Viajar é desvendar novos mundos, e enfrentar circunstâncias adversas para crescer como gente. É aprender a comparar culturas diferentes, economias com diferentes vantagens comparativas, e curtir paisagens muitas vezes inebriantes...
Após dois anos volto a rever filhos e netos que venceram na América do Norte, e esta é a principal parte da história, com o reencontro de parte da família.Mas peço vênia a quem me lê, para fazer uma reflexão sobre este precioso tempo...
Às vezes relembro a trajetória de alguns imigrantes famosos, que deram suas vidas para construir o espírito coletivo de países e nações.Também vivi em Santos durante 20 anos, e percebi que a hospedaria dos imigrantes, no bairro do Valongo, paira como um ente sagrado, sobre o bem estar e o jeito santista e paulista de ser, o que contribuiu para que o estado construísse uma das maiores obras de engenharia do País ,e a denominasse rodovia dos imigrantes, ligando a maior cidade da América Latina -São Paulo, até o litoral de Santos.
Todavia,nem tudo são flores, e a crise imigratória nas fronteiras dos EUA- quando crianças latinas são presas e separadas de suas famílias, nos atemoriza e entristece, porque uma ou duas gerações depois de chegar ao solo americano, aqueles que se beneficiaram desta terra prometida,e ainda estão vivos e já abastados, veem seus filhos e netos perpetrarem o opróbrio e desprezo contra a vida humana ,e é esta política de estado que choca, e chama a atenção da opinião pública mundial- tendo sido comparada, guardadas as devidas proporções, à política de Stálin contra agricultores da Rússia e ao genocídio dos judeus na Alemanha nazista.
Também a euro zona tem sido impactada com a eleição de conservadores, notadamente na Itália,que impediu recentemente que 600 africanos desembarcassem de um navio da ONG "Medicina sem Fronteiras", após serem resgatados numa ajuda humanitária em alto mar.
Ter filhos e netos que emigraram por necessidade de novo arrebol na vida, nos torna mais sensíveis e tocados por histórias que misturam , tantas vezes, azar e tristeza e nos agitam o coração numa prece como a de David, no salmo 142:"Com a minha voz clamo ao Senhor/Com a minha voz ao Senhor suplico/Diante dEle exponho a minha aflição/Quando dentro de mim/Escurece o meu espírito... "
Pois bem... confiemos em Deus que nos fortalece, e nos faz alçar voos como esse, que considero, por suas visões e experiências, igual ao de águias predito em Isaías 40.
Que assim seja!
José Carlos Nunes Barreto
Pós -Doutor e sócio - diretor da DEBATEF Consultoria
debatef@debatef.com
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