Uma vida inteira ensinando... e não quero parar. A falta de preparo de dirigentes de escolas , para lidar com gente, tem me impressionado durante todo esse tempo. Eu nasci para fazer isso- e apesar deles, o faria de graça hoje, se não me pagassem. No ano de 2010, formamos a oitava turma de especialistas em Gestão de Pessoas. E, como era de praxe , convidei um ilustre palestrante para dar a aula magna. Olhem abaixo o que aprendi...
09-04-2010* José Carlos Nunes Barreto via gazeta do Triângulo
Algumas pessoas marcam a vida de outras com um simples olhar, minha mulher, por exemplo. Outras, como lavrou
Eduardo Galeano, "incendeiam (com ações e palavras) a vida com tamanha vontade, que é impossível olhar para elas sem
pestanejar - o mundo é isso: um mar de fogueirinhas - cada pessoa brilha com luz própria entre as outras. Não existem
duas fogueiras iguais", segundo ele, "existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco que
enche o ar de chispas".
Como o vice-presidente de talentos humanos do grupo Algar, Dr. Cícero Domingos Penha, que convidei para proferir a
aula magna da oitava turma, do pós graduação coordenada por mim, em gestão de pessoas, no mês de março daquele ano.
Pela importância do evento para os futuros gestores de pessoas, bem como pela história do ilustre palestrante, resolvi
dividir seu elevado conteúdo com meus leitores, através dos principais tópicos de sua fala. Primeiro ao narrar sua vida,
iniciada como funcionário pobre, filho de nordestinos, que começa a carreira como assistente administrativo e chega ao
topo da organização. Depois, com serenidade e paciência, ao responder questões básicas formuladas por quem está
começando na arte de gerenciar pessoas, por fim num belo exemplo de solidariedade e generosidade ao ceder para o
hospital do câncer o pró labore recebido.
Começou sua conferência enumerando os principais papéis de um líder de pessoas na empresa: 1 - Direcionar (dar a
causa); 2 - Suportar (dar condições de trabalho); 3 - Motivar as pessoas (dar a elas razões para produzir) e 4 - Cobrar
resultados (fazer follow up).
Vejo nestes quatro pontos, os pecados capitais cometidos na gestão com pessoas, quando faço auditorias ou tenho de
me relacionar com empresas e seus líderes. Aí destaco o bom início da aula. Em seguida ele mostrou os desafios e
competências pessoais do líder para poder cumprir esses papéis: ter objetividade e praticidade; capacidade de
convencer; capacidade de lidar com ambiguidades e com várias coisas ao mesmo tempo; gerenciar o déficit de atenção;
desenvolver inteligência emocional e balancear carreira e vida familiar, ufa!.
Todos estes temas, ensina Cícero, podem ser desenvolvidos, e melhorados durante a carreira do gestor de pessoas. E
para isso é preciso entender os desafios a serem enfrentados como líder no trabalho: conhecer e entender bem a
dimensão da sua responsabilidade e do seu papel; diferenciar-se pelo conjunto de suas atitudes. Ele destaca oito
atitudes que diferenciam um líder: comprometimento com a causa; uma eterna insatisfação com o "status
quo" tomada de decisões a tempo e a hora; não controlar demais nem de menos; postura de educador; defesa
incondicional dos valores; não delegação do que é indelegável; não procrastinar decisões que afetam a vida das pessoas.
Esplêndido! Já pensaram se todos os nossos empresários, pastores, políticos e mestres, que cuidam e dependem de
gente, fizessem isso à risca?
Finalizando, ele pontua que todo líder de pessoas deve entender de gente e de psicologia, porque o ser humano é
indivisível, visto que em vida, não se separa o corpo da alma, também razão e emoção andam, quase sempre, juntas. Daí
não há como deixar os problemas pessoais na portaria. Muito mais aprendemos, todavia o espaço aqui acabou.
Obrigado Cícero!
* Professor doutor
debatef@debatef.com
Gazeta do Triângulo
http://www.gazetadotriangulo.com.br/site Produzido em Joomla! Criado em: 6 September, 2010, 16:29
Gazeta do Triângulo
http://
Blog do Consultor e Professor de Graduação e Pós Graduação José Carlos Nunes Barreto
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Brasil mostra tua Cara!
Naquele ano Lula reinava como líder máximo do País e roubava o País no mensalão e, embora ainda não soubéssemos, também no Petrolão. Poucos se arriscavam a criticá-lo...este escriba era um desses.
em 13-02-2010 * José Carlos Nunes Barreto via gazeta do triângulo
Em virtude dos estragos que a crise econômica mundial faz no Japão, em 10 anos a china sairá de um PIB próximo ao do
Brasil, para ocupar o segundo posto no ranking mundial atrás dos EUA, agora entre 2010 e 2011.O Keynesianismo em
alta em todo mundo convenceu aquele país a investir 600 bilhões de dólares em infraestrutura, enquanto por aqui
investimos 53 bilhões, fora os famosos desvios mostrados pelo TCU.A diferença entre nós e eles, pode-se ver nos
resultados:em plena crise os chineses cresceram mais de 8% ao ano enquanto nosso aumento do PIB zerou.Se algo
assim acontecesse por lá, grandes convulsões sociais aconteceriam envolvendo bilhares de seres humanos que
deixaram o campo a procura de melhoria no padrão de vida, e seriam feridos ou mortos em lutas fatricidas. O Brasil
melhorou muito nestes últimos 15 anos de estabilidade pós Real nos governos FHC e Lula, que retirou 20 milhões de
pessoas da pobreza elevando-as à classe média. Todavia restam ainda 32 milhões de irmãos pobres e analfabetos - uma
argentina, e um ano com resultados ruins como o que passou, impede que alguns desses milhões sejam retirados do
limbo social.
Acompanhar a série histórica do PIB pode trazer alguns ensinamentos: nosso Pais cresceu 157 vezes entre 1870 e
1987, enquanto os japoneses cresciam 87 vezes e os americanos 53 vezes.Porém após 1987, passamos a incrementar
ao PIB em média só 3% ao ano, e a continuar assim, levaremos 50 anos para alcançar o nível de vida dos americanos e
do lado desenvolvido da China.
Hoje já é sabido que, o que nos faz ficar atrás da China é a educação do povo. A nossa escola é medíocre e não
somente para o lumpezinato. As elites quando confrontadas pelos testes internacionais tipo “Pisa”,
repetem as mesmas más notas da escola pública. Continuando a comparação, podemos dizer que nosso País obteve
avanços espetaculares em confortos materiais, quando 90% do povo tem água encanada(é certo que o lixo e o esgoto
ainda são casos de polícia, com somente cerca de 35% dispostos adequadamente),mas 90% dos nossos tem geladeira,
televisão e dezenas de outros confortos , o que nos leva a afirmar, como Schumpeter, que são os mais pobres os que
ganham em qualidade de vida , quando há crescimento econômico, e no caso, comparar o Brasil de hoje com o de 1900
nos faz entender isso. Naquela época, a expectativa de vida ao nascer era de 30 anos e hoje é de 70 anos em média.
Nem tudo porém são flores , lá na China e aqui. O estado comunista tira a liberdade até na internet - basta ver a briga
do Google para manter o sigilo dos e-mails daquela comunidade. E no nosso País? somos o maior consumidor mundial
de Rivotril - um antiansiolítico barato - o que não acontece em outros países, e dá pistas sobre um sério sofrimento
psíquico da população, que bate de frente com outras pesquisas que nos mostram como um povo otimista e feliz.
Concluo refletindo sobre este ano em que votaremos para presidente , e o grande desafio de um oponente como José
Serra, será convencer às mais de 100 milhões de almas que recebem subsídios do atual governo, que as coisas vão
melhorar e que nada lhes será tirado. Seria fundamental portanto, mostrar a esses, a história recente desta nação, que
como vimos, não foi construída somente pelo "santo" Lula.
* Professor doutor
debatef@debatef.com
Gazeta do Triângulo
http://www.gazetadotriangulo.com.br/site Produzido em Joomla! Criado em: 6 September, 2010, 16:34
em 13-02-2010 * José Carlos Nunes Barreto via gazeta do triângulo
Em virtude dos estragos que a crise econômica mundial faz no Japão, em 10 anos a china sairá de um PIB próximo ao do
Brasil, para ocupar o segundo posto no ranking mundial atrás dos EUA, agora entre 2010 e 2011.O Keynesianismo em
alta em todo mundo convenceu aquele país a investir 600 bilhões de dólares em infraestrutura, enquanto por aqui
investimos 53 bilhões, fora os famosos desvios mostrados pelo TCU.A diferença entre nós e eles, pode-se ver nos
resultados:em plena crise os chineses cresceram mais de 8% ao ano enquanto nosso aumento do PIB zerou.Se algo
assim acontecesse por lá, grandes convulsões sociais aconteceriam envolvendo bilhares de seres humanos que
deixaram o campo a procura de melhoria no padrão de vida, e seriam feridos ou mortos em lutas fatricidas. O Brasil
melhorou muito nestes últimos 15 anos de estabilidade pós Real nos governos FHC e Lula, que retirou 20 milhões de
pessoas da pobreza elevando-as à classe média. Todavia restam ainda 32 milhões de irmãos pobres e analfabetos - uma
argentina, e um ano com resultados ruins como o que passou, impede que alguns desses milhões sejam retirados do
limbo social.
Acompanhar a série histórica do PIB pode trazer alguns ensinamentos: nosso Pais cresceu 157 vezes entre 1870 e
1987, enquanto os japoneses cresciam 87 vezes e os americanos 53 vezes.Porém após 1987, passamos a incrementar
ao PIB em média só 3% ao ano, e a continuar assim, levaremos 50 anos para alcançar o nível de vida dos americanos e
do lado desenvolvido da China.
Hoje já é sabido que, o que nos faz ficar atrás da China é a educação do povo. A nossa escola é medíocre e não
somente para o lumpezinato. As elites quando confrontadas pelos testes internacionais tipo “Pisa”,
repetem as mesmas más notas da escola pública. Continuando a comparação, podemos dizer que nosso País obteve
avanços espetaculares em confortos materiais, quando 90% do povo tem água encanada(é certo que o lixo e o esgoto
ainda são casos de polícia, com somente cerca de 35% dispostos adequadamente),mas 90% dos nossos tem geladeira,
televisão e dezenas de outros confortos , o que nos leva a afirmar, como Schumpeter, que são os mais pobres os que
ganham em qualidade de vida , quando há crescimento econômico, e no caso, comparar o Brasil de hoje com o de 1900
nos faz entender isso. Naquela época, a expectativa de vida ao nascer era de 30 anos e hoje é de 70 anos em média.
Nem tudo porém são flores , lá na China e aqui. O estado comunista tira a liberdade até na internet - basta ver a briga
do Google para manter o sigilo dos e-mails daquela comunidade. E no nosso País? somos o maior consumidor mundial
de Rivotril - um antiansiolítico barato - o que não acontece em outros países, e dá pistas sobre um sério sofrimento
psíquico da população, que bate de frente com outras pesquisas que nos mostram como um povo otimista e feliz.
Concluo refletindo sobre este ano em que votaremos para presidente , e o grande desafio de um oponente como José
Serra, será convencer às mais de 100 milhões de almas que recebem subsídios do atual governo, que as coisas vão
melhorar e que nada lhes será tirado. Seria fundamental portanto, mostrar a esses, a história recente desta nação, que
como vimos, não foi construída somente pelo "santo" Lula.
* Professor doutor
debatef@debatef.com
Gazeta do Triângulo
http://www.gazetadotriangulo.com.br/site Produzido em Joomla! Criado em: 6 September, 2010, 16:34
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
O Groundswell Tecnológico2
“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando , no fim terás o que colher” Cora Coralina
Enquanto adentramos a mais uma primavera, como educador me deparo com pessoas, querendo queimar etapas para crescer- a despeito dos didáticos ciclos da natureza- e os degraus que querem abolir são inescapáveis: ler e escrever bem ,e saber fazer contas em diversas ordens de grandeza. Lamentavelmente, esta lacuna chegou à Pós –Graduação : alunos que ingressam com seus cursos de graduação concluídos não conseguem escrever seus artigos de conclusão de MBA e 30% deles desistem. Peço vênia ao leitor pela repetição do exemplo da “caverna de Platão”(estar na caverna é cruel-existem muitos relatos bíblicos desta situação ,de Elias à David).No caso, Platão afirmou que “podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando homens têm medo da luz” e completo pensando com meus botões - a luz se dá através de diagnósticos, dados e fatos. Se pudesse, em um passe de mágica, daria a estes alunos carentes, o saber pronto, talvez em um chip conectável ao cérebro. Lembram de “Matrix”, o filme? todavia infelizmente isso não é possível, e eles terão que se debruçar sobre computador e livros, dormir pouco, e construir seu aprendizado com tenacidade e flexibilidade , sem pular nenhum degrau.
É triste constatarmos que estamos recebendo alunos que não aprenderam a aprender, e que milhares de faculdades não conseguiram tirar este “gap” e entregaram ao mercado pessoas incompletas em sua formação. Claro que com esforço muitos, agora estão conseguindo sanar este “buraco” na pós graduação. Mas, convenhamos, um País que precisa melhorar seus patamares de inovação e produtividade, deveria dispor destes talentos já prontos a partir dos cursos superiores, para construir seu “Groundswell Tecnológico”- tradução possível: Poder para pessoas capacitadas e em rede.(Charlene Li e Josh Bernoff ed.Campus-2012).O que já fazem países como EUA, China, Coréia do Sul, JP e CEE- que superaram a crise ,graças à excelência de seu capital humano. E nós?
Estamos em penúltimo lugar no mundo em qualidade de educação básica e nos piores lugares em todos rankings listados na área. Enquanto isso, nossos vizinhos na América do sul, com todos seus problemas, conseguem colocar 60% ,em média, dos seus jovens de até 24 anos na Universidade, contra 20% no Brasil. Volto a frisar: não existe falta de recursos- se pensarmos no volume de dinheiro que disponibilizamos em centenas de bilhares de dólares, para recebermos a Copa e as Olimpíadas, poderíamos realizar as revoluções que necessitamos neste País: a educacional , a sanitária e a da segurança. Esta é a primavera que o senhor Temer e os governantes de plantão estão devendo à Nação.E que os “anjos do Senhor se acampem ao nosso redor para nos livrar de todo mal governo daqui para frente”. Que assim seja.
Jose Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
sábado, 17 de setembro de 2016
A primavera brasileira?
17 de setembro de 2016 08:00
via Ponto de Vista correiodeuberlandiaonline
“Aos juristas: teu dever é lutar pelo direito. Mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a justiça, lute pela justiça.” Eduardo Coleture.
Vivemos momentos que poderão ser lembrados como redentores, nos corredores da história. Toma posse a segunda mulher na presidência da mais alta corte do País. Seus pareceres e decisões no plenário, sempre serviram como contraponto aos extremos do espectro político, e uma âncora para turbulências em julgamentos históricos, como o do mensalão.
Austera, primeiro cumprimentou o povo brasileiro, a quem, segundo suas palavras, se subordina o STF, quebrando um rígido protocolo- só depois dirigiu suas honras ao presidente da república e demais autoridades. Cancelou a festa, e fez uma cerimônia enxuta, marcando, dessa forma, o novo tempo que estaremos vivendo sob sua liderança num discurso claro e amparado por substanciais citações, deixa antever sua densa formação cultural e seu respeito pela cultura e pelas artes, a começar pelo Hino Nacional cantado por Caetano Veloso. Cuidadosa, revelou sua mineirice através de Guimarães Rosa: “A natureza da gente não cabe em nenhuma certeza”… Lembrou a dureza do cargo com um verso de Drummond: vivemos “em tempos de tumulto escrito em pedra” – juíza sofre o cargo, não o usufrui, como alertou a ela José Aparecido de Oliveira, ao chegar ao tribunal.
Que bom ouvir de Sua Excelência que o homem é a matéria prima dos juízes, sua vida, sua morte, seus sonhos, e, que a cidadania exige mudanças no judiciário, mudanças para que processos tenham fim, e atendam a tempo o povo, a quem deve servir.
Estamos em uma travessia, e Constituição não é utopia…, continuou Carmem Lúcia – Justiça é “sentimento a ser respeitado pelo juiz, não é milagre, jurisdição não é mistério, moralidade, impessoalidade são cláusulas pétreas fundamentais para uma sociedade livre justa e solidária. O cidadão não está satisfeito com o Judiciário. O juiz também não. De qual ordem tudo está fora? Há que se fazer travessia de tempos tormentosos para tempos de alguma calmaria. A inaceitação do injusto é a máxima que através dos tempos comove e constrói a nação a partir da constituição cidadã – toda fome dói – principalmente a de justiça”. Sábias palavras.
Tantas vezes neste espaço critiquei o STF. Toda vez que procrastinou, ou quando tumultuou o relacionamento entre poderes… todavia, nunca deixei de elogiar momentos dignos de moldura, como o voto do ex-decano Antônio Cesar Peluzo ,na ação em que condenou os mensaleiros, e agora na posse de Carmem Lúcia , a fala de boas vindas do atual decano, Celso de Mello, que lavou a alma da Nação quando lembrou, Ulisses Guimarães, ao entregar a Constituição de 1988 ao povo brasileiro: ”cabe ao gestor público não roubar e não deixar roubar”- singelo libelo de sabedoria , endereçado aos políticos envolvidos na Lava Jato, muitos deles presentes ao evento.
