, como integrantes da sociedade, não podem fugir a este debate, em função da sua responsabilidade  ao guiar  seu rebanho. Não teremos recursos para construir presídios de segurança máxima para tanta gente, que seria boa, caso nascesse num ambiente de amor, exemplos e compreensão do lar, ou de sucedâneos. Tudo que fizermos atualmente será pouco, porque juntamente com esta política pública, deveria haver outras “casadas”, como a descriminalização das drogas- para acabar com este mercado do inferno.  Muita gente já pregou no deserto: Al capone, um mito por sua força mafiosa, só existiu por causa da   lei seca  nos EUA. Uma simples aplicação da lei de oferta e procura, como sabemos hoje. Então não adianta me atacarem por causa do aborto. Acho que antes disso o estado, a sociedade ,a igreja - que somos todos nós, deveríamos aplicar a prevenção, para principalmente evitar a epidemia de grávidas menores, e com  problemas de insegurança alimentar(vide última pesquisa IBGE sobre o assunto) Este é um momento crítico em que além de, ter fé em Deus, e orar , fazer o bem é assumir escolhas  cruciais para os próximos 20 anos: Votar certo; educação de qualidade em tempo integral com formação tecnológica tipo SENAI; Merenda escolar reforçada; Primeiro emprego para valer (não esta vergonha que o governo faz- não dá emprego sequer para o chefe da família );Políticas de adoção de orfãos com paradigmas de mercado , e tendo  o estado  apenas como regulador. Como diria meu avô: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

José Carlos Nunes Barreto

Professor doutor

debatef@debatef.com

 

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