sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Hotel Ruanda 2, por José Carlos Nunes Barreto

sex, 23 de janeiro de 2015 00:03
“A morte de qualquer ser humano me diminui/porque sou parte da humanidade/…/Portanto, não pergunte por quem os sinos dobram/Eles dobram por você”. John Donne
* José Carlos Nunes Barreto
De férias, peço licença a meus leitores para a releitura de um artigo de alguns anos atrás, quando comecei esta parceria com o jornal Gazeta do Triângulo: Genocídio foi a palavra chave. E ele é definido no Aurélio como crime contra a humanidade, o que consiste em destruir total ou parcialmente um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Cometer contra eles, qualquer dos atos seguintes: matar membros seus; causar-lhes grave lesão à integridade física ou mental; submeter o grupo a condições de vida capazes de o destruir fisicamente no todo ou em parte (grifo nosso).
O tema desta crônica é o título de um filme, que reproduz uma história que cobre de vergonha a humanidade, e que vem a calhar, devido ao “evento” Charlie Hebdo em Paris. Os europeus de forma geral, colonizaram as Américas, Ásia e África. A África e a América Latina foram alvo do que há de pior em termos de dominação. Foram saqueadas, humilhadas e tiveram seu futuro boicotado por aviltamentos acontecidos neste período. E que permanecem até hoje. Vocês acompanharam as discussões sobre a rodada de Doha?(que foi um fiasco)- Homens de estado do Brasil defenderam nossos interesses contra uma nova dominação: a colonização tecnológica. Primeiro tiraram o ouro, pedras preciosas, madeiras nobres. Agora estão levando genes e princípios ativos. Infelizmente foram mais cruéis com a África. Tiraram tudo. E ao sair queimaram as pontes do futuro, ao lançarem o dissídio entre irmãos, e dividirem países. Este filme expõe a divisão dos Tutsi e Hutus, de forma maquiavélica – através da desigualdade na divisão de poder pelos colonizadores belgas, que na undécima hora, contrataram uma  guerra civil anunciada e construída pelo ódio racial que ceifou 2 milhões de almas tutsi (que parecem valer menos que 12 cartunistas franceses em termos de solidariedade mundial).Provocou o deslocamento de outros milhões para países limítrofes. Tudo sob o olhar atônito da ONU, e com o fornecimento de armas aos hutus pelos franceses.
Um dos poucos momentos políticos brilhantes do governo Lula, foi quando lá, em sua visita como chefe de estado, pediu desculpas pelos 400 anos de escravidão de africanos neste País – que só aconteceram por conta da crueldade e corrupção de seus líderes, que, como fazem hoje os políticos no Brasil, literalmente rifaram o povo. Mas seria bom que a presidente Dilma, o Congresso e as demais autoridades estaduais e municipais brasileiras, prestassem atenção ao nosso grifo na definição de genocídio, dando conta das estatísticas de mortes violentas que apontam para uma maioria de vítimas sendo jovens e negros. Aqui as balas da polícia substituem os facões hutus. E parece que não temos um Paul (herói e benfeitor dos tutsi perseguidos). Nem um hotel Ruanda (que acolhia crianças e famílias Tutsi). Tão pouco há educação de qualidade e escolas, que seriam a misericórdia para nossa população afro-brasileira.  Cristão, como o papa Gregório, oro a Deus para que nos socorra nesta triste quadra de islamofacismo, alzeimer espiritual e  cegueira coletiva (Saramago). Só Ele pode nos socorrer – como fez com Daniel na cova dos leões.
* Professor doutor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia-ALU
debatef@debatef.com

domingo, 23 de agosto de 2020

O Líbano é aqui

Em home office continuo minhas releituras de artigos já publicados, cuja realidade pouco mudou...Com a devida licença do leitor amigo, claro...



“Vou deixar a rua me levar/ ver a cidade se acender/.../Eu vou lembrar você”

Do nosso cancioneiro popular




E o Líbano não é aqui. Temos dois países distantes. Que sofrem de maneiras diferentes, e interagem com a dor do Mundo. De tão brutal o abismo, dá vertigem. O País “corporate” na Vila Olímpia em SP e o PCC nas zonas sul e leste, nas palavras de João Sayad, em artigo na Folha de SP de 07/08/2006. Ele não é qualquer  um. Foi ministro do planejamento do governo Sarney. É inflente economista - pensador do nosso tempo, e vive em SP.

