domingo, 10 de julho de 2016

Do Nazareno




“Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus,Deus está nele, e ele em Deus”

I João 4:15



Alguns templos são, com seus vitrais, sua nave, seus fieis em oração, verdadeiros céus na terra. A Igreja do  Nazareno em Campinas – SP é um desses. Ao entrar, você sente a aura da espiritualidade, da fé, do amor e da misericórdia de Jeová. Estive lá na manhã de domingo passado, e não contive a emoção aos pés do altar, com as músicas de Bach e os cânticos de louvor, em conjunto com 6000 pessoas, na ceia do Senhor. Sou Cristão, hoje mais que em outros tempos.

Me recordo da narrativa dos Evangelhos, de quando após a ressurreição, Jesus se juntou a dois discípulos ,que tristes caminhavam na trilha de Emaús. Ainda não criam na ressurreição e sem que percebessem, foram instruídos por aquele estranho sobre a glória de Deus, da vitória sobre a morte .Ao longo do caminho, foram aos poucos convencidos, e ao final, quando o homem se afastou, descobriram que se tratava do Senhor. Exultaram de alegria e se perguntaram: ”como nos ardia o coração enquanto ele nos falava!” Naquele momento nascia a comunidade universal do El Shadai(Deus todo Poderoso).” Onde estiver dois ou três reunidos em meu nome ,eu aí estarei”. Numa mesquita, porque não? Pode chamar  de igreja. Pode ser templo ou não. Às vezes uma floresta, um outeiro, ou  um barco. Não importa. Deus está lá. Tanto está nas capelas e templos  separadas para este fim. Como e principalmente no coração  do homem .E isso me fascina.

Tempos atrás, estive horas contemplando o teto da capela Sistina no Vaticano. Michelängelo, com seus discípulos, quiseram louvar à Deus e o fizeram como sabiam. Vi na Igreja Sacre Cuér, em Paris,  ministério para refugiados e latinos, que nos fazem ouvir na nossa língua palavras de conforto contra as adversidades. Ouvi falar de coreanos riquíssimos que recentemente convertidos, faziam questão de lavar os banheiros da Igreja presbiteriana -casa de Deus! uma lição de humildade ensinada pelos evangelhos. Outras lições: ”lançar o pão às águas” -isto é ser generoso-; Amar ao próximo como a si mesmo; não condenar, relevar: “Atire a primeira pedra quem nunca pecou - alguém te condenou mulher? tampouco eu te condeno”;

“Se o grão de trigo não morrer, permanecerá só. Se morrer, produzirá muitos frutos. ”Quanto â este último ensinamento, se referia Jesus à sua morte  ,ou quem sabe, fazia uma profecia para outros milhares de cristãos, como um padre capuchinho do interior pobre da Bahia, que enfrentou greve de fome ,disposto  à morte contra a transposição das águas do Rio S. Francisco - o “Velho Chico” dos sertanejos. O que se sabe: Interesses poderosos e não republicanos, que atendem a concentração de renda, e às multinacionais que   irrigam com água barata  seus produtos agropecuários, para vende-los longe da fome, da seca e da miséria do nordeste. E é exatamente aí, que acontece o ministério do capuchinho, que sabe, como nós técnicos, que a revitalização do “rio da integração nacional” é a única saída para milhares de cidades e milhões de cidadãos daquela região. Contra estas forças só o sobrenatural. “Algo se move” e acontecerá. E, como para Deus nada é impossível, por certo retirará dos coronéis  todo mensalão, lavrado com a miséria e a fome de tantos brasileiros. E os castigará.Oremos irmãos.

José Carlos Nunes Barreto

Professor doutor

debatef@debatef.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário