“Desconfie
sempre da sabedoria convencional. O
senso comum precisa ser confrontado com perguntas, muitas perguntas...” Steven
Levitt
Num dos meus recentes artigos tomei emprestada , a forma de ver o mundo do
premiado professor Steven Levitt,
(co-autor de Freakonomics) da Universidade de Chicago, quando em suas análises
de extrema simplicidade, desvenda o lado oculto das coisas. Me refiro à questão
do aborto: A legalização do mesmo em 1973, trouxe como benefício acidental a queda da criminalidade nos EUA. Este é um
fato constatado em dados estatísticos
no seu trabalho, que ganhou
a prestigiosa medalha John Bates Clark, uma ante-sala
do prêmio Nobel. Neste estudo, Levitt demonstra que a legalização do aborto foi responsável
por metade da queda da criminalidade, nos anos 90.Explica-se: Com esta medida,
se impediu o nascimento de milhões de crianças pobres, e principalmente indesejadas, muitas vezes
filhas de mães solteiras. Condições que matematicamente aumentam a probabilidade do ingresso do menor ,em uma
vida de crimes. A esquerda acusou-o de
propor medidas racistas e eugenistas(ou seja eliminar os negros, índios,e
minorias). Os conservadores acusam o professor ,de ser propagandista do aborto.
Também a este escriba, por ter afirmado
que a igreja, notadamente a romana, tem que assumir suas responsabilidades
por impedir o aborto( entre outras
tantas medidas contraceptivas
importantes e que evitam a gravidez sem precisar chegar ao extremo de
matar um feto )
.Como cristão não recomendaria o aborto. Mas estou trabalhando
sobre dados e fatos científicos, que não podem ficar na penumbra, neste momento de caos e reflexão
sobre a segurança pública. As igrejas, como integrantes da sociedade, não podem
fugir a este debate, em função da sua responsabilidade ao guiar
seu rebanho. Não teremos recursos para construir presídios de segurança
máxima para tanta gente, que seria boa, caso nascesse num ambiente de amor,
exemplos e compreensão do lar, ou de sucedâneos. Tudo que fizermos atualmente
será pouco, porque juntamente com esta política pública, deveria haver outras
“casadas”, como a descriminalização das drogas- para acabar com este mercado do
inferno. Muita gente já pregou no
deserto: Al capone, um mito por sua força mafiosa, só existiu por causa da lei seca
nos EUA. Uma simples aplicação da lei de oferta e procura, como sabemos
hoje. Então não adianta me atacarem por causa do aborto. Acho que antes disso o
estado, a sociedade ,a igreja - que somos todos nós, deveríamos aplicar a
prevenção, para principalmente evitar a epidemia de grávidas menores, e
com problemas de insegurança
alimentar(vide última pesquisa IBGE sobre o assunto) Este é um momento crítico
em que além de, ter fé em Deus, e orar , fazer o bem é assumir escolhas cruciais para os próximos 20 anos: Votar
certo; educação de qualidade em tempo integral com formação tecnológica tipo
SENAI; Merenda escolar reforçada; Primeiro emprego para valer (não esta vergonha
que o governo faz- não dá emprego sequer para o chefe da família );Políticas de
adoção de orfãos com paradigmas de mercado , e tendo o estado
apenas como regulador. Como diria meu avô: uma coisa é uma coisa, outra
coisa é outra coisa.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com
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