domingo, 26 de junho de 2016

Bancos X Projetos Sócio-Ambientais



“Uma visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Mas uma visão com ação pode mudar o mundo” Joel Baker
 
Há luzes no fim do túnel. E não  são locomotivas vindo em nossa  direção. . A primeira é o projeto de lei aprovado pelo congresso  que trata de gestão de florestas públicas (PL 4776/2005).Pela primeira vez na história da Amazônia de muitas ambições e nenhum projeto de gestão, há consenso entre os vários atores de lutas eternas pela terra, madeira e preservação da floresta. Os seringueiros, madeireiros e ambientalistas, governos, ONGs e Universidades concordam com a concessão de áreas para exploração sustentável  a fim de que a Amazônia continue floresta e pública, informa a revista ”Carta Capital ”de 22 de fevereiro. Nada existia antes para evitar o conluio entre o  madeireiro que desmatava ilegalmente e o ruralista que dava o novo uso à terra. Resultado: só nos dois primeiros anos do governo Lula uma área equivalente ao estado de Sergipe foi desmatada. E essa é uma indústria com quadrilhas montadas à sombra do estado. Há escândalos sendo desvendados pela Polícia Federal noticiados pela grande mídia ,mostrando filas de caminhões com toras ilegais sendo liberadas por fiscais corruptos do Ibama - Pará ,envolvidos com altos escalões do governo federal e parlamentares do PT(outro mensalão - abafa, abafa!)A solução apresentada precisa ser vigiada pela sociedade. Cria-se o SFB-serviço Florestal Brasileiro com esse fim, e através dele licitações públicas e pagamento de royalties. Um modo inteligente de gerir o patrimônio ambiental está posto: a floresta valerá mais em pé do que no chão e queimada. Os seus principais objetivos são minar o secular problema de grilagem e permitir a concessão de áreas para exploração sustentável. Todos sabemos a importância econômica da Amazônia para o Brasil e o mundo. Mas como precificar o serviço da floresta como umidificador / regulador do clima e fonte de biodiversidade sequer mapeada?. Este é o começo.
   A Segunda luz vem de Davos no encontro anual de Forum Econômico Mundial. As ONGs “WWF” e “Banck Track”, mediram o desempenho sócio-ambiental entre 39 bancos do mundo, entre eles 5 brasileiros( Banco do Brasil, Bradesco, BNDES, Itaú e Unibanco), e esta primeira avaliação mostrou- como era de se esperar, um resultado decepcionante.Com notas variando de E(pior) à A (melhor).Os melhores classificados ficaram com D,em 13 quesitos:* Sistema de Gestão Sócio- Ambiental;* Direitos Humanos;*Direito do Trabalho; *Populações Indígenas; *Clima e Energia;*Hidrelétricas;* Biodiversidade;* Florestas;* Pesca;* Agricultura;* Transparência de Informações;*Química e Petroquímica; e *Indústria Extrativista. Interessante notar que um dos piores classificados(tirou zero em tudo-E)é o BNDES, que tem o social só no nome. Não é lindo?
 Mas estamos no primeiro passo. Quem sabe a coisa não melhora? Depende de vigilância, medição e  premiação dos melhores, no caso o Banco do Brasil, que homenageio nesta oportunidade , para que continue público, melhore este desempenho  e seja futuramente um benchmarck em projetos sócio-ambientais, neste sofrido País das cinzas.
José Carlos Nunes Barreto
Professor doutor
debatef@debatef.com 
 
 
 
      
 

Resíduos POPS


                                   
  Saber e não fazer ainda é não saber.
(adaptado)
 