Em plena campanha para Presidência da República, falta um projeto  de Nação. Os estudiosos de fora do País, como C.K.Prahalad, um indo - americano, têm propostas melhores que os envolvidos nesta rinha desértica de idéias. Também vem de fora o conceito de BRICs e com ele as projeções ,que embora na rabeira e comendo poeira ,nos colocam junto com a Rússia ,a ïndia e  China,no olho do redemoinho da transformação deste século. Este conjunto de países representarão 40% do PIB mundial além 800 milhões de novos consumidores de classe média já em 2010, segundo Estudo da Goldman Sachs . Nas décadas seguintes devem desbancar potências como JP Alemanha e EUA.A lógica dos negócios vai sofrer mudanças críticas com a entrada destes consumidores emergentes. Essa classe média no Brasil é a mesma que vai eleger o próximo congresso e o Presidente da República. Será que isso não nos diz nada?

Crescemos menos, somos os menos educados, temos a maior carga tributária, a pior e  mais avariada infraestrutura .Contudo nosso lado “corporate” possui um parque industrial diversificado, grandes reservas minerais ao lado de uma rede de universidades, linkadas a um elogiado sistema de pós graduação, que já produz 1,8% dos artigos científicos do mundo, ultrapassando países de primeiro mundo.

No nosso “lado PCC” somos um líbano, massa de manobra dos países desenvolvidos e de belicosos espertos como Chavez e Morales. No “Corporate” somos  liderança com potencial de ser o maior fornecedor mundial de produtos agrícolas.

No Líbano real, a guerra é  por procuração dos EUA de um lado e por Síria + Irã do outro, com uma mãozinha da França. O Hezbollah só tem sua força por causa do armamento e apoio logístico destes países.E

Israel, a nosso ver atacou o Líbano só para atrair a Síria e o Irã ao teatro de operações, e facilitar assim a ampliação do conflito, que propiciaria o tão almejado ataque dos americanos ao seu arqui-inimigo, o eixo do mal Irã.

Mas não é de hoje que somos um quintal dos poderosos, que usam o BIRD(Banco Mundial) e O FMI(Fundo Monetário Internacional) para atingir seus objetivos. Agora é  a OMC(Organização Mundial do Comércio), onde se destaca o “caso dos pneus”: A UE(União Européia)impugnou entre outras medidas, a proibição da importação de pneus recauchutados da UE ,imposta ao Brasil. Um absurdo surrealista! Se vitoriosos em seu intento, teremos de recuar nas nossas suadas políticas de proteção à saúde e ao meio ambiente, para receber como destinação final,  um passivo ambiental europeu. Via de consequência geraremos mais dengue, mais acidentes, mais poluição e mais mortes .O que é pior: isso ou   um míssil do PCC - Hezbollah ?

José Carlos Nunes Barreto

Professor-doutor

Uberlândia MG

debatef@debatef.com






sábado, 22 de agosto de 2020

A Ditadura das Togas


           A  Ditadura das Togas

“ Aos juristas: teu dever é lutar pelo direito. Mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a justiça, lute pela justiça.”

Eduardo Coleture




Estou vivendo um tempo de releituras em home office...esta me deu a famosa linha do tempo, das ações do Supremo tribunal Federal na última década...Um lixo da história! E não é de hoje...alguém se lembra da decisão da era Vargas que exportou para Alemanha nazista  , em plena guerra a mulher de Luís Carlos Prestes, indago...para morrer em uma câmara de gás...indago novamente....Nenhum país do mundo merece esta corte...segue o texto de 10 anos atrás:



"Escrevo ainda sob o sentimento de indignação pelo abuso de poder do governo Federal do PT. Que se aliou ao STF contra o Congresso Nacional- representante do povo que foi humilhado-para cassar a voz de um caseiro na CPI dos Bingos. Não um caseiro qualquer. Mas uma testemunha ocular da história de um governo que aparelhou o estado para pilhá-lo através de um ministro da economia- pouparei o leitor dos detalhes sórditos da “república” de Ribeirão Preto. Pobre Brasil!Que Diogo Mainard na revista Veja de 15 de março, arrazoa : após a alforria do professor Luizinho do PT ,e crescendo quase como o Haití, daqui a alguns anos será ultrapassado também pela economia do Iraque. Não precisamos de guerra minha gente! Temos essa elite  que faz muito mais estrago que bombardeios inimigos!aí incluída  a suprema corte do País.

