domingo, 28 de agosto de 2016

Jacy de Assis: presídio ou escola?


por Ponto de Vista -correiodeuberlandiaonline
Escrevi este artigo no começo do governo petista em Uberlândia. Aos 200 dias algo já ia mal.Infelizmente, com o tempo, só piorou- foi um total desastre. Agora votarei em Odelmo...

“Da faculdade de Direito de Uberlândia/Jacy de Assis foi fundador/Mas fazia outras coisas/De lá também era diretor/Não isso somente/Também era professor. Não ficou só em Uberlândia/No Rio também trabalhou/Membro do Instituto do direito processual/Em SP também ficou/Trabalhou em Goiás/E lá também se casou. Em 1995, ele morreu/mas a sociedade o homenageou/Com escola, praça e presídio,/O seu nome todo mundo honrou/Ele merecia porque além de tudo/Por todos ele lutou. Minha escola fez uma homenagem/aquele que sempre lutou/Recebeu o nome de Jacy de Assis/Dele a população recordou/Porque falo de um grande homem/Então nesta escola aqui estou.”
Após um silêncio de 200 dias, começo a opinar hoje sobre as ações do governo Gilmar Machado nesta cidade. Primeiro quero deixar claro que apoiei com meu voto esta mudança, que caracterizou uma alternância de poder, apesar de, na maioria das vezes, discordar do estilo de seu partido ao governar. Desde janeiro, presido uma ONG – A Academia de Letras de Uberlândia e temos uma comenda intitulada Jacy de Assis, que entregamos para as personalidades, empresas e organizações que constroem o capital social da cidade através da colaboração em prol da cultura e das artes. Entre outros homenageados, fomos dia 14 de maio até a Escola Municipal Jacy de Assis no bairro São Jorge e, ali, em singela solenidade com participação da direção, professores e alunos, entregamos a comenda, ocasião em que foi exaltada a figura do nosso patrono em prosa, versos e cordel como o mostrado em tela, de autoria de dois alunos que cursam o 8º ano do turno da manhã, discípulos da professora Eliane Cristina, a quem parabenizamos. Todavia uma ausência foi notada: apesar de convidada, a Secretaria de Educação não compareceu e nem sequer mandou representante.
Por ironia do destino, o mesmo nome da escola serve a um presídio. E uma reflexão se faz necessária: a inspiração para construção de mais escolas irá reduzir o número de cárceres num país, que, apesar do clamor para redução da impunidade, só esclarece 8% dos homicídios e já possui a quarta população carcerária do mundo. Afinal, estamos vivendo em uma sociedade violenta e importa pensarmos no porquê disso – faltam escolas e professores de qualidade – e em como reduzir esses indicadores. E por falar neles, os do Brasil figuram entre os piores – só para entender, a violência é medida pelo índice que conta o número de mortes violentas – homicídios, por grupo de 100 mil habitantes. O número considerado “normal” pela Organização Pan- Americana de Saúde (Opas) varia de 0 a 5. Canadá está com 1,5, os EUA com 6,4, o Uruguai com 4,0, o Chile com 5,3, e o México com 10,9. O Brasil comparece com 31,0, superior à média da América Latina 25,3. Os números de Uberlândia estão em torno de 36 mortes por 100 mil habitantes. Somos, portanto, um dos povos mais violentos do mundo. E sofremos por isso. O risco de se viver em um lugar assim é muito alto. Morre-se mais nos assaltos e durante a ação da polícia contra os bandidos. O prefeito desta cidade deveria ter em mente que prestigiar escolas e melhorá-las é uma forma de trabalhar positivamente o intangível capital social, que salvará vidas e resgatará seu governo de ser sócio da iniquidade e candidato ao esquecimento pela história.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia

