“ Tudo que acontecer à Terra ,acontecerá aos filhos da
Terra”. Índio Seattle
Em abril, a conferência
ambiental de Paris concluiu um
acordo global de redução dos gazes de efeito estufa. Desta vez com a adesão dos
2 maiores poluidores do planeta , os EUA e a China...Tudo para que o planeta
não aqueça 2 graus centígrados, que
venham contribuir com mais desastres ambientais. Eis um avanço.
Tenho me posicionado neste precioso espaço, contra a
degradação ambiental construída dia a
dia, por governantes e governados aqui e ao redor do mundo. Acredito que ações
simples podem mudar esse cenário, em que os resíduos afogam o planeta. Por exemplo
, estudos científicos sérios, mostram que, a continuar a marcha da insensatez ,
ao fazermos do mar uma lixeira, o resultado será, já em 2050, que a quantidade
de plásticos nos oceanos, suplantará a
quantidade de peixes: esperamos um protocolo da ONU para reduzir a
aplicação deste material, após vencer o
poderoso lobby de suas indústrias, e as elevadas somas de seu dinheiro, que compra consciências ao redor
do planeta.
Criamos o dia mundial do meio ambiente, depois estabelecemos
a semana do meio ambiente, agora junho é o mês do meio ambiente. Como se isso
expiasse nossa culpa... Todavia
necessário seria que, cada dia, durante todos os anos, tivesse
a dedicação da população para torna-lo sustentável ,sem desperdícios e degradação
do ambiente- e isso é a educação ambiental, que faz mudar
comportamentos, transformar paradigmas , e usos desnecessários de recursos , que depois se voltam contra a vida, ao se
transformarem em resíduos, perigosos ou
não.
Sintomático o fato
que o lixo seja algo que, desde sempre ,queiramos
esconder, mantê-lo longe de nossas tendas:” Not in my backyard”-não em meu
quintal. Com esta lógica, adiamos a
aprovação de relatórios de impacto ambiental de estações de tratamento de
efluentes(resíduos líquidos) ,aterros sanitários ,e usinas de incineração(resíduos
sólidos), que transformam lixo em energia- como em Paris, que a distribui para a população sob a forma de
gás encanado.
A logística reversa de materiais perigosos-classe 1 segundo
a NBR10004- para reuso, apenas engatinha, colocando em risco mananciais e
expondo a população a riscos inaceitáveis. Um litro de óleo do cárter do motor de um carro após a troca, é
capaz de contaminar 1 milhão de litros de água.
Remédios vencidos jogados no esgoto das casas também são classe 1, e as
estações de tratamento de água e esgoto, não tem mais capacidade operacional e
técnica para tratar nossos esgotos, cada vez mais contaminados com micro- poluentes
perigosos, que quando clorados, no final do processo , se transformam em
cloraminas cancerígenas. A Alemanha, por isso, evita clorar suas aguas
de abastecimento - ela usa irradiação controlada que reduz o risco deste tipo
de contaminante.
Concluo, refletindo
sobre as palavras em tela de um índio americano, apesar de ter presenciado aqui o protesto de nossos indígenas, e o último
deles – de uma líder , habitante da volta grande do Xingu, pintada para guerra
e com seu enorme facão rondando as cabeças de uma mesa de barrageiros de Belo Monte, quando na época, mentiam sobre seu baixo impacto ambiental, forjado para servir com seus desvios, ao caixa de campanha presidencial. Vergonha nacional!
Não temos líderes...e os índios tem!
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e presidente da Academia de Letras de
Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
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