Democracia não é só votar de 2 em 2 anos… Também é escolher bem os legisladores e gestores públicos, fiscalizar as instituições, e, para isso necessário se faz, manter a ordem e a paz social, ao promover a justiça, combatendo a corrupção- missões do STF.
Concluo, certo de que o momento vivido é glorioso para a Nação, e faço minhas as frases desta ilustre juíza, quando diz, quase numa prece: “Que nossa pátria, possa ser mãe gentil, não só para elite, mas para todo povo brasileiro”!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
via Ponto de Vista correiodeuberlandiaonline
“Aos juristas: teu dever é lutar pelo direito. Mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a justiça, lute pela justiça.” Eduardo Coleture.
Vivemos momentos que poderão ser lembrados como redentores, nos corredores da história. Toma posse a segunda mulher na presidência da mais alta corte do País. Seus pareceres e decisões no plenário, sempre serviram como contraponto aos extremos do espectro político, e uma âncora para turbulências em julgamentos históricos, como o do mensalão.
Austera, primeiro cumprimentou o povo brasileiro, a quem, segundo suas palavras, se subordina o STF, quebrando um rígido protocolo- só depois dirigiu suas honras ao presidente da república e demais autoridades. Cancelou a festa, e fez uma cerimônia enxuta, marcando, dessa forma, o novo tempo que estaremos vivendo sob sua liderança num discurso claro e amparado por substanciais citações, deixa antever sua densa formação cultural e seu respeito pela cultura e pelas artes, a começar pelo Hino Nacional cantado por Caetano Veloso. Cuidadosa, revelou sua mineirice através de Guimarães Rosa: “A natureza da gente não cabe em nenhuma certeza”… Lembrou a dureza do cargo com um verso de Drummond: vivemos “em tempos de tumulto escrito em pedra” – juíza sofre o cargo, não o usufrui, como alertou a ela José Aparecido de Oliveira, ao chegar ao tribunal.
Que bom ouvir de Sua Excelência que o homem é a matéria prima dos juízes, sua vida, sua morte, seus sonhos, e, que a cidadania exige mudanças no judiciário, mudanças para que processos tenham fim, e atendam a tempo o povo, a quem deve servir.
Estamos em uma travessia, e Constituição não é utopia…, continuou Carmem Lúcia – Justiça é “sentimento a ser respeitado pelo juiz, não é milagre, jurisdição não é mistério, moralidade, impessoalidade são cláusulas pétreas fundamentais para uma sociedade livre justa e solidária. O cidadão não está satisfeito com o Judiciário. O juiz também não. De qual ordem tudo está fora? Há que se fazer travessia de tempos tormentosos para tempos de alguma calmaria. A inaceitação do injusto é a máxima que através dos tempos comove e constrói a nação a partir da constituição cidadã – toda fome dói – principalmente a de justiça”. Sábias palavras.
Tantas vezes neste espaço critiquei o STF. Toda vez que procrastinou, ou quando tumultuou o relacionamento entre poderes… todavia, nunca deixei de elogiar momentos dignos de moldura, como o voto do ex-decano Antônio Cesar Peluzo ,na ação em que condenou os mensaleiros, e agora na posse de Carmem Lúcia , a fala de boas vindas do atual decano, Celso de Mello, que lavou a alma da Nação quando lembrou, Ulisses Guimarães, ao entregar a Constituição de 1988 ao povo brasileiro: ”cabe ao gestor público não roubar e não deixar roubar”- singelo libelo de sabedoria , endereçado aos políticos envolvidos na Lava Jato, muitos deles presentes ao evento.
Democracia não é só votar de 2 em 2 anos… Também é escolher bem os legisladores e gestores públicos, fiscalizar as instituições, e, para isso necessário se faz, manter a ordem e a paz social, ao promover a justiça, combatendo a corrupção- missões do STF.
Concluo, certo de que o momento vivido é glorioso para a Nação, e faço minhas as frases desta ilustre juíza, quando diz, quase numa prece: “Que nossa pátria, possa ser mãe gentil, não só para elite, mas para todo povo brasileiro”!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Felicidade Interna Bruta
“Mais louco/ é quem me diz/Que não é feliz/Não é feliz!”
Rita Lee
Felicidade Interna Bruta
O que realmente contou para sermos felizes, dentro de uma exaustiva lista de realizações ao longo dos últimos 10 anos? Ao responder a esta pergunta, vamos nos defrontar com um dilema, que é mudar ou não nossa agenda para atingir o ideal de felicidade. Nem tudo que dá dinheiro traz felicidade, ao contrário do senso comum. As vezes até se prospera, e neste período, pensamos ser felizes. Segundo estudiosos de universidades americanas, isto acontece até que atinjamos o patamar de 100 mil dólares. Acima disso qualquer incremento não trará felicidade , e se for muito significativo, ao contrário, proporcionará desilusões e desgastes. Talvez por isso ,Jesus Cristo tenha ensinado no sermão do monte a “ não ajuntar tesouros na terra”. O PIB per capita(Produto Interno Bruto-quantidade de riquezas produzidas por um país em um ano, dividida pelo número de habitantes) até hoje é usado como indicador de desenvolvimento de um povo. Todavia, se você tiver um grande desastre ambiental, como o de Campo do Frade em Campos, a movimentação de recursos e tecnologia para saná-lo-por exemplo, fará um movimento do PIB para cima. O que a sociedade ganhou neste episódio? Só poluição e destruição. Pois na década de 90, surgiu um novo indicador que passou a representar melhor a qualidade de vida gerada pelo desenvolvimento: o IDH-Índice de Desenvolvimento Humano, que é estruturado por três colunas: renda per capita , longevidade e o número médio de anos de escolaridade da população .Este indicador varia de 0 a 1 ,quanto mais próximo de 1, melhor a qualidade de vida. Cidades como Curitiba, Niterói, Santos, possuem o IDH municipal próximo de 0.90 por isso são excelentes em qualidade de vida para as pessoas, e benchmarkings em sustentabilidade ambiental, portanto, vivendo nelas, a tendência é que os cidadãos sejam mais felizes. Porque? Posso enumerar alguns benefícios vivenciados por eles: 1-Menos tempo se locomovendo, pois os transportes de massa são rápidos e modernos.2- O ar da cidade é melhor pois há arborização e jardins 3 - A rede de ensino é de qualidade e atende do pré-escolar à pós graduação 4-Os Hospitais e rede de atendimento da saúde é de primeira linha, pois foram investidos ali recursos federais, estaduais e municipais 5- Há coleta de lixo diária ,inclusive a seletiva, e o esgoto é tratado em sua totalidade, enquanto o lixo vai para um aterro sanitário adequado às legislações ambientais.6- A população que dirige, foi educada para respeitar faixa de pedestres e ciclovias(elas existem!).
Mas ora vejam em Butão – pequeno País da ásia, um sultão se preocupou com a felicidade de seus súditos e passou a medi-la através do FIB-Felicidade interna Bruta, que substituiria o IDH .Claro que as universidades e estudiosos do mundo todo, agora querem criar um algoritmo que diga o que é FIB ,que para diferentes países, variaria de acordo com a cultura local. Mas o que chama a atenção é a inovação proporcionada por um líder, que se preocupa realmente, com a felicidade seus governados, e não em sangrá-los com impostos, para depois desviar estes recursos, como no Brasil.
Concluindo: Não importa se você mora em casebre ou palácio, é sempre possível ser feliz. Seja feliz. De Jesus: “Olhai os lírios do campo, eles não tecem e não fiam, e nem Salomão ,com toda sua Glória, se vestiu como nenhum deles.” Nosso Pai do Céu, cuida deles assim. Cuidará de você!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com
Código Florestal e Água
O cerrado já não produz como há cinco anos atrás por causa da seca. A tendência é só piorar, com essa legislação aprovada com a força da representação do agronegócio, e que não pensou na água...
Código Florestal e Água
Apesar dos desastres climáticos que castigam nosso País e o mundo, e que fizeram pessoas despertar para a dura realidade do aquecimento no planeta, o desmatamento da Amazônia aumentou 37% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, caracterizando uma inflexão da curva que descia há 3anos e que coincide com a aprovação na Câmara Federal do novo código florestal que afrouxa a legislação ambiental, concede anistia a quem desmatou , permitindo reduções de área de reserva legal e APAs - Área de preservação ambiental ao longo de corpos dágua, Brasil afora. Neste “ affair”, entre agronegócio e ambientalistas, ainda não resolvido pelo Congresso Nacional, todos perdem se não convergirmos para um ponto comum: a necessidade de gerirmos melhor os recursos hídricos, e preservarmos os mananciais de água doce, para estas e as futuras gerações. Não há como produzir no campo sem água, e esta nova legislação, visando atender situações de curto prazo, compromete o futuro da água no País, encoraja desmatadores , e desmotiva quem preservou, pois não há compensação por isto ,muito pelo contrário, dependendo de onde se encontra a propriedade, grande parte da área útil pra plantar fica indisponível , diminuindo o preço da terra. Quem cumpriu a lei se sente lesado, e a ciranda da impunidade se fortalece .Há uma miopia estratégica que precisamos reverter no senado federal :pensar na área da floresta de pé e preservada como improdutiva e impecílho para a produção. Por exemplo, avançando sobre o cerrado - que funciona como uma caixa dágua da Nação, a produção de grãos ficará insustentável daqui a menos de uma década, por falta dágua. O que fazer? a meu ver, mudar a lei para remunerar quem preserva, quebrando este círculo vicioso ,que é incentivado de fora do País por grandes grupos econômicos que vêem no aumento da demanda mundial por alimentos, uma oportunidade fácil para ganhar muito dinheiro, com a política de “terra arrasada”. Sobre este aspecto , chama a atenção recente publicação publicitária, financiada por empresas do agronegócio mundial, que querem orquestrar um conceito no seio da população, de que há orgulho em nos transformarmos em ”uma grande fazenda mundial chamada Brasil”. Uma ideia que não respeita nossas leis, nem nosso patrimônio sócio - ambiental: este País seria simplesmente uma terra com porteiras, cadeados, poucos donos e pouquíssima água, em sentido contrário às lutas do agronegócio nacional, e do movimento ambientalista.
Vale registrar que uma das heranças benditas do governo Lula, (dai a César o que é de César),foi a criação de unidades de conservação e a demarcação de terras indígenas que somam 75 milhões de hectares, e que equivalem a um muro de proteção que impede o avanço do desmatamento, colaborando para a preservação da água e por conseguinte do clima.
Concluindo, não dá para viver sem água, e em clima cada vez mais seco como o que vivemos hoje em dia, o Brasil precisa desconstruir esta ideia alienígena de que é só uma fazenda. Ela nos é maligna, pois contribui para que não reajamos à desindustrialização, já que desta forma, podemos acreditar- como querem estes mesmos atores, que a China é que é a indústria. O preço que pagaremos como nação é alto demais para não agirmos já.
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
Código Florestal e Água
Apesar dos desastres climáticos que castigam nosso País e o mundo, e que fizeram pessoas despertar para a dura realidade do aquecimento no planeta, o desmatamento da Amazônia aumentou 37% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, caracterizando uma inflexão da curva que descia há 3anos e que coincide com a aprovação na Câmara Federal do novo código florestal que afrouxa a legislação ambiental, concede anistia a quem desmatou , permitindo reduções de área de reserva legal e APAs - Área de preservação ambiental ao longo de corpos dágua, Brasil afora. Neste “ affair”, entre agronegócio e ambientalistas, ainda não resolvido pelo Congresso Nacional, todos perdem se não convergirmos para um ponto comum: a necessidade de gerirmos melhor os recursos hídricos, e preservarmos os mananciais de água doce, para estas e as futuras gerações. Não há como produzir no campo sem água, e esta nova legislação, visando atender situações de curto prazo, compromete o futuro da água no País, encoraja desmatadores , e desmotiva quem preservou, pois não há compensação por isto ,muito pelo contrário, dependendo de onde se encontra a propriedade, grande parte da área útil pra plantar fica indisponível , diminuindo o preço da terra. Quem cumpriu a lei se sente lesado, e a ciranda da impunidade se fortalece .Há uma miopia estratégica que precisamos reverter no senado federal :pensar na área da floresta de pé e preservada como improdutiva e impecílho para a produção. Por exemplo, avançando sobre o cerrado - que funciona como uma caixa dágua da Nação, a produção de grãos ficará insustentável daqui a menos de uma década, por falta dágua. O que fazer? a meu ver, mudar a lei para remunerar quem preserva, quebrando este círculo vicioso ,que é incentivado de fora do País por grandes grupos econômicos que vêem no aumento da demanda mundial por alimentos, uma oportunidade fácil para ganhar muito dinheiro, com a política de “terra arrasada”. Sobre este aspecto , chama a atenção recente publicação publicitária, financiada por empresas do agronegócio mundial, que querem orquestrar um conceito no seio da população, de que há orgulho em nos transformarmos em ”uma grande fazenda mundial chamada Brasil”. Uma ideia que não respeita nossas leis, nem nosso patrimônio sócio - ambiental: este País seria simplesmente uma terra com porteiras, cadeados, poucos donos e pouquíssima água, em sentido contrário às lutas do agronegócio nacional, e do movimento ambientalista.
Vale registrar que uma das heranças benditas do governo Lula, (dai a César o que é de César),foi a criação de unidades de conservação e a demarcação de terras indígenas que somam 75 milhões de hectares, e que equivalem a um muro de proteção que impede o avanço do desmatamento, colaborando para a preservação da água e por conseguinte do clima.
Concluindo, não dá para viver sem água, e em clima cada vez mais seco como o que vivemos hoje em dia, o Brasil precisa desconstruir esta ideia alienígena de que é só uma fazenda. Ela nos é maligna, pois contribui para que não reajamos à desindustrialização, já que desta forma, podemos acreditar- como querem estes mesmos atores, que a China é que é a indústria. O preço que pagaremos como nação é alto demais para não agirmos já.
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
terça-feira, 13 de setembro de 2016
O Nobel da Arquitetura
Paulo Mendes da Rocha-inquieto ,agitador, aplicador de soluções estéticas em locais de pouca delicadeza, incômodo para o estabelecido- recebeu em Istambul o prêmio Pritzker – considerado o Nobel da arquitetura´. Na época fiz este artigo que compartilho com meus leitores...
“Criações, sejam elas crianças,poemas ou organizações,têm vida própria.” Starhawk
Arquitetura é a arte de criar espaços organizados e animados,por meio do agenciamento urbano e da edificação ,para abrigar diferentes tipos de atividades humanas(Aurélio).Para isso, o candidato a arquiteto têm de fazer uma prova de habilidades específicas, que exige saber desenhar e ter uma visão espacial desenvolvida. É necessário também, aguçada sensibilidade na utilização de cores, sombras ,e saber criar. Por fim ,ao longo de cinco anos de estudos, em uma grade de matérias que lhe farão entender a história da arquitetura, e através dela, o conjunto de obras realizadas em cada continente, cada civilização, cada época- Aprender a dar conforto ambiental à suas edificações, saber dispor os elementos de um espaço urbano, usando princípios, normas técnicas e materiais adequados. Será um artista da função, do belo e da forma.
Convivo com a alma do(a) arquiteto(a) há dezenas de anos. Como professor há dez anos. Como profissional de engenharia e arquitetura há 40,com destaque para os seis anos como diretor e presidente de uma associação de Engenheiros e arquitetos, seis anos como inspetor –chefe do CREA SP em cubatão SP,além de quatro anos como conselheiro estadual no CREA SP, além de um ano como Chefe da assessoria técnica no CONFEA em Brasília. Há diferenças gritantes e complementares entre engenheiro(a)s e arquiteto(a)s. Que “brigam”desde sempre. Mas a sabedoria faz o bom engenheiro(a) arquitetar, e apesar da ciumeira, consegue-se fazer um bom arquiteto(a) engenheirar.
Na oportunidade em que Paulo Mendes da Rocha-inquieto ,agitador, aplicador de soluções estéticas em locais de pouca delicadeza, incômodo para o estabelecido- recebe em Istambul o prêmio Pritzker – considerado o Nobel da arquitetura, não poderia deixar de louvar esta classe, principalmente por teimar em criar e acontecer apesar do custo Brasil ou seja, o custo da margem e da pouca visibilidade, nas palavras de Teixeira Coelho(Autor de “Niemeyer” ed.Iluminuras) no caderno Mais da folha de SP de 16/04/2006.
