"Quem vai andando e chorando enquanto semeia , na volta trará alegre nos braços sua colheita" salmo de Davi
A Embrapa é uma empresa estatal brasileira a quem devemos
nossa revolução verde- a explosão da produção de grãos na savana brasileira, a
partir de pesquisas e estudos, financiados pelo estado brasileiro, já na década
de 70, e é atualmente responsável pelo nosso superávit na balança comercial. Hoje, salta à
vista a importância deste empreendimento, também como como tábua de salvação para as
populações rurais do País, e para a crescente indústria de farmacologia
nacional, pois há a necessidade de nos apropriarmos de saberes milenares sobre
princípios ativos, que curam doenças, e, estão sendo dizimados pelo avanço da
destruição do bioma cerrado.
A propósito, num parêntesis poético, relato que , no caminho entre Uberlândia e BH, ele agracia a passagem com uma verdadeira tintura da floração dos ipês amarelos, sob a exuberância do pôr de sol, a altivez dos buritis enfileirados em intermináveis veredas, e nos encanta por sua generosidade, beleza de suas flores, sabor e fartura de seus frutos – amostra de sua rica biodiversidade, além da hospitalidade e sabedoria de sua gente, de posse do vigor de suas águas, agora maculadas pelas atividades predadoras do agronegócio e da mineração.
A propósito, num parêntesis poético, relato que , no caminho entre Uberlândia e BH, ele agracia a passagem com uma verdadeira tintura da floração dos ipês amarelos, sob a exuberância do pôr de sol, a altivez dos buritis enfileirados em intermináveis veredas, e nos encanta por sua generosidade, beleza de suas flores, sabor e fartura de seus frutos – amostra de sua rica biodiversidade, além da hospitalidade e sabedoria de sua gente, de posse do vigor de suas águas, agora maculadas pelas atividades predadoras do agronegócio e da mineração.
Falando em farmacologia - leia-se pesquisas em laboratórios internacionais para remédios do dia a dia, algumas
professoras primárias neste meio rural brasileiro, que atinge11 estados, sem
farmácias por perto, já produzem em hortas nas escolas, várias espécies de
ervas medicinais, infusões e chás usados
pelos alunos, após verificarem que, ao adoecer na escola, os mesmos eram
obrigados a retornar para casa para serem atendidos por mães e avós, que, por
conhecerem o poder curativo da flora, ministravam esses chás e infusões às suas
famílias.
A Embrapa percebeu a janela de oportunidade para mapear
estes saberes e encurtar o trabalho de pesquisa. A partir destes eventos em escolas públicas,
nas quais, após estudarem os efeitos curativos dos princípios ativos, ousou
decifrá-los quimicamente, além de adotar um plano de ação para disseminar
estufas com mudas, que seriam utilizadas em hortas escolares, e em plantações
industriais voltadas para o fornecimento de insumos, para laboratórios
farmacêuticos estatais ou não. Todavia, como toda área de pesquisa e Inovação
do País, sofreu severos cortes antes e após a recessão do governo Dilma, e por
isso este projeto anda de lado, à espera de recursos, como milhares de outros, que
à exemplo dele, são literalmente, salvadores da pátria.
Haja vista o lobby de laboratórios transnacionais que
possuem patentes em andamento, e estão presentes nos corredores dos palácios e do
Congresso Nacional, mostrando a poderosa força do vil metal entre os venais do planalto
central do País, travando o processo, fraudando dados, trapaceando e podendo
vir futuramente a matá-lo, caso a sociedade não haja e se articule a tempo.
Urgente é, portanto. Que os poderes constituídos , casas
legislativas, ministérios públicos, judiciário como um todo, Academia e
executivos municipais estaduais e federal, estejam unidos, primeiro, para salvar o
cerrado, preservando princípios ativos que nem sequer conhecemos ainda, depois,
para fortalecer estas políticas nascentes contra o poder estabelecido
por estes conglomerados econômicos, que estão dispostos a privatizar
este conhecimento em proveito próprio ( Como estão a fazer com os grãos transgênicos
ou não, além do uso do cancerígeno randup
), fomentando uma exponencial concentração de renda, e impedindo que se salvem
vidas, pelo poder curativo das plantas que a natureza já nos proporcionou.
José Carlos Nunes Barreto
Pós – doutor e Sócio diretor da Debatef
Consultoria