Porque o Supremo com tantos juristas de notável saber, age assim? Porque se apega à virgulas- quando interessa- e à letra morta da da Lei? Porque não faz justiça e defende somente o status quo no direito?

Senão vejamos:fato 1- a começar pela récem eleita(parabéns às mulheres por mais este posto)presidente do STF ministra Ellen Grace. Sua posição em garantir o sigilo do disco rígido de Daniel Dantas do Banco Oportunity, impede a PF e a CPI dos Correios de investigar o principal financiador (2/3 dos recursos) do “valerioduto” que  movimentou 30 milhões de reais. Fato 2-A decisão do STF de favorecer a progressão da pena para presos por crimes hediondos vai colocar na rua só em SP, 43000 facínoras. Alguém merece? Fato3-A chicana a favor dos bancos e contra os correntistas no julgamento de ações com base no Código de defesa do consumidor. Um escânda-lo! Fato4-O ataque ao Ministério Público: Se avizinha mais uma desastrosa decisão: A proibição de investigação por parte do MP -uma mordaça que José Dirceu preparou antes de ser pego com a mão na botija. Entre outros.

As Cortes e a intelligentsia sempre viveram longe da realidade ao longo da História . Por isso os estadistas e os sábios sempre que a buscam, se aproximam do povo,e evitam com isso as decapitações e apedrejamentos da vida. Infelizmente nesta quadra, os sábios, quando existem, não são ouvidos,  faltam estadistas e sobram “oportunistas”.

Sábio aqui significa ter conhecimento. E ser doutor e intelectual neste País está muito difícil. Há uma campanha contra, a começar pela Presidência. O bonito é ser esperto e não ir a escola. E quando se vai à escola, se depara com o que acontece num dos maiores Centros Universitários de Uberlândia e outros Brasil a fora: demitem-se  doutores e mestres, e quando o seus líderes sindicais  , vêm a público defender a categoria, são suspensos e retaliados. Este é o retrato do Brasil de hoje , com alguns sindicalistas sócios do poder, todavia de costas para seus representados"
Chore!



   José Carlos Nunes Barreto

Pós-doutor e sócio da DEBATEF Consultoria


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Lembranças Malditas


              

O  governo mais auto elogiado da história do Pais saia, após tentar  humilhar seus antecessores com pretensas lições de governar. Daí veio a catástrofe de Teresópolis e de Nova Friburgo, então, seu secretário de tecnologia foi obrigado a confessar, no Congresso Nacional: ”Falamos muito e fizemos pouco” - No caso do mapeamento de área de riscos, e fortalecimento da defesa civil nas áreas atingidas, e em  todo o País, esse pouco foi quase nada. O ex - governador Garotinho , de muitos outros pecados( e prisões) , além de coautor do atual estado da arte, divulgou em seu blog, que  o governo federal  disponibilizou 24 milhões de reais para serem utilizados na remoção de moradores destas áreas, e o dinheiro foi desviado pelo atual governador do Rio(Cabral, depois preso pela Lava Jato), para uma importante rede de televisão(Rede Goebels), na época da campanha  para reeleição.

 Onde o ministério público ?Porque ainda não foi usada polícia federal? Um crime como esse, se comprovado, não poderia ficar sem punição, a fim de  servir de exemplo para todos  gestores da coisa pública que desviam recursos do erário. São políticos vigaristas, como  ensinava  Berttold Brech: por gastarem mal os escassos recursos da sociedade,   geram como consequência mortes , carestia,  fome ,  prostitutas, menores abandonados, e  futuros assaltantes. 


Goebels ,no nazismo de Hitler, comprovou  que uma mentira falada muitas vezes, se transforma em verdade, e maquiavelicamente ,o  governo que terminou  foi um às no assunto: Mensalão virou “golpe das elites”, empeachment também, mesmo com vasta documentação e condenação em andamento, e uma mãozinha do STF, rasgando a constituição federal de 1988, ao manter os diretos políticos de Dilma Roussef. Outra lorota : abriu-se a porta da prosperidade, vendeu-se ilusões para o povão e até ,pasmem, para  a elite que o elegeu como guia. 

Desgraçadamente para os jovens, reforçando a “lei de Gerson” do menor esforço, a megalomania, ao se julgar  excepcionalmente melhor que os outros, sem ralar em cima de projetos, de estudos  e da penosa preparação contra o que pode  vir de pior. Pobre Brasil. Não somos melhores que ninguém, temos uma argentina de desvalidos, e precisamos investir muito em nossa gente para sairmos do septuagésimo terceiro lugar em IDH, para algo próximo ao que somos como economia , oitavo ou nono lugar.

