“Para os outros, estar errado é uma
fonte de vergonha; para mim, reconhecer meus erros é uma fonte de orgulho.
Quando entendemos que a compreensão imperfeita faz parte da condição humana,
não há vergonha em estar errado, mas sim em não reconhecer os erros”.
George Soros
Em tempos de casamento gay na igreja,
abençoado pela decisão do STF de tornar legal a união de pessoas de mesmo sexo.
Em época em que a homofobia, (que pode ser uma indignação mal interpretada) está
prestes a virar crime, o politicamente correto virou uma forma de
sobrevivência. Apesar disso, não podemos nos calar diante da marcha acelerada dos
acontecimentos, “quando a coisa assume um vulto tal que “o errado” vira certo e
o padrão considerado normal se torna o inadequado” em várias áreas de nossas
vidas, e principalmente sob um governo que resolve transformar este estado da
arte em políticas públicas.
Como trabalho
com educação de pessoas e organizações, procuro focar em assuntos da área de
ensino e aprendizagem, e este mês correu pela internet um belo artigo
supostamente atribuído à Alexandre
Garcia, criticando o livro “Por uma vida melhor”, que não teve o
português adequadamente revisado , foi publicado com erros terríveis de
concordância, e distribuído pelo
Ministério da Educação assim mesmo, para meio milhão de crianças de norte a sul
do País.
O MEC ultimamente tem errado onde não
deveria, mas até aqui sempre se desculpou. Todavia desta vez fez o impensável: validou
o erro abarcando uma teoria esdrúxula,
de que o erro de português deve ser
tolerado , para não haver uma “discriminação linguística” com quem o comete, pois
não haveria mais certo ou errado e sim adequado ou inadequado dependendo da
situação .O que os novos “çábios” querem é que, daqui para frente devamos tolerar erros de português até em livros e
seus autores, apesar de afirmarem, paradoxalmente, que a norma culta continuará
sendo cobrada nas provas e avaliações. O que dizer? viva o Tiriica! no salve-se
quem puder da incompetência, tornada
política de educação pelo governo do
PT, sem pensar no que virá em termos estratégicos.
Tomara que tudo não passe de um enorme
e fenomenal erro, e uma nota admitindo isso encerre a questão, após autorizar a
logística reversa do lixo cultural entregue a nossos filhos, e pago com
dinheiro público. Em seguida, como deveria ser praxe em nossas instituições
republicanas, o ministério público federal, como guarda da lei exigiria dos
responsáveis o ressarcimento ao erário público dos valores gastos irresponsavelmente.
Como observo o País em que vivo, sei
que nada disso acontecerá e mais um crime cometido contra a educação ficará
impune, todavia não abro mão do direito de protestar e gritar bem alto que, bem
mais do que o dinheiro, roubam o futuro desta nação, e nossa elite sequer toma
conhecimento, pois está entretida em contar a pecúnia obtida vendendo sua consciência.
Para esses relembro Maiakóvski: “Na primeira noite eles se aproximam e colhem
uma flor no nosso jardim. E não dizemos nada”. Na segunda noite, já não se
escondem: pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada. Até que um
dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
arranca-nos a voz da garganta. E, porque não dissemos nada, já não podemos
dizer nada”.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com.br
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