"Pedras no caminho, indago...Guardo todas... um dia vou construir um castelo"(Fernando Pessoa)
Leio postagem de um colega engenheiro,
criticando a omissão (que não é de hoje) do CREA, na esteira das reformas
vigentes que servem, muitas vezes, somente para abater o piso salarial dos
engenheiros.
E isso, não só limita a entrada de novos profissionais
no mercado, tantas vezes aviltado, mas
colabora para que empresas não escolham
bem funcionários, excelentemente preparados em Engenharia de Produção e
Segurança, Engenharias Química e Mecânica ,por exemplo, com conhecimentos
profundos de processos e BPF- Boas práticas de Fabricação.
E que incluem o APPPC- Análise de Perigo e
Pontos Críticos de Controle, o que evitaria a contaminação da cerveja
pelo fluido de arrefecimento, que só deveria passar, com estanqueidade, nas
serpentinas dos tanques do processo cervejeiro, e nunca contaminar o produto a
ser ofertado ao público, pois é tóxico e mortal, como acontecido no caso na
cervejaria Backer!
Lamentável formarmos engenheiros e administradores, que precisam permanecer como operadores de luxo em máquinas de processos industriais, por não haver lugar para os mesmos nas fábricas, que não os contratam. Tomara que este acidente sirva para que autoridades competentes, verifiquem e valorizem os responsáveis técnicos de engenharia nas fábricas, não só de alimentos, deste País. Basta de acidentes evitáveis. Basta de omissões!
Neste contexto, volto a comentar a operação da empresa DMAE- aqui de Uberlândia, do qual sou um cliente insatisfeito, deste que é um monopólio, na verdade uma estrutura de mercado, que não tem apreço pelas críticas e demandas de quem compra seus produtos, e isso nunca acaba bem para o público consumidor, que usa os bens ou serviços advindos destes processos...
Uma empresa de saneamento, que deveria investir na operação, é usada pelo prefeito para manipular os gastos do orçamento municipal- a famosa pedalada usada nos tempos da Dilma, é também um cabide de empregos - cartilha da velha política, com sua sublime missão deixada em segundos e terceiros planos.
Nela, faltam trabalhadores qualificados, falta supervisão, faltam EPIs e equipamentos essenciais ao serviço de manutenção das redes. A terceirização acentua o problema, e aumenta a distância entre a organização e o cliente. E, historicamente, vender água tratada, coletar lixo e esgoto, tem se tornado um foco de propinas, e financiamento do crime organizado dentro dos governos, no País inteiro, e aqui, acredito, não deve ser diferente...
Um parlamentar fez uma denúncia ao MPE, contra as evidencias de desvios de recursos na legislatura passada, e apesar de 20 dos 27 colegas estarem presos e com seus mandatos cassados, apesar de desvios de finalidade de recursos, e da total falta de propósito em melhor atender a clientela, as medidas saneadoras do MPE, não chegaram ao executivo, e ao DMAE, por isso, creio, o atual prefeito foi reeleito, inclusive com novas evidências de desvio de dinheiro do Covidão para fazer viadutos, contaminando o mandato recém iniciado. Mais um desastre evitável, e bem aqui em nosso torrão.
Até quando, indago...
José Carlos Nunes Barreto
Pós doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria