domingo, 11 de abril de 2021

Gestão Educacional

                               

“Somos o que repetidamente fazemos .A excelência, portanto, não é um feito. É um hábito”. Aristósteles

 

Costumo dar aulas parra 20~30 alunos, presencialmente... mas no EAD  já se posso chegar a milhares de alunos. Todavia , quando escrevo um artigo( e fico feliz  por você me honrar com esta leitura) ,em torno de 10.000 pessoas podem chegar a lê-lo, e  aprender alguma coisa .E isto é maravilhoso para um professor. Hoje quero abordar uma ferramenta da qualidade, que está fazendo falta nas escolas do Brasil, e ,também no seu mercado aéreo  em pleno apagão do COVID 19: o ciclo PDCA ou roda de Deming.- primeiro planejar, depois realizar o que planejou ,checar (ou auditar para ver se fez o planejado) e por último agir para melhorar por meio de plano de ação. Trata-se de uma ferramenta de gestão ,que se usada, proporciona melhoria contínua nos processos. O que é um processo? é uma sequência de passos para se obter um bem ou serviço de acordo com a especificação da parte interessada - o cliente. Quando se faz um café para as visitas, pode-se ilustrar muito bem o que é um processo. Primeiro coloca-se a água no fogo. Mas que quantidade? Depende do número de pessoas. Mede-se com este indicador para não haver desperdício de água, pó e energia .Desperdiçar pra quê? depois de colocar a quantidade exata de pó despeja-se a água quente sobre o mesmo. Servir quente .Um belo sorriso de anfitrião  completa o processo. Que é um sucesso em fito ativos, que fazem o papo seguir lívido, e o relacionamento quente como o café servido..

O número de  escolas particulares  superiores e médias no Brasil cresceu  exponencialmente com a entrada de jovens  brasileiros em busca de conhecimento. E isto é uma coisa boa. O que não é bom é a crise que se avizinha em virtude da má gestão, e da mudança de perfil dos alunos-agora muito mais pobres, e sem condição de pagar os 100 dólares mínimos exigidos de mensalidade, subproduto da pandemia... Uma série de fusões está sendo esperada. Muitas instituições deixarão de existir, e colocarão a culpa na inadiplência. Mas como explicar que para  algumas empresas  educacionais, ela está na ordem de 0,3~0,8% e em outras em 10~30%?Como qualquer empresa de varejo ,elas deveriam “pesquisar o cliente “.. E não é o que vem acontecendo, no segundo caso .A realidade fará o ajuste. Demissões em massa de mestres e  doutores ,assim que os cursos forem reconhecidos pelo MEC. Um verdadeiro desperdício de talentos, e de capital humano. Mas o que fazer? Os salários representam até 60% dos custos. Se somarmos cerca de 35% de impostos, sobram 5% para serem  gastos com investimentos, e  despesas correntes, e se há inadiplência  esta conta passa em muito de 100%.Dívidas trabalhistas  completam o quadro desolador. Um verdadeiro desastre ! Mas também didático, para mostrar que não adianta fazer aeroportos bonitos, escolas idem,  sem considerar uma parte crucial na gestão : o planejamento estratégico. E, a exemplo das empresas de varejo  que pesquisamos pelo SEBRAETEC( 500 delas) ,expansões são feitas , sem cuidar do capital humano, do clima organizacional. De que adianta estes impecáveis aeroportos, se os operadores estão em frangalhos? E estas escolas de prédios pomposos, se a alma delas- os professores e os alunos( a parte interessada) estão insatisfeitos ?

Finalizando: infelizmente, após esta pandemia, um tsunami vem aí. É  preciso portanto, estar em lugar alto. E , acima de tudo, estruturar medidas anticíclicas na economia, para aplicar os recursos necessários na saúde e na educação. Rodar o PDCA, estabelecendo a máxima de Aristósteles, ao   fazer da excelência um hábito.

 

José Carlos Nunes Barreto

Pós-doutor e sócio da Debatef Consultoria

 


domingo, 4 de abril de 2021

Páscoa: é tempo de perdoar!

                                                  

“À tarde, ao cair do sol, trouxeram à Jesus todos os enfermos e endemoniados” Mc 1:32

 

A Páscoa na era pré mosaica, era festa da primavera de pastores nômades. Hoje é festa anual dos hebreus, transformada em memorial de sua saída do Egito, e também, a festa anual dos cristãos que comemoram a ressurreição de Cristo.. É o cumprimento do preceito pascal, sobretudo quando feito coletivamente.(Aurélio p485)  Para nós do ocidente, ,além de comer ovo de chocolate, é época de rever familiares e amigos em torno da mesa, esquecer as diferenças  e praticar o perdão., ou seja dar a outra face ,se for preciso. Mas existe pecado imperdoável? nos três evangelhos sinódicos  ( mateus,Marcos e Lucas) está  registrada a solene advertência de Jesus, a respeito de um pecado que não será perdoado, nem neste mundo nem no vindouro: é a blasfêmia contra o Espírito Santo. E quem é o Espírito Santo ? Ele é o próprio Deus E foi prometido aos homens, após a ressurreição de Jesus: “Eu vos enviarei o consolador”. A obra do espírito santo é iluminar a mente dos pecadores, revelar e ensinar o evangelho, persuadir as almas a arrepender-se e a crer na verdade. O Espírito não só explica a Palavra de Deus, como  também abre a mente das pessoas de modo que elas possam ser entendida. Quando a influência do espírito é deliberada e conscientemente  recusada, em oposição à luz, então o pecado irreversível –e imperdoável –pode ser cometido, como um ato voluntário e deliberado de malícia. Em resposta a essa atitude, há um endurecimento do coração vindo da parte de Deus, que impede o arrependimento e a fé. Jesus disse que todos os “pecados” e “blasfêmias” serão perdoados (Paulo perseguiu a igreja, o ladrão da cruz era mais malfeitor que mensaleiros do congresso, a mulher adúltera ,lembram?) .Todos pecados possíveis  e imagináveis ,exceto esse um pecado.( Bíblia de estudo de Genebra - Marcos cap.3)

Vejo a ceia do Senhor  e a páscoa anual  um rito de recordação - um selo de um relacionamento pactual com Deus.. Elas fazem os fiéis lembrarem em seus corações o quão passageira é esta vida, e que somos todos viajantes rumo ao lar celeste. Claro que isto é para os que assim crêem. Muita gente gostaria de crer, mas não podem .Tenho amigos que não crêem e sofrem por isso. São sinceros na não crença. A própria escritura diz: muitos serão chamados , poucos  escolhidos. Não me perguntem porque é assim. Também gostaria de saber. E ,sem dúvida,  pergintador como sou ,logo que chegar lá tascarei esta pergunta ao Mestre. Que nos informa que incontáveis serão os escolhidos,  mas em compensação os perdidos serão como as areias dos mares. Nos ensina também que na ressurreição final,  os escolhidos o encontrarão nos  ares(aleluia!) .Os mares darão os corpos(agora transformados)dos salvos que neles morreram. As cinzas de muitos virarão corpos celestes! Como estrelas translúcidas e reluzentes. Estando dois em uma cama um será levado,  e o outro ficará. E quem ficar? Aí virá o grande Juízo. Que julgará o diabo e seus seguidores, e os condenará(.Afastai-vos de mim malditos para o fogo eterno.)  Concluo: Na Páscoa podemos exercitar, com o Espírito Santo ,os mistério da fé que remove montanhas , e que faz de um vale de ossos secos, um exército se levantar, consolar os aflitos ,e curará feridas do corpo e da alma humana. Boa Páscoa!

 

José Carlos Nunes Barreto

Pós - Doutor e  Sócio da Debatef Consultoria

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Cheiro de morte, uma Republicação da Desesperança.


  “Hipócritas!Ai de vós condutores cegos! Pois sois semelhantes aos sepulcros caiados”

Jesus Cristo


A semana que passou foi recheada de debates na sociedade brasileira sobre maioridade penal. No congresso e nas mídias, a inteligenttsia nacional mais uma vez dividida ,discute a conveniência ou não de se reduzir a idade de 18 para 16 anos para imputabilidade de penas , principalmente após o crime hediondo ocorrido com João Hélio. O menino de 6 anos foi morto após ficar preso no cinto de segurança em assalto no carro da família, no Rio de Janeiro. Mais histórias semelhantes, presenciamos em Udi, BH,SP, Recife... Dramas que se repetem na sociedade brasileira, envolvendo menores de 18 anos, que no caso em questão, não são só pobres favelados como seria de se esperar, e sim, gente pertencente à classe média, embora também haja ricos protagonistas, destas histórias de barbárie e banalização da vida.

Quando isso acontece, “ nossos guias”se reúnem no congresso, e nos palácios governamentais para mudarem as leis, como forma de aplacar a indignação do povo, que clama por justiça . Pedem até pena de morte, que na prisão, pelos próprios detentos de fato acontecerá, para consolo geral. Matamos mais que o Irã , a China ou Iraque em guerra. Porém com o carnaval , as pessoas vão esquecer ,e esses infanticidas , se não morrerem, logo estarão na rua, e a tal possível lei cairá no esquecimento... E assim vamos, de esquecimento em esquecimento sendo conduzidos ao precipício. Os pilotos cegos desta nave à deriva, estão preocupados em dividir o butim de dezenas de ministérios e milhares de cargos de livre provimento, além de verbas que farão o próximo escândalo(que também será esquecido) de dólares na cueca, em malas etc...A impunidade é nossa marca. A Hipocrisia também.

Estamos no centro de uma crise moral em todas as esferas da sociedade. Do dirigente partidário que ordenou a compra de um dossiê, com dinheiro sujo, passando pelo cidadão corruptor de guardas de trânsito, até ao garoto criminoso que não parou o carro porque não quis(era um boneco de Judas, responde com chocante frieza).Neste cenário, empresas de telefonia fazem contratos de fidelização em massa, sem  terem condição estrutural de atender a todos clientes( Termos de ajuste de conduta do Ministério público, e o PROCOM multando ,e estes são lampejos de cidadania).Empresas aéreas vendem passagens demais, aproveitando o caos operacional dos controladores de vôos. Escolas particulares de ensino superior fingem ensinar , e tratam mal alunos e professores(Há honrosas exceções ).

Nossa elite está perdida. Sem foco. Sem visão . Sem outra estratégia, a não ser levar vantagem em tudo. A famosa Lei de Gerson- que ensina furar fila de vacina, para usar um exemplo atual. Ou seja, o ganha –perde: Para ela ganhar todos temos de perder. Numa era em que a motivação só acontece no sistema ganha –ganha. Em que as pessoas são chamadas de Capital Humano. E o antigo RH virou Talentos Humanos.

É triste. Como educador e consultor, ministrando conhecimento, nunca as ferramentas da qualidade foram tão requisitadas, para inovação e criatividade, como agora. Todavia, quem nunca nos procura, é exatamente quem mais precisa: o poder público. A cegueira desse pessoal, pode levar Minas Gerais a outra derrama. E o País ao enfarte.

José Carlos Nunes Barreto

Pós- doutor e sócio da Debatef Consultoria