terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Pensamento Positivo?




“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.” Cora Coralina.


A ensaísta americana Bárbara Enhreneich autora do livro “Sorria - Como a Promoção Incansável do Pensamento Positivo Enfraqueceu a América”, descreve o processo crônico que levou governos e lideranças americanas e do mundo, a subestimar os sinais e evidências da falência de fundamentos econômicos financeiros, que levaram à crise de 2008. Tenho para mim que esta sequência de passos, começou na cabeça de pastores protestantes americanos, que só leram o lado róseo da bíblia, e não absorveram a cultura e sabedoria de Salomão e de José do Egito. A partir daí fizeram best sellers  e sermões eletrônicos, até criarem  a mentalidade da teoria da prosperidade ad infinitum, sem considerar  os sete anos de vacas magras, como se tudo fosse   um ciclo de Carnot  onde não há perdas de energia.

Agora, que já pagamos o preço desta má fase nos últimos 5 anos de purgação, podemos levantar os olhos e observar as perdas e danos devastadores, e também as sutis mudanças simplificadoras destes mesmos processos e  as  melhorias  associadas. A articulista Olga de melo, do jornal “Valor Econômico” em recente publicação, vê a redução da edição de livros de autoajuda despencar neste período, após enriquecer por quarenta anos seus autores, haja vista os tempos mais sóbrios e porque não dizer sombrios, vivenciados na Europa e Estados Unidos. Por aqui, um líder, que se descobriu depois, chefiou a maior estrutura criminosa da história, destinada a desviar dinheiro público para perpetuar-se no poder, cunhou este tsunami de marolinha, e o Brasil até hoje se afoga e submerge quase desfalecido, ante tanto despreparo, abastecido por este pensamento irrealista.

Com mensaleiros já muito bem julgados pelo STF, que teve a coragem de colocar 25 ladrões na cadeia, contudo, infelizmente, manteve fora dela o Ali Babá, e o que ele representa para o Brasil de hoje: engodo, atraso, mentiras chavistas e ações castristas. Principalmente na saúde, continuadas pela gestão de sua sucessora, a qual destrói a economia com seu messianismo marxpetista pairando como um fantasma a assombrar a gestão pública do País, que necessita desesperadamente de mais saúde, mais educação, mais segurança e mais infraestrutura, só conseguidos com decisões precisas e rápidas - próprias de estadistas.

No plano municipal, votar só em bons nomes, sem considerar o arcabouço partidário, definitivamente precisa sair da agenda do homem comum e de bem, pois todo grande contrato que os governos municipais fazem com bancos, são oportunidades de fazer caixa para partidos políticos. As prefeituras vão atrás de grandes empréstimos, que endividam ainda mais as cidades, sempre a partir de um objetivo confiável. Quando o dinheiro sai é desviado, culminando no enriquecimento de seus líderes. Desafio alguém a provar que se fica rico na política, sem usar dinheiro público, vender facilidades, ou fazer trafico de influência.

Finalizando, sou um escritor “azedo” com os malfeitos do poder neste raiar de 2014, todavia apenas quero ser uma voz contra o pensamento positivo anacrônico e perigoso, e desejar um 2014 vitorioso a todos que me honram com sua leitura.

José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e Presidente da ALU-Academia de Letras de Uberlândia.

debatef@debatef.com


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