 Isso só se faz com livros , professores, horas de estudo e meritocracia, ou seja , ganha quem tem conhecimento , habilidades e atitudes aprendidas. Nos últimos 5 anos ,crescemos menos que a média da América Latina, e  os países pobres da Europa como Romênia, Sérvia, Bulgária. Apesar disso, ao crescermos 7,5%  em 2010, nos deparamos com o apagão de talentos e de infraestrutura. E a perspectiva? Sem um grande projeto  nacional de educação que englobe , da escola primária à pós graduação, não teremos chance de brilhar  nesta janela de oportunidade que se abre para os  próximos vinte anos.


Finalizando, cada centavo do orçamento é sagrado e deveria ser utilizado para a redenção desta escravidão moderna que nos oprime: Teremos de importar ,já, milhares de engenheiros, carpinteiros, pedreiros , pilotos de avião e  arquitetos, se quisermos continuar a crescer, enquanto milhões de brasileiros que poderiam ocupar estes postos de trabalho, sem educação e oportunidades, permanecem no limbo. Não é triste?


José Carlos Nunes Barreto

Pós-doutor e Sócio da Debatef Consultoria


domingo, 16 de agosto de 2020

Lixo, Desperdício e Cidadania




“Deve ser nosso jeito de sobreviver- Não comendo lixo concreto, mas engolindo esse lixo moral e fingindo que está tudo bem...”Lya Luft

A propósito da proposta de reeleição de duas lideranças, revisito artigo de quatro anos atrás , cobrando dos mesmos, apesar e por causa da pandemia, soluções de gestão harmônicas e inovadoras para nossa cidade. Ainda não decidi se voto na reeleição de Odelmo Leão, e tampouco voto para reitor da UFU, todavia, ambos estão a dever à população da cidade, algumas das sugestões de bom senso e transparência, que fiz neste artigo publicado, que, peço vênia ao leitor amigo , para releitura:

“A  UFU e a cidade de Uberlândia fizeram 2 boas escolhas para suas lideranças nos próximos 4 anos: O reitor será Walder Stephen, pós doutor em Engenharia mecânica, especializado em estruturas inteligentes, e diretor da faculdade de engenharia mecânica. E o prefeito será o atual deputado federal  e ex  ocupante do cargo, Odelmo  Leão. Nunca na história, estas duas pirâmides administrativas precisaram tanto, uma da outra, como na atual quadra por que passa o País. Os respectivos PLOAs(Projetos de Lei Orçamentária Anual)apontam respectivamente 1,2 e 2,6 bilhoes de reais para a UFU e a pólis em 2017- sem contar as emendas parlamentares endereçadas às instituições associadas.

Todavia, esta cidade vive como se não soubesse da importância e abrangência do orçamento da UFU. Só para comparar, somente cerca de 60 dos 5500 municípios brasileiros, possuem orçamento maior que este, e o HC atende com 300 milhões /ano, algo como 3 milhões de pessoas/ano, de Uberlândia e do seu entorno expandido, até os grotões do interior do Brasil(todavia a UFU fechou 100 leitos do mesmo durante a pandemia, e, por isso  é alvo de inquérito em processo do MP)). Apesar de 80% do orçamento da universidade, ser destinado a pagamento de salários e aposentadorias, esta massa de recursos fica na cidade e região, irrigando uma miríade de cadeias de valor. Os 20 por cento  restantes, somados às emendas parlamentares, e projetos tipo CNPQ mais parcerias com empresas privadas,  além do custeio, podem chegar a 100 milhões por ano em investimentos em solo uberlandense.

Quanto ao PLOA do município, as obras do DEMAE( houve desvios de vultosos recursos destinados ao saneamento,que foram alvo de processo na câmara e no MP)  e de corredores BRT advindas do BNDES, podem deixar outros 200 milhões /ano na cidade, mas isso é pouco ante tantas demandas já estabelecidas, e espera-se  projetos com aporte de recursos, que nos ajudem com a inovação e criatividade, que só a academia supra citada pode proporcionar, haja vista seu corpo técnico de excelência reconhecida no mundo.(Não há transparência no uso de dinheiro público por parte destas administrações, principalmente do município, e, ao meu ver, deveriam prestar contas em conjunto à sociedade, com um balanço do que foi enviado, e onde e como foi gasto!!!)

