segunda-feira, 29 de junho de 2020

Ferramentas da Qualidade e seu uso em pequenas empresas:grande negócio!

"A qualidade nunca se obtém por acaso; ela é sempre o resultado do esforço inteligente".
John Ruskin
Estou finalizando um curso de extensão , a ser lançado pela FGW em Araxá,que objetiva ensinar o uso de ferramentas da Qualidade, como modo de turbinar a produção de bens e serviços, principalmente para a pequena e média empresas, já que as grandes possuem departamentos que desenvolvem esta utilização , muito em voga do mercado, nas cadeias de valor em que estão inseridas. Procurarei aqui fazer um resumo de nossa grade temática e sua importância prática no entendimento das questões da qualidade.

Começaremos com o 5S ou os cinco sensos, como não poderia deixar de ser.Na jornada da qualidade este é o primeiro passo.  É um fundamento- o baldrame sobre o qual construiremos nossa casa. O senso de utilização(Seiri) é o primeiro. Ao estabelecer uma comissão para implantação, a comunicação com todos os funcionários do setor deve ser estruturada, explicando o passo a passo desta ferramenta, que exige a participação de todos, pois é diferente do housekeeping( que vem de cima para baixo  e entregue pronto pela direção da organização).Uma grande mesa de descarte deve ser providenciada, para que, ao verificar a utilidade dos itens do processo produtivo, e ao ordenar o ambiente- segundo senso(Seiton) - muita coisa que sobrar, ou que já estava "a lateri"do processo, sem participar,  nesta fase, é colocada sobre esta mesa, para que durante um tempo  previamente combinado, os participantes possam reutilizá-las , ou caso contrário, ao fim do período, descartá-las.

 O terceiro S   é o sendo de limpeza(Seiso), e ao terminá-lo, estaremos implantando uma cultura crucial para a produção. Onde tudo fica ordenado e limpinho, até com novo lay out. Pois o quarto senso  depende disso, e se chama Padronização ou Saúde(Seiketsu), que se estabelece após a sedimentação dos 3 primeiros nas mentes e corações dos funcionários. Exemplos não faltam nesta pandemia, dos benéficos efeitos da limpeza e  sanitizações que salvam vidas, e seus protocolos sistemáticos, como  lavar as mãos, higienizar superfícies e pertences  com agua e sabão ou  com álcool gel, portar máscaras trocadas por limpas a cada duas horas, de tal forma que explicam, como, ao manter  a autodisciplina(Shitsuke) como  quinto senso, evita-se  o descuido, que pode levar a mais contaminações e mortes. Isto é 5S.

Todavia, não só por cauda da pandemia que se deve manter o 5S, ele é fundamental nas BPF- boas práticas de Fabricação, pois sem elas, além de não se ter saúde no chão de fábrica/loja/laboratório/escola, o produto final, seja ele um bem ou serviço, estará contaminado e, disseminando contaminações cruzadas, o que é deletério à vida.

A Ferramenta Kaizen ou ciclo PDCA, vem à baila, então, como a ferramenta mestre de todas as normas de qualidade, meio ambiente e segurança e saúde ocupacional da  ISO, e por ser um ciclo, estabelece melhorias contínuas ao girar: a partir do P- Planejamento; D- da execução do que planejou;C- para checar ou auditar ,se o executado está de acordo com o planejado e, por fim, do  A da ação, para corrigir ou melhorar o que se executou.

Compartilho da mesma visão do SEBRAE, sobre a implantação da cultura da  qualidade para pequenos negócios, que respondem pela esmagadora maioria dos empregos no País: São 4 grandes áreas grafadas em círculos, que se entrelaçam ao redor de um círculo central da Gestão da Qualidade- contendo os Princípios da organização: 1-Planejamento Estratégico, 2-O 5S, 3-Gestão da Qualidade- Pessoas, e 4- Gestão da Qualidade- Processos. Já abordamos acima, a importância das pessoas, dos processos e do 5S.Para falarmos dos princípios, vamos coloca-los, a seguir, na esteira da metodologia para execução do  planejamento estratégico, não por ser menos importante que o mesmo, mas porque  fica mais fácil ao alunado visualizá-los, e entendê-los neste contexto
.
Pois bem, todas as vezes que presto consultoria para um pequeno ou médio empresário,  no início dos trabalhos, uma questão é colocada: qual é o seu negócio, indago...invariavelmente , ouço respostas que, de tão pobres, são limitantes, para as visões que as empresas possuem para chegar ao cumprimento de suas missões.Isto porque,  muitos não explicitaram nem  deixaram claro e escrito para toda organização , quais são seus princípios( valores, crenças, políticas), através dos quais os líderes e a empresa, vão enxergar a visão da corporação, para atingir seus objetivos estratégicos, e então constuir estratégias competitivas, ao responder  as perguntas do  velho e bom 5W2H- (1W- What -O que vamos fazer;2W- who- quem vai fazer;3W-Quando;4W-Where- onde;5W-Why- porque;1H-How- como podemos fazer;2W-How much-quanto custa)


Ora, para se construir ,estabelecer e em seguida ,comunicar os princípios de uma organização, se faz necessário organizar um seminário de pelo menos oito horas, com o board da organização, que, consultado prèviamente, se apoiará nas entrevistas realizadas, e gravadas, com os fundadores da empresa, para  extrair daí as crenças, valores e possíveis políticas da empresa, a serem discutidas e aprovadas durante o evento.

Os consultores, na verdade, são os grandes facilitadores para ajudar a direção da empresa a montar seu plano estratégico , que começa com a definição( ou redefinição) de seu negócio, que muitas vezes é reestruturado, o que pode gerar outra missão, e, após a definição dos princípios( que são a "lente dos óculos" da organização)ao analisar o ambiente, ter-se - á  outra visão, e portanto, outros objetivos estratégicos e via de consequência, outras estratégias competitivas.

Voltando aos círculos  do SEBRAE,em torno dos princípios da empresa, agora entendemos  a  sua importância e porque está no centro ,  com os demais orbitando ao seu redor. ( 5S,Pessoas,processos e planejamento estratégico).

Estes são rudimentos essenciais(existem dezenas de outras ferramentas que iremos mostrar em outros artigos) ao começo de toda empresa, e é capaz de evitar sua morte, seja em até um ano (40% delas), seja em até 5 anos(cerca de 70% delas),e mais que isso,tornar perene sua existência , evitando um  verdadeiro tsunami social- econômico e político, onde centenas de milhares de organizações vão à falência, ano após ano,daí minha tese de que, políticas públicas  se fazem necessárias para disseminar este conhecimento na ponta do mercado , onde estão os empreendedores,( 70% dos mesmos não procuram o SEBRAE) que perdem todas suas economias e das respectivas  famílias, por absoluta falta de uso desta ferramenta de negócios.

             José Carlos Nunes Barreto
Pós doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria




















































































































0000000000000000000000000 caso contrário, com os filhos e herdeiros, ou se apoiar em testemunhos de familiares e colaboradores, escritos históricos etc...De tal forma que

segunda-feira, 15 de junho de 2020

O Mito do Empreendedor no Brasil , Uma Live...

"O mito é uma fala, um relato ou uma narrativa dramática, cujo tema central é a explicação do mundo dos homens, das técnicas, dos deuses, das relações- uma forma de conhecimento" Marilena Chauí


Tive o prazer de ser convidado ,pela Faculdade de Gestão Woli(FGW) para participar de uma live,  com o título em tela, e fui.  Ao me preparar, li resenhas do best seller " A jornada do Herói"de joseph Campbell e do livro de Michael  Gerber " o Mito do empreendedor", em comum acordo  com o professor Welson Barbosa- empreendedor de sucesso,e a professora Sebastiana Gomes, coordenadora da pós graduação e extensão da FGW e mediadora.

O objetivo foi jogar luz sobre, porque muitas empresas não conseguem prosperar, em função da cabeça de seus donos, que apesar de entenderem as questões técnicas de seus negócios, pois são especialistas, não entendem de negócios ,e sequer tem expertises de administradores. Daí o resultado quase sempre ser um desastre, pois 40%fecham as portas no final do primeiro ano de operação, e  em 5 anos, 80% estarão falidas segundo pesquisa do autor americano, com mais de 1 milhão de americanos,relatada por Gerber em seu livro. Tal fato,  que não é muito diferente no Brasil, segundo informa o SEBRAE, em um estudo completo realizado com 2800 empresas no estado de SP, abertas entre 2007 e 2011:24,4% fecharam nos primeiros 2 anos e 50% com até 4 anos, cerca de 70% em até 5 anos.

O que ficou nestes empreendedores foi mágoa, tristeza e um prejuízo médio de 57 456,00 reais de recursos próprios, ou de familiares em sua maioria(88%).Quando se multiplica este número por centenas de milhares de empresas que fecham, temos um número impressionante de riqueza perdida- alguns bilhões(R$57.456,00x 100.000 = R$5.745.600.000,00)pela sociedade brasileira,  ano após ano.

Resolvemos comparar o empreendedor à um herói, com justa razão. E , no livro " A jornada do Herói", Campbell, destaca que  nos 12 passos do herói, em direção à sua missão, no quarto passo, o mesmo encontra o mentor, e, após esse evento , o mesmo consegue seguir seu caminho até o total empoderamento, o qual utiliza no seu retorno, para cumprir sua missão na terra de onde partiu.  Seu propósito é cumprido, ajudando seu povo, trazendo iluminação e resultados positivos para suas demandas.

