Só alguém que escuta as respostas no vento, sabe o que é ter fé e confiança
Yeah and how many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes and how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the Wind
Bob Dylan-Prêmio Nobel de Literatura
Aos meus alunos de pós graduação tenho sempre de mostrar “cases” de planejamento estratégico bem sucedidos, e neles constato que a visão dos fundadores é o que move essas organizações. Quem acreditaria na revolução contida em um pequeno computador pessoal, na década de 70?-caso da Microsoft de Bill Gattes - ou que um armazém de varejo em Uberlândia, disposto a fazer entregas a seus clientes, se transformaria na maior empresa de logística da América Latina, tantos anos depois ?- caso do Grupo Martins do Sr Alair Martins; ou que o sonho de Martin Luther King “libertaria” a sociedade negra americana, e geraria a poderosa Michele Obama de hoje?- Sempre pergunto em minhas consultorias: como você e sua empresa esperam fazer negócios daqui a dez anos? A maioria dos empresários não sabe a resposta. Alguns poucos respondem na ponta da língua. Têm-na como visão ,após o filtro dos princípios(crenças e valores)somados à análise do ambiente de negócios. Há fé nestes líderes.
Ao “tocarem” as organizações(religiosas,empresas ou países) essas lideranças têm a seu favor “insights” que lhe são emprestados por conselheiros, normalmente fora dos papéis e ambições hierárquicas da organização que dirigem. Esses costumam dar ao líder opiniões e informações imaculadas, com elevada franqueza e iluminada perspectiva de êxito. Há entre esses conselheiros e líderes, uma relação de confiança que Saj-nicole Joni chama de estrutural, em seu brilhante artigo ”A Geografia da Confiança”, em “Harvard Dusiness Review” 2004-03, após estudar a questão de liderança em 150 empresas européias e americanas. Há segundo a autora, dois outros tipos de confiança: a profissional e a pessoal. Fica claro que um dirigente precisa de um “kitchen board” -uma espécie de conselho de sua cozinha- ,para que suas decisões possam acontecer, após ouvir pelo menos três opiniões as vezes estruturais, outras profissionais e algumas até pessoais, porque após tomadas e executadas moverão muitas vezes mercados, países e o mundo.
Interessante notar que, quando se movem dentro da organização, os conselheiros podem mudar o peso de suas opiniões junto ao líder. A confiança profissional cresce à medida que a liderança trabalha lado à lado com indivíduos, que reiteradamente demonstram domínio sobre certos processos e áreas do saber. Alguns homens de confiança estrutural deixam de sê-lo, quando assumem cargos dentro da organização, e passam a ser “contaminados” pelos interesses corporativos. Já a confiança pessoal, normalmente conservada a partir de laços familiares ou de amizade, é refém de todas as mazelas que estas relações abrigam, fazendo despencar(no divórcio por exemplo)conselheiros e ascender novos, com todos os seus impactos.
Por maior que seja a ascensão de alguém no papel de líder, a tríade de confianças estrutural, profissional e pessoal é mais do que necessária em seu corpo de conselheiros, para tomada de decisões que podem mudar a vida de milhares de pessoas, e a sorte de organizações. Já a fé...esta só vem de Deus(para os que crêem).
Concluindo:“ “A Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vê-em” ensina a bíblia, ”um líder para ter sucesso deve aprender a usar a geografia da confiança” completa Saj-Nicole Joni. Que tal ficarmos com as duas, fé e confiança, para líderes e para nós mortais comuns nesta pós-páscoa?
José carlos Nunes Barreto
Professor Doutor
Debatef@debatef.com
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