Dói ver o Congresso Nacional de cócoras, plantando ervas daninhas no futuro do País.É constrangedor presenciar centenas de parlamentares, comprados pela Odebrecht, JBS e assemelhados, atrapalhar nossa futura colheita, destinada a nossos filhos e netos.É um acinte destinar quase 4 bilhões de reais de recursos públicos, para eleições de 2018, sob a sombra do maior estelionato sócio-econômico-político construído por esta maldita leva de políticos(que quer a qualquer preço permanecer no poder, fugindo do acerto de contas com a justiça),e que não pensam nas futuras gerações que ,como nós, só almejam um simples e honesto projeto de Nação...
Escrevi há dez anos atrás, sobre o
momento que viveríamos agora no pós empeachment dilmista, quando afirmei que estávamos no limiar de um final de
ciclo que, infelizmente, não nos é favorável, com estagnação das lideranças em
torno do personalismo de um líder, a perpetuação no poder de uma casta de
sindicalistas que toma de assalto o estado, pensando não na história mas na
própria locupletação. Hoje estamos presenciando algo muito pior : a
desmoralização de um órgão como a receita federal que com o aparelhamento
promovido pelo partido no poder, quebra o sigilo fiscal de milhares de pessoas
da oposição, a mando de um objetivo menor e eleitoreiro. Está plantada a semente
de um estado opressor e policialesco, que passadas as eleições, teremos de
lutar para extirpá-la, somo sociedade civil,tal como fazemos com a operação ficha limpa .Nunca é
demais lembrar que com os desdobramentos históricos deste partido no poder, já
se fizera a quebra do sigilo bancário de um caseiro expurgado de sua cidadania na época, ato perpetrado pelo todo poderoso
ministro da economia, que apeado do poder pelo escândalo, foi todavia
,escandalosamente poupado de ser julgado pelo STF - que abdicou de seu papel,
como é comum no Brasil, quando se trata de julgar a classe dominante. Dizíamos então que
essa nova elite, pactuada com as 20 mil famílias mais ricas que mandam
no Brasil, estudadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea),
fizera 20 milhões de novos consumidores e não de cidadãos; que, com os cerca 50
milhões de irmãos abaixo da linha de miséria, e os outros 75% "cidadãos" que não conseguem ler e
entender uma notícia de jornal, votariam até em um poste se fosse indicado por
essas novas elites. E o poste aí está,
configurado que foi por um acordão:
Lula, Collor e Sarney e até FHC, na medida que a campanha da oposição escondeu
seu governo e suas realizações saneadoras. Só que desta vez o que está sendo
construído é o reinado do novo patrimonialismo, a eficácia do mesmismo e a
gestação de um ovo da serpente que poderá nos delegar um segundo plano na
história, apesar do investiment grade, e do progresso econômico angariado a duras penas pela sociedade
brasileira, cujo sucesso é fruto do trabalho de muitos governos e gerações e
não de um último que seqüestra para si todo o mérito. Represento os 20% que não
aprovam este governo, que zomba das leis,
dos adversários, e se pudesse ficaria ad eternum no poder. Maluf também fez o
seu sucessor,o Pita lembram-se? Quércia , o Fleury. Em Uberlândia existem dois
grupos que há quarenta anos se revezam
no poder. É o “povo” que vota no “conceito tiririca” e irresponsavelmente
os põe lá. No nordeste (atual curral eleitoral petista)existem cidades em que uma única família, desde sempre ,representa
o poder político passando de pai para filho, como se capacidade de gestão e
zelo pela coisa pública fosse algo que se herda pelo DNA sanguíneo. Pobre País! O que nos livrará deste tronco de escravidão?
Respondo de pronto : a educação.Quando 100% das pessoas puderem ler e entender
as notícias de jornais e da internet , aí sim como disse Churchil – primeiro
ministro britânico e libertador do povo inglês-
estaremos no início do começo, de fazermos deste País uma grande nação
–parafraseando também Tancredo Neves, quando sonhou uma nova república,inspirado
por Tiradentes-“aquele herói enlouquecido de esperança” que se pudesse
,aplaudiria a causa da universalização dos direitos sociais, o nosso desenvolvimento
e progresso sustentado.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com