Tive contato com a obra de Mendes da Rocha , durante a visita aos pavilhões da Mostra “Menos estética mais ética” na 7a Mostra de Arquitetura da Bienal de Veneza em 2000,e fiquei assombrado, ao lado de um filho arquiteto e urbanista,Gustavo Henrique Garcia Barreto,a quem homenageio. Esta convivência me faz entender melhor o papel da inovação e da criação, como matéria prima dos processos de produção hipercompetitivos,e que Sthefen Covey (autor de “Os sete hábitos de pessoas altamente eficazes - ed. Best Seller)chama de criar sinergia, ou o sexto hábito eficaz - Sair da dependência, exige segundo o autor , desenvolver primeiro a integridade,que seria a vitória particular (sendo proativo,tendo imaginação e partindo para a ação planejada),depois o ganha -ganha ,o entendimento do outro, além da sinergia, completam o instrumento que deve ser constantemente afinado para configurar uma aspiral ascendente de sucesso. Aos 88 anos Mendes da Rocha é como um menino ao criar. Aos 100 Niemeyer também. Para eles somente “o céu é o limite”. Picasso e Michelângelo os esperam lá. E que demore!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
“Criações, sejam elas crianças,poemas ou organizações,têm vida própria.” Starhawk
Arquitetura é a arte de criar espaços organizados e animados,por meio do agenciamento urbano e da edificação ,para abrigar diferentes tipos de atividades humanas(Aurélio).Para isso, o candidato a arquiteto têm de fazer uma prova de habilidades específicas, que exige saber desenhar e ter uma visão espacial desenvolvida. É necessário também, aguçada sensibilidade na utilização de cores, sombras ,e saber criar. Por fim ,ao longo de cinco anos de estudos, em uma grade de matérias que lhe farão entender a história da arquitetura, e através dela, o conjunto de obras realizadas em cada continente, cada civilização, cada época- Aprender a dar conforto ambiental à suas edificações, saber dispor os elementos de um espaço urbano, usando princípios, normas técnicas e materiais adequados. Será um artista da função, do belo e da forma.
Convivo com a alma do(a) arquiteto(a) há dezenas de anos. Como professor há dez anos. Como profissional de engenharia e arquitetura há 40,com destaque para os seis anos como diretor e presidente de uma associação de Engenheiros e arquitetos, seis anos como inspetor –chefe do CREA SP em cubatão SP,além de quatro anos como conselheiro estadual no CREA SP, além de um ano como Chefe da assessoria técnica no CONFEA em Brasília. Há diferenças gritantes e complementares entre engenheiro(a)s e arquiteto(a)s. Que “brigam”desde sempre. Mas a sabedoria faz o bom engenheiro(a) arquitetar, e apesar da ciumeira, consegue-se fazer um bom arquiteto(a) engenheirar.
Na oportunidade em que Paulo Mendes da Rocha-inquieto ,agitador, aplicador de soluções estéticas em locais de pouca delicadeza, incômodo para o estabelecido- recebe em Istambul o prêmio Pritzker – considerado o Nobel da arquitetura, não poderia deixar de louvar esta classe, principalmente por teimar em criar e acontecer apesar do custo Brasil ou seja, o custo da margem e da pouca visibilidade, nas palavras de Teixeira Coelho(Autor de “Niemeyer” ed.Iluminuras) no caderno Mais da folha de SP de 16/04/2006.
Tive contato com a obra de Mendes da Rocha , durante a visita aos pavilhões da Mostra “Menos estética mais ética” na 7a Mostra de Arquitetura da Bienal de Veneza em 2000,e fiquei assombrado, ao lado de um filho arquiteto e urbanista,Gustavo Henrique Garcia Barreto,a quem homenageio. Esta convivência me faz entender melhor o papel da inovação e da criação, como matéria prima dos processos de produção hipercompetitivos,e que Sthefen Covey (autor de “Os sete hábitos de pessoas altamente eficazes - ed. Best Seller)chama de criar sinergia, ou o sexto hábito eficaz - Sair da dependência, exige segundo o autor , desenvolver primeiro a integridade,que seria a vitória particular (sendo proativo,tendo imaginação e partindo para a ação planejada),depois o ganha -ganha ,o entendimento do outro, além da sinergia, completam o instrumento que deve ser constantemente afinado para configurar uma aspiral ascendente de sucesso. Aos 88 anos Mendes da Rocha é como um menino ao criar. Aos 100 Niemeyer também. Para eles somente “o céu é o limite”. Picasso e Michelângelo os esperam lá. E que demore!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
A sedimentação tóxica na Baixada Santista
José Carlos Nunes Barreto via Portal Banas Qualidade
A busca do desenvolvimento sustentado, ou seja, a prática de atividades produtivas (quer na indústria e comércio, quer nos serviços) sem degradar o meio ambiente, e sem comprometer a capacidade das futuras gerações de responder às suas necessidades, tem se constituído em um desafio em todo o mundo civilizado. A preocupação com a sua preservação, em termos mundiais, não se restringe mais ao simples controle da poluição industrial. A tutela jurídica do meio ambiente já é uma exigência mundial, estando presente nas constituições de vários países e nos acordos multilaterais de cooperação internacional.
Esses acordos visam identificar e implementar as soluções eficazes para problemas ambientais e globais, reduzindo, assim, a possibilidade de que essas soluções sejam afetadas por diferentes forças econômicas e políticas dos países desenvolvidos - apesar de revezes como a não-assinatura do tratado de redução de emissões de gases nocivos na atmosfera, pelos norte americanos, em Kyoto, no Japão. Os acordos internacionais de comércio são outra forma de se tratar a proteção ao meio ambiente. Neles, o instrumento básico é a sanção comercial aos não integrantes e aos signatários faltosos, podendo levar a um novo tipo de protecionismo: o ecoprotecionismo. O potencial de disputa entre meio ambiente e comércio já lhe garantiu presença nas agendas da OMC, Nafta, MCE, APEC e Mercosul (PARIZOTO, 1995 apud BARRETO, 2000).
Diversas medidas estão sendo adotadas no sentido de harmonizar regulamentos e padrões de produtos, impedindo assim, conflitos entre regras diferentes. Entre elas estão: a instituição do Selo Ecológico Comunitário pelo Conselho das Comunidades Européias; a proposta diretiva sobre embalagens e seus resíduos implementada por alguns países - membros da União Européia (UE); as medidas fitosanitárias relativas ao comércio de carne bovina, notadamente após a doença da "vaca louca"; o sistema europeu de ecogestão e auditoria, destinado à certificação de bom desempenho ambiental de plantas industriais; e a International Organization for Standardization com a norma ISO 14000, que padronizou mundialmente os conceitos de gestão ambiental (PARIZOTO, 1995 apud BARRETO, 2000).
Em Cubatão, onde está implantado o maior pólo sídero-petroquímico do País, onde operam dezenas de empresas que produzem do aço à gasolina de aviação, passando por uma série de produtos químicos, a degradação ambiental acontece com poluição do ar, do solo e da água. As condições ecológicas sui generis favorecem os altos índices de poluição do município, o que leva à destruição da fauna e da flora, causando danos à saúde da população da Baixada Santista, conforme atestam ações do órgão controlador do meio ambiente do Estado: a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Também existem estudos e teses realizados na área, notadamente na siderúrgica, que é responsável pela maior carga tóxica lançada no estuário da Baixada Santista (PROSPERI, 1997 apud BARRETO, 2000).
Na dissertação de mestrado que defendi na Faculdade de Saúde Pública da USP em 1995, intitulada Caracterização de toxicidade de efluentes de siderúrgica utilizando bioensaios com microorganismos foi mostrado que, além de tóxico, o descarte líquido da siderúrgica possui sólidos sedimentáveis com atividade mutagênica, que sedimentam ao longo do canal do estuário (da mesma forma que outras indústrias também colaboram com o processo de sedimentação tóxica). Nesse estuário está localizado o maior porto da América Latina, com elevado trânsito de navios com calados cada vez maiores, e impactos ambientais diários ao revolver o lodo do fundo do canal. Isso é potencializado todas as vezes que a operadora do porto de Santos draga o canal e retira o sedimento, considerado pela NBR 10004 (ABNT, 1987), em alguns pontos, como de classe 1 (o mais tóxico). Esse material precisa ser disposto de forma adequada, ou seja, em aterros industriais ou incinerado.
Mas como fazê-lo se milhares de metros cúbicos de lodo são retirados, e este trabalho dura seis meses, a cada dois anos? É um desafio técnico pelo qual outros países já passaram e, portanto, por meio da técnica de benchmarking poderemos copiá-los e providenciar uma tecnologia para operar dragagens sem revolver o que pode intoxicar os seres vivos, nem dispor no mar inadequadamente resíduo tóxico exportando poluição na primeira corrente marítima que passar.
Por outro lado, é necessário estancar já o acúmulo de sedimentos tóxicos. Para tanto, propus uma matriz de qualidade ambiental às indústrias de Cubatão, na tese de doutorado que defendi na Faculdade de Saúde Pública da USP, em 2000, intitulada As Ferramentas da Qualidade e seu Uso no Gerenciamento Ambiental no Pólo Sídero-Petroquímico de Cubatão. Se essa metodologia for usada, a médio e longo prazo deve acabar com a seqüência dos Termos de Ajustes de Conduta (TACs) com a Cetesb que, muitas vezes, não são cumpridos.
Ao fazer com que as empresas providenciem Sistemas de Gerenciamento Ambiental, com Equipamentos BDAT (Melhor Tecnologia Disponível no Mercado), minimização de resíduos na fonte, melhoria contínua no processo, além do desenvolvimento de sensibilidades técnica, social, histórica e simbólica, estas empresas ousariam ao comunicar à sociedade a visão de um produto sustentável oriundo de Cubatão, através desta estratégia ambiental. O Ministério Público Federal e o de São Paulo convidaram-me para compor, com pesquisadores e professores de várias universidades, uma força tarefa para assessorá-los, com laudos e estudos, na difícil tarefa de caracterizar as responsabilidades das indústrias de Cubatão com base na lei de crimes ambientais, já que praticamente está paralisada a dragagem de um dos maiores portos do mundo. Ele é responsável pelo maior movimento da balança comercial brasileira, e está sendo prejudicado pela poluição de terceiros, já que alguns navios de alto calado só passam no canal na maré cheia e passam praticamente arrastando o fundo no canal do estuário, revolvendo substâncias comprovadamente tóxicas e impactando o meio ambiente, com todas conseqüências deletérias à vida.
José Carlos Nunes Barreto é professor doutor dos cursos de Engenharia Ambiental na ESAMC e da pós-graduação da UNIUBE (MG) na área de riscos ambientais, e Eng. de segurança. É sócio-diretor da Debatef Consultores Associados - debatef@debatef.com
sábado, 3 de setembro de 2016
QUEDA E COICE?
Articulação pró-Dilma foi informada a Lewandowski 9 dias antes da sessão
Blog Josias de Souza
Eu estava colado na TV, quando tenso, junto com a Nação, contei os votos na histórica votação do senado que cassou a presidente...61 x20. De repente, ouvi aquela conversa dos dirigentes da seção, sobre uns tais queda e coice no nordeste, se referindo à cassação e pena impostas à ex - presidente pela constituição do País-Que rasgada foi por esses senhores que deveriam ser seus guardiãs, 9 dias antes deste evento.!!!
Daí fizeram valer um DVS(destaque de votação em separado ) do regimento senatorial , valer mais que a letra da carta magna do país, dando um “aumento” pra dilma, pois a mesma ia ganhar só 5000 reais( tadinha!) ...Uma conversa que nem ajudante de pedreiro cai ... quanto mais doutos julgadores...
E esse golpe baixo foi dado pelo presidente do STF e pelo presidente do senado , comprados por seis moedas...Pobre País!!! Vejam na mão de quem nós estamos!!!Canalhas! Canalhas! Canalhas!
E os senadores que votaram a favor ? Não tem assessorias? Não tem recursos jurídicos? Como se deixaram enganar assim???
Aviltada foi a Nação, e pedimos aos cidadãos de bem que apelem à banda boa do STF(será que ela ainda existe?) .
Valhei-nos Deus!!!!
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