“Todo gestor é um
gestor de pessoas” Cavalcanti apud Annelise
A
falta de competitividade do país, a meu ver esta escancarada com a ausência de
produtos de nossa indústria que possam, a preços competitivos, abastecer o
mercado interno brasileiro. Tudo que fazemos é pior e mais caro. Ir a Miami fazer
a sacola, infelizmente, faz parte da agenda de nossa classe média e alta, que
gasta sofregamente bilhões de dólares por ano que fazem falta aqui. Afinal,
porque isso acontece na sétima economia do mundo?
Como
consultor e professor tenho lutado à exaustão, contra este paradigma. Muitas
empresas e alunos que tenho ajudado nesta batalha, conseguiram expressivas
vitórias, todavia, tenho números entristecedores, sobre como a educação neste
país tem levado a humilhantes derrotas, pessoas e organizações, principalmente
as últimas onde empreendedores que iniciam negócios perdem economias de décadas,
e empresários sêniors tem prejuízos inaceitáveis. Quando contratado para
implantar um sistema integrado de gestão, com as normas de gestão da qualidade,
meio ambiente e saúde ocupacional-um trabalho que exige da liderança
empresarial alto comprometimento, em tempo e investimentos, constato o não
treinamento de pessoal e a falta de consolidação do redesenho de processos. No
caso de alunos, muitas vezes já no MBA ou mestrado, a mesma falta de gastar
tempo, agora em estudos e pesquisas, aliada a lacunas na formação, faz 30 por
cento dos mesmos desistirem.
Há
no ar uma cultura da falta de qualidade em tudo que se realiza aqui. Constitui-se
exceção o sucesso, e não o contrário. Daí a perda de energia em tudo que é out
put (saída). O elevado preço cobrado pelo retrabalho em nossos itens industriais,
e a ausência de eficiência e eficácia ao formarmos gente, para cuidar da
miríade de processos – explicam como operar desastrosamente uma nação.
Neste
contexto podemos colocar a construção da “copa das copas” em 2014, a um custo
maior que ao da soma das três últimas três copas realizadas ao redor do mundo. E
a um preço exorbitante em perdas de
vidas jamais acontecido. Uma vergonha nacional (ainda temos?),que mostra o
quanto precisamos revolucionar a educação para a qualidade. A começar em nossas escolas, não com slogans
vazios como “Esta é uma cidade educadora”- sem prestigiar e treinar
professores, construir creches equipar escolas, padronizar processos críticos e
medir resultados a partir de indicadores como o IDEB,- e aí sim fazer planos de
ação “matadores” .
É
triste pensar que a história tem sido madrasta com o Brasil: 36 anos de
ditadura Vargas e militar aprisionaram a criatividade e o empreendedorismo; quatrocentos
anos de escravidão moldaram um desprezo pelo trabalho em seus detalhes. Isto
tira os empresários, a academia e a elite do chão de fábrica, chão de loja e
chão de escola. E é lá que as coisas acontecem. É lá que a produtividade aparece ou não- já
que é onde está o ser humano, com suas ilimitadas possibilidades de desenvolver
conhecimentos, habilidades e atitudes, que gerem inovação e riquezas.
Estamos
no limiar de um novo tempo de oportunidades de mudanças. Contudo há falta de
propostas de lideranças da oposição que sacudam mentes e corações dos
brasileiros em direção a esta revolução – um resgate da tirania do inconsciente
coletivo do passado , e um seguro caminho rumo a um novo oriente – sucesso por vir.
José Carlos Nunes
Barreto
Professor doutor e
presidente da ALU-Academia de Letras de Uberlândia
debatef@debatef.com
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