segunda-feira, 13 de abril de 2020

ESTADO DE MINAS (MG)

SOS serviços




José Carlos Nunes Barreto, Doutor, professor universitário
Quando terminei meu doutorado na maior na universidade de São Paulo, fui obrigado a dar 40 aulas por semana em um centro universitário particular. Economia foi uma delas. Resolvi estudar Samuelson, e essa foi uma das melhores coisas que já ocorreram comigo. Hoje, entendo alguma coisa de estruturas de mercado. As mais conhecidas: o monopólio-situação, em que só um fornecedor atende o mercado e nada precisa fazer para atender o range do cliente, que, aliás, desconhece. Também há o oligopólio – poucas empresas que disputam o mercado; se elas combinam preço, eis um cartel; no caso de haver um só comprador para centenas de fornecedores, está caracterizado um oligopsônio.
Em todas estruturas apontadas, sofre quem precisa desses serviços e produtos, porque, sem concorrência, todo produto/serviço, normalmente, é nota zero, porque não precisa melhorar. Lembro-me do monopólio da informática, obra da ditadura que quase nos jogou no limbo do atraso. Dos carros “tramban” da então Alemanha Oriental, horríveis e iguais; do colapso socioambiental e econômico do comunismo; e de outras “preciosidades” germinadas por essas perversas estruturas de mercado, como fraudar leite em cooperativas oligopsônicas.
Fui atendido, dias desses, em uma companhia de telefonia celular – um oligopólio, que gasta fortunas em propaganda, mas não se importa em deixar o cliente esperando duas horas, para depois dizer que não pode resolver o problema. Tudo porque quem devia atender a fila de clientes estava “desviado para outra função”. Você já enfrentou algo parecido? Já voou pelo país afora? Pois é, temos um duopólio. E elas mandavam na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ao ponto de impor rotas e fazer de Congonhas o aeroporto mais perigoso do mundo. Deu no que deu.
A propósito, voei mais de seis horas, semana passada, quando fui, representando o Ministério da Educação, reconhecer um curso, em Belém do Pará. Surpreendi-me com a sua excelência, mas não com a sempre predatória estrutura de mercado de ensino no país. Está em curso um ajuste que, sem dúvida, estabelecerá oligopólios privados no ensino superior. Infelizmente, a educação neste nível deixou de ser avaliada, como deveria, durante anos, e assusta vermos pessoas estudarem anos a fio e, ao final do curso, verem seus diplomas inúteis. Este absurdo é culpa do Estado, que deveria regular e auditar, uma tarefa impossível de ser delegada. Ocorreu no setor aéreo. Poderá ocorrer na educação um apagão, que nos trará tantos ou mais dissabores que aqueles de triste memória. Dá para aceitar que só 15% dos estudantes de direito sejam aprovados numa prova da ordem? Ou ouvir do Conselho Federal de Medicina (CFM) que, sim, os erros médicos estão aumentando em função da má-formação dos médicos brasileiros, ou que o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea) e os regionais correspondentes estão dispostos a fazer um exame, a fim de evitar chamar de engenheiros jovens que mal sabem fazer contas, enquanto o mercado estima um déficit de milhares desses profissionais, a ponto de o país precisar importar indianos e chineses? Precisamos de estadistas que pensem na próxima geração e não na próxima eleição. E cuidar da próxima geração significa planejar a segurança, a saúde e, principalmente, a educação, regulando o mercado e eliminando os predadores e aventureiros.
Alguém tem dúvida?

sexta-feira, 3 de abril de 2020

A Crises e o Covid-19

" Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará , sem dúvida com alegria, trazendo os seus molhos" Salomão em Salmos 126:6

Crise se escreve na China da mesma maneira que oportunidade. Impressiona ver o tamanho do esquema montado pelo PT para desviar recursos públicos nos seus últimos governos ,mostrados através das delações premiadas da Lava Jato,  aí incluído o de Temer. Mesmo aqueles que participaram das denúncias, não sabiam de tudo, desde a época do valerioduto do mensalão.

Algumas delações sequer foram divulgadas pela extrema imprensa, como a do ex ministro Pallocci, e a do ex governador do Rio, Cabral, que revelam crimes de altos figurões do judiciário e da imprensa... O banco Oportunnity de Daniel Dantas foi o responsável por dois terços  dos recursos escusos que  movimentaram o petróleo , mas o STF não permitiu que se abrisse o "hard disk" do computador do Sr Daniel Dantas, ancorado por poderosas bancas de advocacia, pagas como são agora, com elevadas somas de dinheiro sujo.

 No Petrolão, os recursos foram infinitamente maiores, tendo chegado a casa dos 3 trilhões de reais, e o banco utilizado foi o BNDES ligado diretamente ao Tesouro nacional, e a delinquência estava instalada na cadeira presidencial , cujo ocupante à época,o  sr Lula da Silva, ainda responde na justiça por seus crimes. Pois este estado da arte, fez com que os brasileiros optassem por um governo limpo, e comandado por quem não rouba. E por isso elegemos JB. Como nada é perfeito, o homem tem na comunicação com as massas seu principal tendão de aquiles, pois apesar de um bom time, com elevadas competências, apesar  de não roubar, e procurar se guiar por espírito público, tem sido descuidado na comunicação não planejada. E isso tem gerado semanalmente crises, exacerbadas pela oposição das mídias tradicionais, que são exímias em execrar a pessoa do presidente, como forma de revanche ou terceiro turno eleitoral.

Como se nada disso bastasse , temos agora a maior emergência sanitária dos tempos modernos com a chegada da pandemia do corona vírus - COVID 19, que já infectou milhões de pessoas no mundo todo e matou dezenas de milhares. E ao invés de no Brasil, governo e oposição cerrarem fileiras contra o anjo da morte, que já levou cerca de 350 brasileiros, em plena curva exponencial para os próximas semanas,  brigam por uso das metodologias de quarentena, horizontal (governadores da oposição ) ou vertical-presidente-(só para idosos ou para quem tem comorbidades). Diferente de outros países, que passaram por isso , como França, Coreia do sul , e mesmo China.

Dá,  um frio na alma ver Paris , Nova York e  Roma vazias, São Paulo também. Todavia não temos outra forma de evitar contaminações a não ser com a quarentena, e todos os protocolos de lavagem de mãos, higienização de objetos usados, além do adequado uso de máscaras e álcool gel. Nunca mais seremos os mesmos, depois desta crise sanitária. A imagem de novas covas abertas em SP, e dos caixões de idosos, sendo levados ao crematório na Itália, nos mostram , em pleno isolamento , que desta vez, como ensinou o salmista, apesar de estarmos  caminhando e chorando, ao semear , ainda não sabemos quando teremos a colheita de saúde, abraços , alegria e  paz.

         Jose Carlos Nunes Barreto
Pós Doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria