“Criações,
sejam elas crianças, poemas ou organizações, têm vida própria.” Starhawk
Arquitetura
é a arte de criar espaços organizados e animados, por meio do agenciamento
urbano e da edificação, para abrigar diferentes tipos de atividades
humanas(Aurélio)Para isso o candidato a arquiteto têm de fazer uma prova de
habilidades específicas, que exige saber
desenhar e ter uma visão espacial desenvolvida. É necessário também aguçada
sensibilidade na utilização de cores, sombras, e saber criar. Por fim, ao longo
de cinco anos de estudos em uma grade de matérias que lhe farão entender a
história da arquitetura, e através dela o conjunto de obras realizadas em cada
continente, cada civilização, cada época. Aprender a dar conforto ambiental à
suas edificações, saber dispor os elementos de um espaço urbano, usando
princípios, normas técnicas e materiais adequados. Será um artista da função,
do belo e da forma.
Convivo com a alma do(a) arquiteto(a) há dezenas
de anos. Como professor há dez anos.
Como profissional de engenharia e arquitetura há 30,com destaque para os seis
anos como diretor e presidente de uma associação de Engenheiros e arquitetos,
seis anos como inspetor – chefe do CREA SP em Cubatão SP, além de quatro anos
como conselheiro estadual no CREA SP além de um ano como Chefe da assessoria
técnica no CONFEA em Brasília. Há diferenças gritantes e complementares entre
engenheiro(a)s e arquiteto(a)s. Que “brigam” desde sempre. Mas a sabedoria faz
o bom engenheiro(a) arquitetar, e
apesar da ciumeira, consegue-se fazer um
bom arquiteto(a) engenheirar.
Na oportunidade em que Paulo Mendes da Rocha-inquieto,
agitador, aplicador de soluções estéticas em locais de pouca delicadeza,
incômodo para o estabelecido- recebe em Istambul o prêmio Pritzker – considerado o Nobel da arquitetura, não poderia deixar
de louvar esta classe, principalmente por teimar em criar e acontecer apesar do
custo Brasil ou seja, o custo da
margem e da pouca visibilidade, nas palavras de Teixeira Coelho(Autor de “Niemeyer”
ed.Iluminuras) no caderno Mais da folha de SP de 16/04/2006.
Tive contato com a obra de Mendes da Rocha durante a
visita aos pavilhões da Mostra “Menos estética mais ética” na 7a Mostra de Arquitetura da Bienal de Veneza
em 2000,e fiquei assombrado, ao lado de
um filho arquiteto e urbanista, Gustavo Henrique Garcia Barreto, a quem
homenageio. Esta convivência me faz entender melhor o papel da inovação e da
criação como matéria prima dos processos de produção hipercompetitivos, e que
Sthefen Covey (autor de “Os sete hábitos de pessoas altamente eficazes - ed.
Best Seller)chama de Criar Sinergia, ou o sexto hábito eficaz para se chegar
a uma vitória pública. Sair da dependência
exige segundo o autor, desenvolver primeiro a integridade, que seria a vitória particular (sendo proativo, tendo
imaginação e partindo para a ação planejada),depois o ganha -ganha ,o
entendimento do outro, além da sinergia, completam o instrumento que deve ser
constantemente afinado para configurar uma aspiral ascendente de sucesso. Aos
78 anos Mendes da Rocha é como um menino ao criar. Aos 97 Niemeyer também. Para
eles somente “o céu é o limite”. Picasso e Michelângelo os esperam lá. E que
demore!
José
Carlos Nunes Barreto
Professor
doutor
debatef@debatef.com.br
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