Sugiro então um dos projetos : a UFU poderia ensinar  às populações, o correto manejo do lixo industrial e urbano em conjunto com o município(somos o maior centro logístico do País, e dezenas de milhares de resíduos são gerados por aqui, sendo que ao redor  de 10 por cento deles são perigosos e deletérios à vida), e campanhas publicitárias se fazem necessárias,( no município, as mesmas só são feitas como propaganda política de reeleição do atual mandatário, e não visando à formação e educação do povo) além de competentes projetos. Por exemplo o uso do biometano  advindo do lixo( uma de nossas chagas sociais) ,que já é usado em grandes megalópoles como Paris, através de tecnologia de engenharia já consolidada.  Poderíamos mandar missão conjunta prefeitura –UFU visitar um  benchmarking aqui no Brasil- A superintendência de Energias Renováveis de Itaipú, que  gera do biometano, mais  meia Itaipu, com segurança e espírito público, atendendo pequenos negócios e sítios no entorno da estatal, uma aula de engenharia social e cidadania, no interior do Paraná...

Finalizando: como dois vizinhos que mal se conhecem, a UFU e a cidade, as vezes falam mal um do outro: Ela é uma torre de marfim, diz a cidade; se deixar, eles  ferem a autonomia universitária, e vão querer mandar aqui dentro, diz nossa principal academia. O fato é que, a sociedade precisa que estes dois líderes recém  eleitos, harmonizem estes patrimônios de nosso ethos acadêmico-urbano-industrial, em benefício de Uberlândia e região, e ,por que não dizer do Brasil?”

Infelizmente, com a pandemia,  se mascarou muitos graves problemas de gestão, e o dinheiro público foi gasto sem a devida parcimônia, e bom senso, principalmente no município, onde se apostou na morte como política pública.

       José Carlos Nunes Barreto

 Pós- doutor e sócio da DEBATEF Consultoria


sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Bolsonaro e o Agronegócio

 O agronegócio  que envolve a agricultura, seus fornecedores,  tais como as industrias de tratores, a de fertilizantes , os bancos, as seguradores, e as transportadoras, representam 40 % do PIB, nos informa em recente artigo, Stephen Kanitz ,e, foi este percentual do PIB  que elegeu majoritariamente o governo Bolsonaro, que nomeou uma engenheira agrônoma, deputada Tereza Cristina ,  como ministra da agricultura.

 Nas cidades agronômicas do País  ele ganhou com margens muito superiores a 60 por cento do eleitorado. Em Sorriso teve 74% dos  votos, em Rio Fortuna 68%, no estado do Mato Grosso do Sul  teve 61% dos votos. Ao cruzar os votos da ultima eleição na fronteira agrícola, a agricultura, com Bolsonaro, venceu em 15 estados, nos informa a  Associação Brasileira de produtores de Soja, levando o campo à protagonista do poder, e pelas projeções de sucesso em 2020 e anos seguintes , isso veio para ficar, se não for Bolsonaro, será sempre alguém que escuta e cura suas dores como salvadora da pátria .

O poder mudou de dono sorrateiramente no ocaso da indústria, e suas federações que sempre financiaram a política de esquerda no Brasil, e a torre da   FIESP na avenida paulista representa claramente esta perda.A espiral negativa levou a indústria e seus agregados, nos últimos 40 anos, de 45% do PIB para 14,5%, gerando também uma crise política, pois este poder foi erigido com impostos que  compraram  artistas e jornalistas subsidiados, além de políticos de esquerda, da chamada velha política.  

 Durante o auge  da indústria, o campo foi solenemente esquecido, pelos ministros da fazenda  indicados pela FIESP. Neste período o êxodo rural estabelecido empobreceu o campo , e criou milhões de favelados, que foram usados como massa de manobra pelos políticos de esquerda.Todavia agora tudo mudou,e em 4 ou 5 anos, daqui pra frente, a agricultura elegerá quem ela quiser.  Será o crescimento do interior comunitário e solidário, na esteira do lema mais Brasil menos Brasília, em uma batalha já ganha pela agricultura, e que poucos, principalmente a esquerda e a indústria falida,  perceberam.

       José Carlos Nunes Barreto
Pós Doutor e sócio da DEBATEF Consultoria