sábado, 27 de agosto de 2016

Os Caça Níqueis



Leio no Jornal Valor Econômico em caderno especial “Empresa e Comunidade”, sobre Geração de Oportunidades para jovens de baixa renda, por empresas que criam institutos de Ensino, em comunidades carentes no Rio de Janeiro. Mais tarde, estes jovens articulados transformarão o lugar onde vivem, e terão chance no concorrido mercado de trabalho. Estarão incluídos, longe do tráfico de drogas, e sabemos o que isso significa.
Como em um filme de Scorceze , corto para o bairro Morada da Colina, em um colégio de classe média Alta onde estudavam alunos do ensino médio em Uberlândia. Pais e mães, na porta sem serem recebidos pela direção, impedidos por uma escolta de guarda costas. Desesperados tiravam seus filhos da escola, e tentavam sem êxito, saber do verdadeiro estado financeiro – econômico da escola, e tirar a documentação de transferência de seus filhos para outra escola. Mas ir para qual unidade de ensino? fala-se a boca pequena, que esse mesmo grupo de donos de escola que lesa pais, ,professores e alunos, comandaria várias escolas na cidade e estaria construindo mais uma, em importante via da cidade. Estão ricos, e a comunidade assustada com mais esta caixa preta de irresponsabilidade social.
Dias depois, no mesmo jornal, vejo a intervenção de órgãos reguladores federais sobre um plano de saúde, levando também ao desespero, milhares de segurados que nele investiram por décadas e viram ,na hora que mais precisavam -já velhos-, esse investimento virar pó. Corte (no filme) para o Hospital do cancer de UDI( levantado com doações e apoio político e econômico de toda comunidade)que com excelência atende a quem precisa, mesmo que não tenha mínimos recursos. Um exemplo de cidadania.
São extremos, que nos fazem entender na mão de quem estão nossa saúde e educação, e por conseguinte, nossa renda e qualidade de vida: de um lado, os que constroem a sociedade, e do outro, os predadores. Chico Buarque de Holanda, em artigo na folha de SP vê cinismo e intolerância em certa elite do Brasil. Desta vez concordo com ele, que vê indiferença, ao silencioso e sistemático extermínio dos negros e afro descendentes pobres deste país. E não tem governo que resolva.
Há algum tempo, no jornal O Correio, importante pesquisador e professor, ocupando alto cargo público, conclui: Uberlândia é uma cidade rica e com altíssima concentração de renda, repetindo, e até acentuando as mazelas do país e suas elites. Se você lê jornal, têm acesso à internet, renda familiar superior a 11 salários mínimos, está segundo o IBGE (e por favor respeitem este órgão de excelência em estatística!) nas classes B e A, portanto, no topo da pirâmide social a que se refere o ilustre e compositor/escritor. De que lado você está? Platão, pensador grego a quem devemos os fundamentos da ética, nos ensina a hierarquizar o verdadeiro ,o bom, o útil e o belo. No lado da sociedade em que estão os caça níqueis, o útil e belo estão na frente de todos os empreendimentos, vindo por último o bom e , quiçá, o verdadeiro. Parece que na educação, onde atuo na banda boa, cada vez mais escuto o tilintar dos níqueis, neste cassino que se tornou o ensino neste país!
Dr. José Carlos Nunes Barreto
Professor Universitário
debatef@debatef.com

sábado, 20 de agosto de 2016

A Rede Dominante

20 de agosto de 2016 07:45
A rede dominante
por Ponto de Vista-
correiodeuberlandiaonline•




“Não há nada mais difícil de reciclar, nem mais perigoso de controlar, do que o início de uma nova ordem de coisas” – Nícolo Maquiavelli

Estive no 11º almoço empresarial da Aciub quando, com prazer, escutei lideranças de Uberlândia pensando o ano 2100. Tudo isto em um momento em que a economia resvala, diante de um abismo, do qual estamos sendo içados por um governo interino há 3 meses. E que, apesar das agendas emergenciais, precisa dizer urgentemente, a que veio, pois temos 13 milhões de desempregados, e “sem o seu trabalho, um homem (ou mulher) não tem honra- não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz” ensina o nosso cancioneiro popular.
Dias atrás reli um artigo do qual tirei inspiração para esta escrita. Ainda em inglês e não lançado no Brasil, de um livro intitulado numa tradução livre: ”Brasil em transição: crenças, lideranças e mudança institucional” no qual se conceitua rede dominante, como um conjunto de lideranças, institutos, um pool pensante de academias e pessoas que influenciam e escolhem as instituições no País, e que bancam a regra do jogo”. A obra é da lavra dos professores Carlos Pereira da FGV, Lee Jackston da Univ. de Indiana ,EUA e Marons Melo da UFPE.

