“Uma visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão
é só um passatempo. Mas uma visão com ação pode mudar o mundo” Joel Baker
Há luzes no fim do túnel.
E não são locomotivas vindo em
nossa direção. . A primeira é o projeto
de lei aprovado pelo congresso que trata
de gestão de florestas públicas (PL 4776/2005).Pela primeira vez na história da
Amazônia de muitas ambições e nenhum projeto de gestão, há consenso entre os
vários atores de lutas eternas pela terra, madeira e preservação da floresta.
Os seringueiros, madeireiros e ambientalistas, governos, ONGs e Universidades
concordam com a concessão de áreas para exploração sustentável a fim de que a Amazônia continue floresta e
pública, informa a revista ”Carta Capital ”de 22 de fevereiro. Nada existia
antes para evitar o conluio entre o
madeireiro que desmatava ilegalmente e o ruralista que dava o novo uso à
terra. Resultado: só nos dois primeiros anos do governo Lula uma área equivalente
ao estado de Sergipe foi desmatada. E essa é uma indústria com quadrilhas
montadas à sombra do estado. Há escândalos sendo desvendados pela Polícia
Federal noticiados pela grande mídia ,mostrando filas de caminhões com toras
ilegais sendo liberadas por fiscais corruptos do Ibama - Pará ,envolvidos com
altos escalões do governo federal e parlamentares do PT(outro mensalão - abafa,
abafa!)A solução apresentada precisa ser vigiada pela sociedade. Cria-se o
SFB-serviço Florestal Brasileiro com esse fim, e através dele licitações públicas
e pagamento de royalties. Um modo inteligente de gerir o patrimônio ambiental
está posto: a floresta valerá mais em pé do que no chão e queimada. Os seus
principais objetivos são minar o secular problema de grilagem e permitir a
concessão de áreas para exploração sustentável. Todos sabemos a importância
econômica da Amazônia para o Brasil e o mundo. Mas como precificar o serviço da
floresta como umidificador / regulador do clima e fonte de biodiversidade
sequer mapeada?. Este é o começo.
A Segunda luz vem de Davos no encontro anual
de Forum Econômico Mundial. As ONGs “WWF” e “Banck Track”, mediram o desempenho
sócio-ambiental entre 39 bancos do mundo, entre eles 5 brasileiros( Banco do
Brasil, Bradesco, BNDES, Itaú e Unibanco), e esta primeira avaliação mostrou-
como era de se esperar, um resultado decepcionante.Com notas variando de
E(pior) à A (melhor).Os melhores classificados ficaram com D,em 13 quesitos:*
Sistema de Gestão Sócio- Ambiental;* Direitos Humanos;*Direito do Trabalho;
*Populações Indígenas; *Clima e Energia;*Hidrelétricas;* Biodiversidade;*
Florestas;* Pesca;* Agricultura;* Transparência de Informações;*Química e
Petroquímica; e *Indústria Extrativista. Interessante notar que um dos piores
classificados(tirou zero em tudo-E)é o BNDES, que tem o social só no nome. Não
é lindo?
Mas estamos no primeiro passo. Quem sabe a
coisa não melhora? Depende de vigilância, medição e premiação dos melhores, no caso o Banco do
Brasil, que homenageio nesta oportunidade , para que continue público, melhore
este desempenho e seja futuramente um
benchmarck em projetos sócio-ambientais, neste sofrido País das cinzas.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com