Imperioso seguir  o texto de Campbell, quando compara a jornada de alguns heróis da bíblia, como Moisés, Jonas e o próprio Cristo,com as histórias de Prometeu, Osiris e  Buda ...onde todos seguem este mesmo paradigma. Cristo por exemplo teve como mentor o próprio Deus, e o Espírito Santo, durante os quarenta dias e quarenta noites do deserto, em que foi tentado  até a deixar de cumprir sua missão, em troca do poder e riqueza deste mundo, mas , com ajuda do mentor, venceu as tentações, e realizou seu desafio na cruz do calvário...

Então pergunto: porque nossos empreendedores desprezam a visão e a destra forte de uma mentoria, que pode estar numa consultoria, ou numa rede de professores em faculdades, ou num sábio qualquer, onde os mesmos poderiam se ancorar e performar, porque, de novo indago...

Um consultor experiente pode diagnosticar, e propor um plano de ação preventivo, antes que se feche uma empresa,com as principais causas que poderiam leva-la à este resultado catastrófico: a falta de planejamento prévio, a falta de conhecimento do negócio, e falta de estudar o mercado e clientes, além do comportamento muitas vezes perdulário do gestor, uma vez que somente 3% deles são de fato empreendedores, administradores e especialistas ao mesmo tempo, numa só pessoa, segundo Gerber. A esmagadora  maioria ,tem em si 70% de técnico ou especialista, 20 % de administrador e somente 10% de empreendedor, que entende de negócios.

 Por isso a necessidade de mentoria, de escolas de negócios, e de ajuda de entidades como SEBRAE, associação de lojistas, Associação de indústrias , Federações de indústria e comércio, porque se perdem bilhões por ano - não só no Brasil,   onde em torno de 70% dos gestores, segundo o estudo do SEBRAE , acima citado, sequer procuram estas entidades, e salta à vista a falta de políticas públicas, para evitar tal descalabro, com tantos recursos e vidas desperdiçadas.

Foi um bom momento poder compartilhar esta visão com a sociedade, e lembrar que, qualquer um pode ser empreendedor na empresa onde trabalha, ou em sua própria carreira. Me permitam falar de minha experiência, pois fiz as duas coisas , com relativo sucesso:fiz carreira na Academia , e empreendi em uma pequena  empresa de consultoria, no mercado há 31 anos, cujos resultados me ajudaram a formar os filhos,e adquirir algum patrimônio. Sim,muitos trabalhadores  investem ou na carreira e ou na empresa onde trabalham,  conseguindo tanto ou mais dinheiro e sucesso, sem entrar na estatística de causa mortis de empresas jovens, nem amargar prejuízos e amarguras da falência.

             José Carlos Nunes Barreto
Pós- Doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria

Serviços de Saneamento do Dmae- Uma Reclamação...

Meu bairro, Morada da Colina em Udia, fica próximo da estação de  Tratamento de água (ETA) de Bom Jardim. Há cerca de 3 anos atrás notei o aumento repentino da conta de água, e fui orientado pelo serviço de atendimento da empresa, a verificar possíveis fugas de água por vazamento, inclusive indicando uma empresa especializada. Assim procedi, e acompanhei todo serviço como sempre faço. O protocolo da empresa inclui ascultar as tubulações e verificar vazamentos, após injetar ar comprimido nas redes.... foram descobertos vários pontos com necessidade de reparos, que foram realizados, às minhas expensas após quebra do local e substituição das conexões rachadas pela alta pressão da água. Procurei então a área técnica da empresa, pois tudo indicava excesso de pressão na rede. E após várias tentativas infrutíferas, consegui conversar com um engenheiro mecânico do DMAE , que me informou que, sim havia excesso de pressão na rede, o que pude comprovar com a contratação de um encanador e a instalação de um manômetro, que mostrou pressões de 7 quilos em média, chegando a picos de 10 a 12 quilos, após o enchimento total da rede, quando o esperado seria 4quilos, que é quanto aguenta uma tubulação comum... Tal pressão foi impulsionada pelo fato da ETA em questão, ter trocado suas bombas de recalque,para poder fazer chegar o produto em novos e mais distantes  locais , fazendo arrebentar as tubulações nos bairros mais próximos à estação. Sabendo disso , mandei instalar uma válvula reguladora de pressão que só deixa passar no máximo 4 quilos de pressão, e com isso acabei com os vazamentos, desperdícios e prejuízos. Mas será que isto é correto, indago. A empresa não poderia ter alertado a população para o problema antes de acontecer, ou mesmo , instalado uma válvula reguladora de pressão por ramal, que inclui casas de uma mesma rua.O que seria o correto e justo por parte da organização de saneamento. Jogar para o cliente a conta do ajuste e ainda cobrar o vazamento através da conta de água é inadmissível, e mostra o quanto o poder público em Uberlândia carece de transparência nos seus serviços prestados à população.

      José Carlos Nunes Barreto
Pós Doutor e sócio da Debatef Consultoria