O momento atual, pelo qual purgamos uma desastrada recessão, suscita reflexões sobre o apagão ético e político, que se abateu sobre parte destas instituições a partir da Lava – Jato, que envolve toda elite em situação jamais vista na Nação. O lulopetismo na lona, mas não morto, pede clemência que não lhe será dada, nem na ONU, nem na justiça brasileira, tais os descaminhos e crimes em que se enredou. Os autores analisaram as crenças e valores, a partir de 1964 até hoje, e concluíram que durante o regime militar, o desenvolvimentismo alentava essas elites, até a segunda crença a partir da redemocratização, onde se lutou para destraumatizar a sociedade brasileira, contra os horrores do estado de exceção aliado à inflação.

A partir da constituinte de 88 e dos governos de Itamar Franco, FHC e Lula, através da política de responsabilidade fiscal aliada à inclusão social, empoderou-se instituições, tal qual em países desenvolvidos, e partiu-se agora, para a quarta crença que é o império da lei, o respeito ao estado de direito, daí o longo processo de Impeachment de Dilma Rousseff e a participação da sociedade civil, através da internet. Esta rede dominante é a que move a Nação rumo ao processo de inclusão social ao desenvolvimento social e material com prosperidade e qualidade de vida, segundo a tese dos autores, que valido.

Hoje temos entre centenas de nações, menos de 30, que estão no patamar de países desenvolvidos, e a maioria construiu este arcabouço social e técnico jurídico ainda no século 19. Nos últimos 100 anos, somente Japão e a Coreia do Sul galgaram este pódio – olimpicamente falando.

Finalizo, acreditando, como os autores, que após este duro processo seremos os próximos, principalmente, se pensarmos como em Uberlândia no Brasil 2100. Todavia, tal qual Maquiavel, não acho trivial se estabelecer uma nova ordem de coisas. Mas ela já está ocorrendo, com os beneficiários do ancien régime, se desfazendo das provas de seus crimes contra o povo brasileiro, e a população acompanhando implacavelmente cada centavo roubado da saúde, segurança e educação. Viva os novos tempos!
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e presidente da Academia de Letras de UDIA-ALU
debatef@debatef.com

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Pessoas em Primeiro lugar-O lulopetismo construiu a estrada da cocaína na bolívia com nosso dinheiro do BNDES

OPINIÃO
As pessoas em primeiro lugar
José Carlos Nunes Barreto - Professor universitário em Uberlândia

No Brasil, em 1980, foram 11,5 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2006, subiu para 31

Recomendo o livro A ética do desenvolvimento e os problemas do mundo globalizado, de Amartya Sen e Bernardo Kliksberg (Ed. Companhia das Letras) para os presidenciáveis e todos cidadãos interessados em debater os temas candentes do país para os próximos 20 anos, tendo como foco a ecologia humana – a sustentabilidade nas ações e no planejamento voltado para atender homens e mulheres, como centro das atenções de governantes. Nele, os autores pretendem combater o descaso do poder público, responsável pelo aumento assustador da desigualdade que atinge amplos setores sociais no mundo, notadamente na América Latina, a mais desigual das regiões, onde jovens, negros, indígenas e mulheres são atingidos por ações de políticas públicas, reféns de uma cegueira social que explica desde o aumento da mortalidade infantil ao empobrecimento generalizado da classe média argentina depois da crise de 2001, passando pela drástica diminuição da expectativa de vida dos negros que habitam as periferias das grandes cidades brasileiras, mortos, a maioria, ainda muito jovens, na guerra urbana patrocinada pelo tráfico de drogas.

Todas informações foram retiradas de um impressionante arsenal de dados estatísticos, que são contrastados com a realidade sociocultural de cada país e região. Chama a atenção os dados de segurança urbana. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPS), um índice normal de criminalidade se situa entre zero e cinco homicídios a cada 100 mil habitantes por ano. Essa situação pode ser tratada com os instrumentos convencionais. Quando o índice está acima de oito, estamos diante de um quadro de criminalidade epidêmica. No Brasil, em 1980, foram 11,5 homicídios por 100 mil habitantes, subindo para 31 em 2006, o triplo em menos de três décadas, uma média de homicídios o dobro da mundial. Como nós vivemos nas cidades, é nelas que sentimos a insegurança e o medo, intangíveis, embora tropecemos no tangível: as perdas de vidas humanas, além das materiais – 10,5% do Produto Interno bruto (PIB) –, esta é a agenda para as próximas décadas. As ações que tomarmos agora poderão nos aproximar do Chile (5,4 homicídios/100 mil habitantes) ou do Uruguai (5,2) e nos tirarão da inaceitável companhia da Colômbia (40), área andina (45,4) e El Salvador (43,4), as mais violentas sociedades da América latina.

O governo boliviano autorizou o aumento da plantação de coca, cuja produção (90%) é dirigida ao Brasil. O presidenciável José Serra (PSDB) fez críticas duras ao presidente Evo Morales por ter tomado essa decisão. O governo brasileiro – principalmente o próximo – precisa ficar alerta quanto a isso, protegendo melhor nossas fronteiras e aeroportos. Quanto mais essa droga entrar no Brasil, maior risco corre a sociedade brasileira, especialmente nossos jovens.

Pessoas em Primeiro Lugar

Quem pensa nas vítimas de balas perdidas e das emboscadas dos traficantes quando se erra o caminho na linha vermelha?quem reflete sobre o nosso terrorismo tão cruel quanto o do Estado Islâmico nas comunidades do Rio de Janeiro e de SP?Enquanto houver área em que o estado brasileiro não pode entrar - caso dos soldados da força nacional- estaremos em guerra!será que o ministro da defesa é neófito ou fez um cursinho com os marquet-erros da Dilma pra enganar a população???

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Justiça?


Antes da Lavajato e há 12 anos atrás,  escrevi este artigo...Muita coisa melhorou- Criou-se o CNJ, puniu-se magistrados, mas muito há muito ainda por fazer...                     

 

               

“Nem os sábios nem os destemidos se deitam nos trilhos da história para esperar que o trem do futuro passe por cima deles”

Dwight D. Eisenhower

 

 

Sempre achei que uma das maiores chagas da nação é a falta de acesso à justiça para o cidadão  comum.. Pois a ONU  acaba de, publicamente, censurar este país como carente de justiça - deu na France Press. Chacinas não resolvidas, sem punição aos responsáveis- sempre envolvendo policiais civis e militares, portanto o Estado-atirando contra  pessoas desarmadas e sem passagens na polícia e cujo único crime foi sair na rua no instante em que “a bandidagem”  fazia sua carnificina “à la gangues de Nova York”: Na última(last but not least)trinta pessoas mortas na região de Queimados no RJ. Paradoxalmente, não só a base da pirâmide social sofre com esta calamidade. O STF detém por muitos anos com sua morosidade, decisões que afetam grande parte do PIB nacional,(em bilhares de dólares)representado por empresários e empresas muitas já falidas pela espera. A insegurança jurídica reina e aumenta o risco Brasil e o “espread” bancário, afastando até mesmo investidores internacionais.

 Nepotismo, formação de quadrilha, tráfico de influência, venda de sentenças, e falta de disposição para mudar e cortar na própria carne, são alguns dos crimes e mazelas que acompanhamos, atentos, nas páginas policiais dos jornais e magazines do país ,e ,principalmente do exterior ,onde livres da pressão e do poder dos magistrados, lemos antes daqui ,absurdos da nossa “justiça”. Há medo de se tocar no assunto, até mesmo no ministério público. E este  é dentre as instituições forjadas na constituição cidadã de 1988,a que mais esperanças dá ao  brasileiro e em  quem ele mais confia para ajudar na transformação da justiça...

E qual a solução? perguntaria o leitor. Acredito que como formador de opinião, não posso me deitar nos trilhos da história, como lembrou o grande estadista americano citado acima. Boas perguntas são uma forma de resolver  problemas de administração pública, como  ensina Sthefen Kenetz . Então vamos lá: 1)A quem interessa um judiciário assim?2)Porque na reforma do judiciário só se faz mudanças tópicas3)Porque não aprendemos com a Itália na öperação “Mãos Limpas”de combate à máfia que contaminou aquele judiciário além de partidos políticos?4)Será que não temos homens públicos corajosos para este comando que a nação clama?5)Como executar uma reforma que desate este verdadeiro nó que segura o país?6)Onde deverá acontecer o começo do processo?7)Quanto custa isto?8)Em quanto tempo se faz?

Vocês podem não ter percebido mas estas perguntas são parte de uma ferramenta da qualidade que ensinamos nos cursos de administração e é  usada por empresas no mundo inteiro: O 5W2H(iniciais em inglês de: o que? Quem?onde?porque?como?quanto custa?e Quando?,sempre que a parte mais difícil já foi executada ,isto é após descobrirmos o problema fundamental ou raiz. E parece que está bem claro qual é ele ,ou não?

 

José Carlos Nunes Barreto

Professor Doutor

debatef@debatef.com

A maior das inteligências


Há 11 anos atrás escrevi este artigo...veja como permanece atual...infelizmente.
11-07-2009
* José Carlos Nunes Barreto

O psicólogo Howard Gardner publicou sua brilhante tese sobre múltiplas inteligências e foi citado por Cosete Ramos no livro " O despertar do Gênio - aprendendo com o cérebro inteiro"; ed. Quality Mark, RJ, 2004. Nele, a educadora mostra métodos acelerados de ensino, adaptados a cada perfil de aluno classificado entre as muitas inteligências, que a ciência tem catalogado. Sem dúvida Pelé, por exemplo, possui uma inteligência "corporal cinestésica" avançadíssima, e podemos afirmar que alunos com este tipo de formação cerebral, podem chegar à excelência em artes cênicas,educação física e ciências do movimento. A autora mostra outras formas de inteligência,como a lógica matemática de Einsten; a visual espacial de Michelangelo; a rítmica musical de Mozart; a interpessoal de Ghandhi; e a intrapessoal de Mandela. Todas com suas características próprias de aprendizagem, o que se bem explorado, conseguirá proezas ao nos estabelecer como professores de gênios.

Tanto tempo formando gente, me chama atenção a importância em se complementar todas as demais inteligências, com a chamada inteligência verbal lingüística de Victor Hugo, Shakespeare e Guimarães Rosa. Destaco que o papel do professor neste processo, é de extrema importância, ao identificar e desenvolver programas adequados a cada aluno com suas várias inteligências, e para isso ele precisa ser treinado. Em função do exposto, vale a pena ler o artigo "Os Meninos Lobo" de Cláudio Moura e Castro, na revista Veja, no qual o articulista compara nossas crianças, mal formadas em escolas fundamentais e básicas, aos meninos perdidos  em florestas, e criados por lobos, como no conto de "Mogly o Menino-Lobo" e que

perdem, via de consequência, a psicologia cognitiva e linguística, o que decreta suas exclusões do "mundo das palavras",daí inferirmos que o pensamento simbólico inexiste naquelas cabeças. Ou seja sem a linguagem, a ciência comprova que sequer conseguimos pensar direito, portanto muitos de nossos alunos continuam na selva;(ao contrário do conto), despreparados para a sociedade civilizada, como comprovam as auditorias nos egressos. Vamos a elas: nossa educação básica foi testada pelo SEAB- Sistema Nacional de Avaliação de Educação Básica, e pelo PISA-Programa Internacional de Avaliação de Alunos, e os mesmos mostram que a competência linguística do aluno brasileiro, vai de mal a pior(50% dos brasileiros na quarta série são analfabetos funcionais), e esta é, portanto,  nossa principal chaga social. Impossível dissociar alunos de professores, como querem fazer hoje, algumas correntes de pensamento - escolásticos , nos quais, tal qual em empresas , tratam alunos como se clientes fossem;(e quem tem sempre razão) e professores como "empregados desqualificados" ,porque se paga pouco, e troca-se sem qualquer cuidado.

Esta lacuna acompanha o cidadão, até na vida profissional dos que conseguem se formar em engenharia, medicina, advocacia etc, indo até a pós graduação, que tenho experiência como coordenador Lato Senso e Extricto Senso, quando alunos  desistem(cerca de 30%) das monografias, dissertações e deixam de escrever artigos científicos, por conta desta falta de competência construída. Qual teria sido o prejuízo total da Nação até agora? E qual será nosso futuro se não resolvermos logo este gargalo?

* Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia (ALU)

Gazeta do Triângulo

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