POP é popular, querido, daí a incongruência deste adjetivo ao falarmos de resíduos, que são antiafetivos ,antiestéticos, mal cheirosos, têm impactos de longa duração, o que explica o fato de sempre querermos afastá-los de nossas tendas desde tempos imemoriais. Os resíduos dos castelos europeus na idade média eram jogados para seus exteriores onde ficavam os párias da sociedade. E os nossos de hoje muito mais volumosos e perigosos? Em 80% dos casos estão nos lixões e nas periferias onde vivem os pretos e pobres.(último senso IBGE, cruzado com dados do IPEA)
Segundo definição da ABNT NBR10004:2004.Resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e semi sólidos que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de  água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como  determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis face à melhor tecnologia disponível. Chegamos ao ponto: POPs são poluentes orgânicos persistentes- “uma classe multivariada de substâncias, que abarca de inseticidas e fungicidas à cosméticos e materiais de limpeza”- os chamados xenobióticos, ou seja substâncias ativas estranhas ao organismo, incorporadas muitas das vezes como micro resíduos (da ordem de 0,00000001 g) através  da alimentação, da água e do ar. Os   “hormônios ambientais” –outra denominação dada  por alguns autores- têm efeito devastador sobre a fertilidade masculina e têm sua origem nesta civilização petroquímica .Segundo publicação “sementes de preocupação’’ –Nature(www.nature.com) de 5/11/2004-esses resíduos são suspeitos de causar danos aos aparelhos reprodutivos de jacarés da flórida e a homens do mundo inteiro. Marcelo coelho replica a matéria em patético artigo na folha de SP-7/11/2004-intitulado “Xenobióticos e o crepúsculo do macho”. Eis os fenômenos observados pelos pesquisadores australianos sob a liderança de  John Aitken da Univ. de New Castle:1)baixa contagem de espermatozódes2)cancer de testículo3)Mal formações genitais (um ou dois testículos permanecem na cavidade abdominal) 4)hipospadia-o canal da uretra se abre na parte de baixo do pênis. Esses dados alarmantes apresentados por DR Aitken e equipe, são claros em mostrar que cada vez mais os espermatozóides só têm cumprido seu papel graças à clínicas de  produção assistidas.Até 6% dos partos em países desenvolvidos ocorreram porque os espermatozóides de baixa qualidade foram inoculados nos óvulos das parceiras através de micro agulhas em ambiente de laboratório altamente qualificado.
 Finalizando,Resíduos perigosos não são brincadeira. Saber dispor e não fazê-lo é crime de lesa humanidade. Você sabia que aqui em Uberlândia segundo dados obtidos na FEAM, cerca de 230 toneladas de resíduos classe 1 –perigosos – são gerados todo mês, e que há uma fraca política municipal de disposição dos mesmos?
 
      Dr josé Carlos Nunes Barreto
Professor Pós Graduação Gestão Ambiental U
nunesbarreto@uol.com.br

Gestão Ambiental: Desafio


       Gestão Ambiental: desafio

 

 

        

   A busca do desenvolvimento sustentado, ou seja , a prática de atividades produtivas,sem degradar o meio ambiente, e sem comprometer a capacidade das futuras gerações de responder às suas necessidades ,tem se constituído em um desafio em todo o mundo civilizado.A preocupação com a sua preservação, em termos mundiais, não se restringe mais ao simples controle da poluição industrial. A tutela jurídica do meio ambiente já é uma exigência mundial, estando presente nas constituições de vários países e nos acordos  multilaterais de cooperação internacional. Diversas medidas vêm sendo adotadas no sentido de harmonizar regulamentos e padrões de produtos, entre elas estão: a instituição do Selo  Ecológico Comunitário pelo Conselho das Comunidades Européias; a proposta diretiva sobre embalagens e seus resíduos implementada por alguns países - membros da U.E.;as medidas fitosanitárias relativas ao comércio de carne bovina ,após a doença da "vaca louca";  e a ISO 14000:2004, que padronizou no mundo,os conceitos de gestão ambiental.

            Em Cubatão, onde está implantado o maior pólo sídero-petroquímico do país , operam vinte e três empresas que produzem do aço à gasolina de aviação, passando por uma série de produtos químicos. A  degradação ambiental  ocorre através da poluição do ar ,solo e água. Apesar das melhorias já acontecidas, as condições ecológicas "sui generis" favorecem os altos índices de poluição do município, o que leva à destruição da fauna , flora e causam danos à saúde da população da baixada santista, conforme atestam ações do  orgão controlador do meio ambiente do estado, bem como estudos de saúde da USP e testes realizados na área , principalmente na siderúrgica, que  é responsável pela maior carga tóxica lançada  no estuário da Baixada Santista .A dissertação de mestrado que defendi  na Faculdade de Saúde Pública da USP em 1995, foi clara em mostrar que além de tóxico, o descarte líquido da siderúrgica possui sólidos sedimentáveis com atividade mutagênica -quebra dos pares do código da vida -  que sedimentam ao longo do canal do estuário ( da mesma forma outras indústrias também colaboram com o processo de  sedimentação tóxica)Neste estuário está localizado o maior porto da América Latina, com elevado trânsito de navios com calados cada vez maiores, e  impactos ambientais diários ao    revolver o lodo do fundo do canal ,e que é potencializado todas as vezes que a operadora do porto de Santos draga  o canal e retira o sedimento, considerado pela NBR 10.004 :2004 em alguns pontos como de classe 1( o mais tóxico),e teria de ser disposto de forma adequada, ou seja em aterros industriais ou incinerado. Mas como fazê-lo se 25 milhões de metros cúbicos de lodo/ano, são contaminados? Este trabalho, é um desafio técnico pelo qual outros países já passaram e resolveram, e acontece lá agora 10 anos após meu primeiro estudo ser publicado. Apesar disso, falta o fundamental hoje: minimizar  resíduos na fonte seja por reutilizar,  reciclar ,ou   melhorar continuamente os processos, seja por desenvolver  sensibilidades na comunidade produtiva do polo para gerar um produto ambientalmente sustentável ,(e não somente em discurso). Aqui em Uberlândia  temos um polo industrial que já gera quantidade de resíduos tóxicos significativa. Devemos atuar agora para não termos uma cubatão no futuro!

 José Carlos Nunes Barreto

Professor Doutor

 

 

O Mês do Meio Ambiente


                              
“ Tudo que acontecer à Terra ,acontecerá aos filhos da Terra”. Índio Seattle
Em abril, a conferência  ambiental de Paris concluiu  um acordo global de redução dos gazes de efeito estufa. Desta vez com a adesão dos 2 maiores poluidores do planeta , os EUA e a China...Tudo para que o planeta não aqueça  2 graus centígrados, que venham contribuir com mais desastres ambientais. Eis um avanço.
Tenho me posicionado neste precioso espaço, contra a degradação ambiental construída  dia a dia, por governantes e governados aqui e ao redor do mundo. Acredito que ações simples podem mudar esse cenário, em que os resíduos afogam o planeta. Por exemplo , estudos científicos sérios, mostram que, a continuar a marcha da insensatez , ao fazermos do mar uma lixeira, o resultado será, já em 2050, que a quantidade de plásticos  nos oceanos, suplantará a quantidade de peixes: esperamos um protocolo da ONU para reduzir a aplicação  deste material, após vencer o poderoso lobby de suas indústrias, e as elevadas somas de  seu dinheiro, que compra consciências ao redor do planeta.
Criamos o dia mundial do meio ambiente, depois estabelecemos a semana do meio ambiente, agora junho é o mês do meio ambiente. Como se isso expiasse nossa culpa... Todavia  necessário  seria  que, cada dia, durante todos os anos, tivesse a dedicação da população para torna-lo sustentável ,sem desperdícios e degradação do ambiente- e  isso é a  educação ambiental, que faz mudar comportamentos, transformar paradigmas , e usos desnecessários de recursos  , que depois se voltam contra a vida, ao se transformarem  em resíduos, perigosos ou não.
Sintomático  o fato que  o lixo seja algo que, desde sempre ,queiramos esconder, mantê-lo longe de nossas tendas:” Not in my backyard”-não em meu quintal. Com esta lógica,  adiamos a aprovação de relatórios de impacto ambiental de estações de tratamento de efluentes(resíduos líquidos) ,aterros sanitários ,e usinas de incineração(resíduos sólidos), que transformam lixo em energia- como em Paris, que  a distribui para a população sob a forma de gás encanado.
A logística reversa de materiais perigosos-classe 1 segundo a NBR10004- para reuso, apenas engatinha, colocando em risco  mananciais e  expondo a população a riscos inaceitáveis. Um litro de óleo do  cárter do motor de um carro após a troca, é capaz de contaminar 1 milhão de litros de água.  Remédios vencidos jogados no esgoto das casas também são classe 1, e as estações de tratamento de água e esgoto, não tem mais capacidade operacional e técnica para tratar nossos esgotos, cada vez mais contaminados com micro- poluentes perigosos, que quando clorados, no final do processo , se transformam em cloraminas cancerígenas.  A  Alemanha, por isso, evita clorar suas aguas de abastecimento - ela usa irradiação controlada que reduz o risco deste tipo de contaminante.
Concluo,  refletindo sobre as palavras em tela de um índio americano, apesar de ter presenciado aqui  o protesto de nossos indígenas, e o último deles – de uma líder , habitante da volta grande do Xingu, pintada para guerra e com seu enorme facão rondando as cabeças de  uma mesa de barrageiros de  Belo Monte, quando  na época, mentiam sobre seu baixo  impacto ambiental, forjado  para servir com seus desvios, ao  caixa de campanha  presidencial. Vergonha nacional!
Não temos líderes...e os índios tem!
José Carlos Nunes Barreto
Professor Doutor e presidente da Academia de Letras de Uberlândia(ALU)
debatef@debatef.com
 
