domingo, 26 de junho de 2016

O Mês do Meio Ambiente


                              
“ Tudo que acontecer à Terra ,acontecerá aos filhos da Terra”. Índio Seattle
Em abril, a conferência  ambiental de Paris concluiu  um acordo global de redução dos gazes de efeito estufa. Desta vez com a adesão dos 2 maiores poluidores do planeta , os EUA e a China...Tudo para que o planeta não aqueça  2 graus centígrados, que venham contribuir com mais desastres ambientais. Eis um avanço.
Tenho me posicionado neste precioso espaço, contra a degradação ambiental construída  dia a dia, por governantes e governados aqui e ao redor do mundo. Acredito que ações simples podem mudar esse cenário, em que os resíduos afogam o planeta. Por exemplo , estudos científicos sérios, mostram que, a continuar a marcha da insensatez , ao fazermos do mar uma lixeira, o resultado será, já em 2050, que a quantidade de plásticos  nos oceanos, suplantará a quantidade de peixes: esperamos um protocolo da ONU para reduzir a aplicação  deste material, após vencer o poderoso lobby de suas indústrias, e as elevadas somas de  seu dinheiro, que compra consciências ao redor do planeta.
Criamos o dia mundial do meio ambiente, depois estabelecemos a semana do meio ambiente, agora junho é o mês do meio ambiente. Como se isso expiasse nossa culpa... Todavia  necessário  seria  que, cada dia, durante todos os anos, tivesse a dedicação da população para torna-lo sustentável ,sem desperdícios e degradação do ambiente- e  isso é a  educação ambiental, que faz mudar comportamentos, transformar paradigmas , e usos desnecessários de recursos  , que depois se voltam contra a vida, ao se transformarem  em resíduos, perigosos ou não.
Sintomático  o fato que  o lixo seja algo que, desde sempre ,queiramos esconder, mantê-lo longe de nossas tendas:” Not in my backyard”-não em meu quintal. Com esta lógica,  adiamos a aprovação de relatórios de impacto ambiental de estações de tratamento de efluentes(resíduos líquidos) ,aterros sanitários ,e usinas de incineração(resíduos sólidos), que transformam lixo em energia- como em Paris, que  a distribui para a população sob a forma de gás encanado.
A logística reversa de materiais perigosos-classe 1 segundo a NBR10004- para reuso, apenas engatinha, colocando em risco  mananciais e  expondo a população a riscos inaceitáveis. Um litro de óleo do  cárter do motor de um carro após a troca, é capaz de contaminar 1 milhão de litros de água.  Remédios vencidos jogados no esgoto das casas também são classe 1, e as estações de tratamento de água e esgoto, não tem mais capacidade operacional e técnica para tratar nossos esgotos, cada vez mais contaminados com micro- poluentes perigosos, que quando clorados, no final do processo , se transformam em cloraminas cancerígenas.  A  Alemanha, por isso, evita clorar suas aguas de abastecimento - ela usa irradiação controlada que reduz o risco deste tipo de contaminante.
Concluo,  refletindo sobre as palavras em tela de um índio americano, apesar de ter presenciado aqui  o protesto de nossos indígenas, e o último deles – de uma líder , habitante da volta grande do Xingu, pintada para guerra e com seu enorme facão rondando as cabeças de  uma mesa de barrageiros de  Belo Monte, quando  na época, mentiam sobre seu baixo  impacto ambiental, forjado  para servir com seus desvios, ao  caixa de campanha  presidencial. Vergonha nacional!
Não temos líderes...e os índios tem!
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
 
 

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