“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.” Cora Coralina.
A ensaísta americana Bárbara Enhreneich autora do
livro “Sorria - Como a Promoção Incansável do Pensamento Positivo Enfraqueceu a
América”, descreve o processo crônico que levou governos e lideranças
americanas e do mundo, a subestimar os sinais e evidências da falência de
fundamentos econômicos financeiros, que levaram à crise de 2008. Tenho para mim
que esta sequência de passos, começou na cabeça de pastores protestantes
americanos, que só leram o lado róseo da bíblia, e não absorveram a cultura e
sabedoria de Salomão e de José do Egito. A partir daí fizeram best sellers
e sermões eletrônicos, até criarem a mentalidade da teoria da
prosperidade ad infinitum,
sem considerar os sete anos de vacas magras, como se tudo fosse
um ciclo de Carnot onde não há perdas de energia.
Agora, que já pagamos o preço desta má fase nos
últimos 5 anos de purgação, podemos levantar os olhos e observar as perdas e
danos devastadores, e também as sutis mudanças simplificadoras destes mesmos
processos e as melhorias associadas. A articulista Olga de
melo, do jornal “Valor Econômico” em recente publicação, vê a redução da edição
de livros de autoajuda despencar neste período, após enriquecer por quarenta
anos seus autores, haja vista os tempos mais sóbrios e porque não dizer
sombrios, vivenciados na Europa e Estados Unidos. Por aqui, um líder, que se
descobriu depois, chefiou a maior estrutura criminosa da história, destinada a
desviar dinheiro público para perpetuar-se no poder, cunhou este tsunami de
marolinha, e o Brasil até hoje se afoga e submerge quase desfalecido, ante
tanto despreparo, abastecido por este pensamento irrealista.
Com mensaleiros já muito bem julgados pelo STF, que
teve a coragem de colocar 25 ladrões na cadeia, contudo, infelizmente, manteve
fora dela o Ali Babá, e o que ele representa para o Brasil de hoje: engodo,
atraso, mentiras chavistas e ações castristas. Principalmente na saúde,
continuadas pela gestão de sua sucessora, a qual destrói a economia com seu
messianismo marxpetista pairando como um fantasma a assombrar a gestão pública
do País, que necessita desesperadamente de mais saúde, mais educação, mais
segurança e mais infraestrutura, só conseguidos com decisões precisas e rápidas
- próprias de estadistas.
No plano municipal, votar só em bons nomes, sem
considerar o arcabouço partidário, definitivamente precisa sair da agenda do
homem comum e de bem, pois todo grande contrato que os governos municipais
fazem com bancos, são oportunidades de fazer caixa para partidos políticos. As
prefeituras vão atrás de grandes empréstimos, que endividam ainda mais as
cidades, sempre a partir de um objetivo confiável. Quando o dinheiro sai é
desviado, culminando no enriquecimento de seus líderes. Desafio alguém a provar
que se fica rico na política, sem usar dinheiro público, vender facilidades, ou
fazer trafico de influência.
Finalizando, sou um escritor “azedo” com os
malfeitos do poder neste raiar de 2014, todavia apenas quero ser uma voz contra
o pensamento positivo anacrônico e perigoso, e desejar um 2014 vitorioso a
todos que me honram com sua leitura.
José
Carlos Nunes Barreto
Professor
Doutor e Presidente da ALU-Academia de Letras de Uberlândia.
debatef@debatef.com
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