 

Réquiem para o Rio?


Há dez anos, em defesa do rio uberabinha...
 
Réquiem   para o Rio?
 
“Na primeira noite eles se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada. Na Segunda noite, já não se escondem: pisam as flores,
matam o nosso cão, e não dizemos nada. Até
que um dia , o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, arranca-nos a voz da garganta e porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.”
Maiakóvski
 
Li atentamente as diversas reportagens do jornal “O Correio” sobre a devastação que atinge a nascente  e os tributários do rio Uberabinha. Pude ver diversas manifestações de leitores, muitos de fora da cidade preocupados com a falta dágua que está sendo contratada ainda para esta década.Uso este espaço como voz de muitos leitores que através de e mails tem mostrado indignação com a alienação de autoridades com tudo que está acontecendo a este corpo dágua .Principalmente o ministério público que normalmente é a grande esperança do povo  para reverter situações como essa.Com artigos de jornal e os estudos da UFU sobre o tema, qualquer promotor de meio ambiente já tem condições de promover uma ação civil pública, obrigando  autoridades municipais ,estaduais e federais a realizar ou interditar obras em favor da saúde e do futuro   do rio. Não entendo o que está impedindo estes senhores de fazer o seu dever!
  preocupação com a desarticulação da sociedade com relação a este assunto. Não existe um conselho Municipal de Meio Ambiente ,que seria um dos fóruns adequados. O outro seria um comitê de bacia, a exemplo de tantos já instalados no País e no mundo. Interesses divergentes entre cidades quanto ao uso da água. Denúncias e ações contra crimes ambientais. Planejamento estratégico envolvendo várias regiões metropolitanas. Tudo deve ser discutido nesses fóruns. Há falta de vontade política dos governantes. Só restam os trabalhos idealistas das ONGs de Meio Ambiente. Que representam um novo paradigma  com sua voz rouca de gritar,e que acabará por ser ouvida -porque estruturará a reação da sociedade. Me lembro do NPABS- Núcleo de Pesquisas Ambientais da Baixada Santista- uma ONG que ajudei a fundar e fui seu primeiro presidente. Queríamos somente ajudar a população contra os impactos sobre sua saúde da poluição residual em Cubatão. E conseguimos ,defendendo teses de mestrado, doutorado. Aliados a promotores públicos centros de pesquisa, outras ONGs, Universidades,  buscamos força política contra o poder político viciado e o poder econômico das indústrias interessados em que não viesse a tona os resultados das pesquisas. Houve ameaças contra pesquisadores e até morte de promotor público(Talvez seja por isso que assistimos tanto silêncio de alguns).Mas conseguimos vitórias significativas. Cinco anos e 300milhões de dólares depois a solução está acontecendo. Um sucesso para a saúde da sociedade da baixada santista. Aqui o ar empestado do jardim patrícia e adjacências por importante indústria avícola não incomoda a FEAM e promotores de meio ambiente, tampouco
nossos políticos, que só pensam na próxima eleição. E o Rio ? deixaremos  morrer? Finalizando, uma homenagem à  voz que o governo Lula calou. Bóris Casói – que se tivesse aqui diria: Isto é uma vergonha!
José Carlos Nunes Barreto
 Professor doutor
 

Os PCBs e o Paradigma Criativo


                  

 

Através dos tempos a ciência tem buscado soluções para o homem conquistar poder ,bem estar e qualidade de vida, que mais tarde constatamos,têm deixado para futuras gerações um legado assustador definido por um paradigma, que é um modelo ou padrão sobre o qual a ciência e através dela a humanidade ,embasa seus conhecimentos e ergue seus “edifícios tecnológicos”. Os paradigmas mudam: do positivismo,para o interpretativismo,e daí para os paradigmas crítico e/ou ecológicos e finalmente para o criativo. Durante cada “império” eles  representam uma visão de mundo diferente em termos cosmológico, ontológico,epistemológico,ético,espiritual e político. Jonhn Naisbitt em “Mega Trends 2000”enumera  mega tendências para o século 21 entre elas duas tem tudo haver com o case que mostro a seguir: era da biologia. e o triunfo do indivíduo.

O PCB (Policlorado Bifenil), foi descoberto antes do século 20 e sua utilidade para industria foi cedo reconhecida, tendo sido usado comercialmente desde 1930 –descontinuado em 1980 por recomendação da OECD -como dielétrico, fluido trocador de calor e uma série de outras aplicações. Os PCBs foram distribuidos largamente no meio ambiente através do globo e são persistentes e acumulativos em cadeias alimentares. A exposição humana aos mesmos têm acontecido a partir do consumo de comida contaminada, absorção pela pele em ambientes de trabalho e inalação.

Os PCBs se acumulam em tecidos gordurosos de humanos ,animais e tem causado efeitos tóxicos em ambos, particularmente se repetidas exposições acontecem. A pele e o fígado são os maiores locais de patologia, mas o trato  gastrointestinal, o sistema imunológico, e o sistema nervoso são também alvos.

Os PCDFs(Policlorados Dibenzofuranos)que são contaminantes em misturas de PCBs comercializados, contribuem significativamente para sua toxidade. Resultados de estudos em roedores sugerem que alguns congêneres de PCBs podem ser carcinogênicos(cancerígenos) e podem promover a carcinogenicidade em outros produtos químicos. É certo que a partir de dados sobre PCBs , o ideal seria não tê-lo na cadeia alimentar em qualquer  nível, no entanto também está claro que a redução da exposição dos PCBs na cadeia alimentar para zero ou próximo de zero, significaria a proibição do consumo de uma larga quantidade de importantes itens alimentares como peixe, aves, plantações, e mais importante ainda o leite e seus derivados.( O leite materno contribui com cerca de 1,3% da meia vida do PCB nas pessoas).Comitês Científicos internacionais têm de decidir entre o que significa um balanceamento adequado ,entre um seguro grau de proteção da saúde pública,(quanto ao PCB)  e a excessiva perda de alimentos em um mundo já faminto.

A Partir desse ponto nos parece estar colocada uma questão filosófica: Que novo paradigma deve reger a ciência para levar a humanidade a superar esta situação de alguma forma parecida à uma “peste bíblica”. Através da dialética(arte do diálogo como força de argumentação), o prof. Colin Peile conceitua o paradigma criativo, que produz poder de síntese, visão e desenvolvimento do grau de conhecimento, como forma de mudar o comportamento da ciência e dos cientistas a fim de evitar futuras “pestes bíblicas”. Que assim seja.

José Carlos Nunes Barreto

Professor Doutor